A INTERNET Nossa de cada dia
Izôlda Leite Pereira Maia*
O homem evolui como ser humano, passa por várias etapas de transformação do próprio pensamento. A velocidade com que isso está acontecendo exerce uma influência direta sobre as reflexões no que se refere a educação.
Atualmente vivemos a época da "alucinação temporal", dos múltiplos e simultâneos questionamentos, do ir e vir sem sair do lugar. Muitas vezes paramos para nos questionar sobre o momento presente e o que está para chegar. Desistimos no meio do caminho, pois este tempo presente já passou e agora já é futuro e não tivemos oportunidade de parar para analisá-lo.
Buscamos respostas para perguntas que nós mesmos não sabemos formular.
Chegamos a lugares antes inimagináveis. É a nova era da leitura interativa e da escrita virtual na tela da computador. O aparecimento desta nova maneira de ler e escrever ocorre com profundas transformações, seja na produção, reprodução e até no armazenamento de informações. É como se ouvíssemos uma voz lá no fundo dizendo "você está participando da história como sujeito ativo, crítico, abra seus olhos para tudo de novo que está chegando".
Esse novo que chamamos tecnologia digital vem romper com os textos lineares, cansativos, longos, sequenciados, com muitas e muitas páginas de pouco interesse para quem os lê.
Neste contexto as novas tecnologias estão imediatamente relacionadas ao momento da sua apresentação.
Mergulhar neste mundo que chamamos INTERNET, sem tempo, hora ou assunto pré determinado é o sonho de todo internauta, (aquele que faz uso do computador como auxiliar nas mais simples tarefas). Ao partir para sua viagem pelo ciberespaço o ser humano vai navegando em um mar tão amplo de informações que muitas vezes o faz esquecer completamente o seu ponto de partida. Vai se perdendo no meio de tantas conexões que o fator tempo passa a ser insignificante.
O mundo do ciberespaço é tão fascinante, cheio de jogos, brincadeiras, aprendizagens, com uma variedade muito grande de significados que o ser humano jamais poderia imaginar.
Essas atividades permitirão às crianças, jovens e adultos uma compreensão mais imediata do momento que se está vivendo.
Vejo a INTERNET como uma imensa Enciclopédia que guarda o conhecimento por um período o qual está o tempo todo em constante mutação; ou o que é mais importante é uma Enciclopédia onde todos a todo tempo escrevem ou podem escrever novos verbetes. Dar-nos também oportunidade de acesso fácil fazendo-nos mudar nossos posicionamentos, nossas ações, hábitos e concepções sobre o processo ensino-aprendizagem.
A INTERNET, permite a manipulação de informações de tal forma que faz-nos interagir sobre o que estamos analisando, abre espaço para a inter, pluri e trandisciplinaridade, contribuindo assim para a construção dinâmica do nosso conhecimento.
Jamais poderemos limitar o professor e aluno às quatro paredes da sala de aula depois que eles tiverem acesso à essa rede. Ao "navegar" pela INTERNET eles estarão ultrapassando as fronteiras disciplinares e conteudistas.
Isto permite uma aprendizagem mais aberta, mais dinâmica, onde todos guiam e são guiados. A sala de aula transforma-se numa oficina de aprendizagem com o professor intermediando com dinamismo e criatividade a tarefa do aluno.
Isto só se tornará real se o professor tiver claro os objetivos pré estabelecidos e com tarefas a serem cumpridas em comum acordo com todos os envolvidos no processo educacional. O professor jamais poderá subestimar a capacidade que seu aluno tem de criar ele próprio suas diretrizes para a aprendizagem.
Esta nova maneira de adquirir o saber, de trocar informações exige cada vez mais análise crítica, organização e cooperação.
O que considero importante neste novo paradigma é que nele encontramos espaço para a diversidade de idéias, criatividade e possíveis inovações que, mesmo não sendo certo dão oportunidades para novas tentativas.
Outra coisa que me chamou atenção foi a maneira como essas informações são compartilhadas entre pessoas de outras culturas tão diferenciadas.
Ao mergulhar nesse mundo maravilhoso, nos apaixonamos. Sentimos uma necessidade de saber sempre mais, de buscarmos o tempo todo novidades. Isto fica latente em nós que muitas vezes esquecemos de comer, beber, dormir, coisas que são importantes e inerentes ao ser humano.
Está na hora de sabermos impor limites, para este novo que nos chega.
È aí que precisamos refletir sobre três pontos que na minha concepção são básicos: "o que", "de que" e "de quando" aprender, analisar e selecionar informações.
Se não tivermos esses conceitos bem definidos corremos o risco de vermos nossos alunos se dispersando.
As atividades intermediadas pelo computador precisam ser criativas, planejadas, pois nelas o universo de informações é inesgotável e estão incorporadas ao contexto histórico e social.
Referência Bibliográfica
PRETTO, Nelson de Luca. Uma Escola Com/Sem Futuro/Nelson de Luca Pretto. Campinas, SP; Papirus, 1996 (Coleção Magistério: Formação e Trabalho Pedagógico)