A fotografia que ora apresentamos, pertencente ao Museu Histórico Nacional, é de uma espada de execução achada na Ilha de Villegagnon no século passado quando marinheiros escavavam no local, hoje sede da Escola Naval. Por gentileza dos museólogos Jorge Cordeiro de Melo e Juarez Fonseca Menezes Guerra, da Reserva Técnica do Museu, colhemos esta foto do belo livro O Museu Histórico Nacional (São Paulo, Banco Safra, 1989, p. 234). A peça está em exposição permanente, podendo, portanto ser vista por qualquer um. Tem as seguintes características: comprimento total, 112 cm; comprimento da lâmina, 86,2 cm; comprimento do punho, 24,5 cm; comprimento da guarda, 18 cm; e largura da lâmina, 6,5 cm. É uma espada de lâmina espatulada, biface, de aço, com ponta arredondada. Por este motivo, por suas dimensões e seu grande peso, só podia ser manejada com ambas as mãos. Daí ser usada na execução de condenados pela justiça. Nela está gravada a seguinte inscrição: VIVE : LA : IVSTISSE. Pertenceu primeiro a peça ao Museu Naval. É hoje, o único remanescente da ocupação francesa. A ser verdade nossa hipótese, cuja verossimilhança julgamos ter demonstrado no trabalho transcrito, foi ela a espada que Anchieta segurou para mostrar ao algoz como cortar a cabeça do calvinista Jacques Le Balleur. A razão de sua iniciativa pode ter sido a dificuldade do algoz em empunhar e movimentar instrumento de execução desconhecido na colônia, grande e pesado.