Magia |
Introdução
Já nos tempos antigos os magos eram considerados grandes iniciados; até a palavra "magia" provém deles. Os assim chamados "mágicos" não são iniciados, mas só forjadores de mistérios que geralmente se aproveitam da ignorância e da credulidade de um indivíduo, ou todo um povo, para alcançar seus objetivos egoístas através da farsa e da mentira. Mas o verdadeiro mago despreza esse procedimento.
Na realidade a magia é uma ciência divina. Na verdadeira acepção da palavra, ela é o conhecimento de todos os conhecimentos, pois nos ensina como conhecer a utilizar as leis universais.
Não há diferença entre magia e misticismo, ou qualquer outro conceito com esse nome, quando se trata da verdadeira iniciação. Sem considerar o nome que essa ou aquela visão de mundo lhe dá, ela deve ser realizada seguindo as mesmas bases, as mesmas leis universais. Levando em conta as leis universais da polaridade entre o bem e o mal, ativo e passivo, luz e sombra, toda a ciência pode ser aplicada para objetivos maléficos ou benéficos. Como por exemplo uma faca que normalmente só deve ser utilizada para cortar o pão, nas mãos de um assassino pode transformar-se numa arma perigosa. As determinantes são sempre as particularidades do caráter de cada indivíduo. Essa afirmação vale também para todos os âmbitos do conhecimento secreto.
Muitos de vocês sabem que o tarô não é só um jogo de cartas destinado à adivinhação, mas sim um livro simbólico iniciático que contém grandes segredos. A primeira carta desse livro representa o mago, que configura o domínio dos elementos e apresenta a chave para o primeiro arcano, o mistério cujo nome é impronunciável, o "Tetragrammaton", o JOD-HE-VAU-HE cabalístico. É por isso que a porta da iniciação é o mago.
"O que está em cima é também
o que está embaixo".
-Hermes Trimegisto-
Sobre os Elementos
Tudo que foi criado, o macrocosmo e o microcosmo, portanto o grande e o pequeno mundos, formaram-se através dos elementos.
O Universo todo iguala-se ao mecanismo de um relógio, com engrenagens mutuamente dependentes. Até mesmo o conceito da divindade como a entidade de alcance mais elevado, pode ser classificado de modo análogo aos elementos, em certos aspectos.
Nos escritos orientais mais antigos os elementos são definidos pelos Tattwas. Na nossa literatura européia só lhe damos atenção na medida em que enfatizamos seus bons efeitos ou apontamos suas influência dos Tattwas determinadas ações podem ser levadas podem ser levadas adiante ou devem ser deixadas de lado. Não há dúvidas sobre a autenticidade desse fato mas tudo o que nos foi feito revelado até hoje aponta só para um aspecto muito restrito dos efeitos dos elementos. A prova dos efeitos dos elementos em relação aos Tattwa, para o uso pessoal, consta de modo suficientemente explícito nas obras astrológicas.
Sobre esse grande conhecimento secreto dos elementos já se escreveu no mais antigo livro da sabedoria esotérica, o Tarot, cuja primeira carta, o mago, representão conhecimento e o domínio dos elementos. Nessa primeira carta os símbolos são: a espada, que simboliza o elemento fogo; o bastão, que simboliza o elemento ar; o cálice, o elemento água; e as moedas que simboliza o elemento terra.
De acordo com os indianos, a seqüência dos Tattwas é a seguinte:
Akasha o princípio etérico Tejas o princípio do fogo Waju o princípio do ar Apas o princípio da água Prithivi o princípio da terra
De acordo com a doutrina hindu os quatro Tattwas mais densos formaram-se a partir do quinto Tattwa, o princípio akáshico. Por isso o Akasha é o princípio original, e é considerado como a quinta força, e assim a quintessência.
O Akasha, ou Princípio Etérico
Ele é a origem, o fundamento de todas as coisas e toda a criação. Em resumo, ele é a esfera primordial. É por isso que o Akasha é isento de espaço e de tempo. Ele é o não criado, o incompreensível, o indefinível. As religiões chamam-no de Deus. Ele é a quinta força, a força primordial; ele é aquilo que contém tudo o que foi criado e que mantém tudo em equilíbrio. É a origem e a pureza de todos os pensamentos e idéias, é o mundo das coisas primordiais no qual se mantém tudo o que foi criado, desde as esferas mais elevadas até as mais baixas. É a quintessência dos alquimistas. É tudo em todas as coisas.
Karma, a lei de Causa e Efeito
Uma lei imutável que possui seu aspecto característico juntamente no princípio Akasha, é a lei de causa e efeito. Toda causa provoca um efeito correspondente (Essa é a causa de sempre pedirmos perdão por nossos atos errados). Essa lei vale, em todos os lugares, como a lei suprema; assim toda a ação tem como conseqüência um determinado efeito ou produto. Por isso o Karma deve ser considerado não só uma lei para nossas boas ações, como prega a filosofia oriental, como podemos perceber nesse caso, seu significado chega a ser bem mais profundo. Instintivamente, as pessoas sentem que todo o bem só produz bons frutos e todo mal tem como conseqüencia a produção de coisas más; ou como diz a boca do povo: "O que o homem semeia, ele colhe!"
Religião
O mago principalmente professará uma religião universal. Ele aprenderá que cada religião possui lados bons, mas também seus lados obscuros. Ele conseguirá para si o melhor delas e não dará atenção às suas fraquezas. Com isso não queremos dizer que ele deva adotar todas as religiões, mas que cada uma possui seu próprio princípio divino, quer se trate do cristianismo, do budismo, do islamismo, etc. Mas na verdade ele não se sentirá satisfeito com dogmas oficiais da sua Igreja, e tentar&a`cute; penetrar mais profundamente no reino de Deus. O mago deverá criar sua própria visão de mundo de acordo com as leis universais, e está sempre empenhando em apresenta-la como melhor de todas. Mas toda verdade religiosa é relativa, e a sua compreensão depende da maturidade de cada indivíduo.