Manuscritos Iluminados (Iluminuras)

 “Evasão e Sonho” 


Para melhor entendermos a evolução e o pensamento humano, logo pensamos na sua memória, e portanto, nos registros. Encontramos no livro, não só essa memória do conhecimento, ainda incipiente, como também a melhor forma de o perpetuar, com a característica, até à contemporaneidade.

Retrocedendo na História, voltemos por instantes à Idade Média. O homem, preocupando-se então, com Deus, único caminho a ser trilhado para chegar ao paraíso dos sonhos, onde encontrava paz e felicidade, logo procura ornamentar os livros sagrados.

Surgiram aí os primeiros manuscritos iluminados, livros litúrgicos, que servindo ao culto divino eram ricamente decorados com ilustrações alusivas à temática canônica que lhe serviam de caminho para chegar ao paraíso celestial. Mais tarde, em razão dos descobrimentos portugueses, floresciam, entre estes, os livros áulicos e laicos,  versando sobre obras de chancelaria, heráldica, crônicas de reis, cartas de foral, até às cartas geográficas. Entretanto, surgia um declínio entre outras artes como a arquitetura  por exemplo, em favor da pintura, que mais facilmente abria novos horizontes à evasão. O homem daquele tempo preocupava-se com os sonhos menosprezando a realidade. Enquanto isso, observa-se um interessante fenômeno: homens ricos e importantes, preocupados com a ostentação e o poder dado pela cultura, e, oprimidos sequiosos de ”verem” esses sonhos – ambos;  ilustrados e iletrados, sonhavam com os escritos iluminados. Voltando aos nossos dias e vendo aqueles livros, ricamente ornamentados com  aves, figuras, animais, paisagens fantásticas e cenas encontradas algures no passado, vamos ao encontro do belo antigo, mas moderno também, por ser apreciado indistintamente por uns e outros.

Desta perfeita simbiose entre o antigo e o moderno, vemos hoje um grande avanço, na música por exemplo, como é o caso do rock’on roll  com a ópera, evidenciado na música Barcelona de Fred Mercury e Monteserrat Caballé, abrindo novas perspectivas à música e aumentando exponencialmente a afluência de jovens à ópera.

 

  Fernando Figueirinhas


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