Trabalho de Conclusão de Curso I

Aula 2    Unidade 2

Os métodos de investigação

 

I. Os modelos metacientíficos e os critérios de diferenciação entre os métodos quantitativos e os qualitativos de investigação

    As indicações apresentadas na aula anterior devem ter sido suficientes para
evidenciar que os dois modelos metacientícos considerados - o naturalista e o
hermenêutico - representam duas maneiras distintas de conceber a investigação
psicológica. A partir da apresentação das características das pesquisas quantitativa
e qualitativa você deverá ser capaz de reconhecer a existência de uma relação
extremamente íntima entre a o modelo naturalista e a investigação quantitativa e
entre o modelo hermenêutico e a investigação qualitativa.
 
 

II. Características da pesquisa quantitativa e qualitativa

     Considere algumas das principais diferenças entre os métodos quantitativos e
qualitativos de investigação:

Quantitativa

- o mundo opera de acordo com leis causais

- os dados da pesquisa se originam da observação sensorial

- a realidade consiste em estruturas e instituições identificáveis enquanto
dados brutos por um lado e crenças e valores por outro. Estas duas
ordens se correlacionam para fornecer regularidades e generalizações

- o que é real são os dados brutos; valores e crenças são dados subjetivos que
só podem ser compreendidos através dos primeiros

- busca das relações entre variáveis independentes e variáveis dependentes
 

Qualitativa

- preocupação com um nível de realidade que não pode ser quantificado
- busca de significados, motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes

- Modalidades
- descrever o conteúdo dos fenômenos
- buscar a essência ou estrutura do fenômeno
- desenvolver formas de representação
 
 

III. Métodos de investigação em psicologia

     Ora, se considerarmos as abordagens naturalista e hermenêutica como os
dois polos de um contínuo, não nos parecerá difícil posicionar as distintas
modalidades de investigação psicológica em algum ponto deste eixo. Contudo,
é necessário esclarecer como é possível realizar uma investigação
psicológica. Em um sentido mais amplo, podemos diferenciar três estratégias
distintas de obtenção de dados na pesquisa psicológica:

1) experimentar -  envolve a manipulação de determinados aspectos do mundo
natural com o intuito de identificar as relações não-contingenciais entre duas
ou mais variáveis;

2) observar - envolve o reconhecimento ostensivo da existência de determinados
objetos presentes no mundo natural e a suposição de que se é possível esclarecer
as relações porventura existentes entre os objetos; e

3) perguntar - supõe a possibilidade de se adentrar o universo conceitual do
interlocutor com o objetivo de circunscrever através de uma relação intersubjetiva
o sentido das ações humanas.

 

IV. Estudos experimentais

- Princípios básicos da experimentação: - Vantagens - Desvantagens    
Experimento 
de Campo
 
Ponto de comparação
Experimento de Laboratório
Natural
Ambiente
Artificial
Controlada
Variável independente
Controlada
Aleatória
Alocação dos participantes para as condições experimentais
Aleatória
Os participantes podem não estar conscientes
Consciência dos objetivos da investigação por parte dos participantes
Os participantes, excetos crianças muito pequenas, devem estar conscientes que estão participando de um experimento
Mais difícil
Controle das variáveis 
estranhas
Mais alto
Alto
Realismo
Baixo
Dif'ícil
Possibilidade de 
réplica
Fácil
Geralmente alto
Custo e tempo
Mais baixo
Para situações semelhantes na vida real, alta; para situações distintas, baixa 
Generalização
(validade ecológica)
Para a vida real, geralmente muito baixa
Dificilmente podem ser levados para o campo
Equipamentos
Podem ser sofisticados e utilizáveis apenas no laboratório
 
Mais difícil de ser arranjada, devido a necessidade de se negociar com as pessoas presentes na situação (moradores, gerentes etc)
 
Outras desvantagens
Ambiente mais fácil de criar apreensões, ansiedades etc.
 

V.  Estudos observacionais

      Nos estudos observacionais o investigador observa de uma forma
relativamente livre e natural o comportamento de alguém, com o sem o
conhecimento de quem está sendo observado. Para se diferenciar a
observação que normalmente realizamos em muitas outras atividades
daquela que visa a obtenção de dados cientificamente significativos,
podemos denominar a esta última de observação sistemática.

     Quais seriam as razões que justificariam a realização de um estudo que
envolve a observação sistemática ?
1. quando se aceita a  admissão de que um experimento poderá gerar padrões
de comportamento muito artificiais;
2. nas circunstâncias em que a observação é a única forma de se registrar o
comportamento, como, por exemplo, no caso de bebês muito pequenos; e
3. quando o experimento não pode ser realizado por justificativas de natureza
moral, por exemplo, no caso de estudos que envolveriam a privação em crianças.
 

    Como os dados observacionais podem ser registrados ?

1. Visualmente: através de vídeos e fotografias

2. Auditivamente: através do registro de diálogos e conversas por meios
magnéticos; e

3. Escrita: quando registramos de forma escrita o que está acontecendo.

A depender do que se está a observar o registro escrito envolve a adoção
de um sistema de notação. Quais seriam as principais formas de se fazer
a notação dos comportamentos observados:

a) através de tabelas
      Tempo   Tipo de comportamento
     minutos          A     B    C    D
        01
        02
        03

b) através de escalas
 
 + -------------------------------  -

c) através de um sistema de codificação

 |   pé

^   andando

_   deitado

#   sentado
 

     Afinal de contas, o que pode ser observado ? Certamente que nem tudo
pode ser observado. Os observadores precisam inicialmente definir o que e
como irão realizar as suas observações. Eles precisam definir os termos em
que serão realizadas as amostras de comportamentos  a serem observados.
Podemos circunscrever, neste particular, três tipos de amostra:

i) amostra temporal: observa-se o que ocorre em determinados períodos. Por
exemplo, entre 14 e 14:15 h; na hora do recreio etc.

ii) amostra pontual: observa-se exclusivamente o comportamento de um dado
indivíduo, passando-se para o seguinte apenas quando o registro anterior
estiver completo; e

iii) amostra por evento: observa-se um tipo específico de evento todas as vezes
em que ele se manifesta. Por exemplo, registro de lutas infantis, de episódios de
interação social etc.

    Uma das principais características da observação sistemática é a de  que ela
pode ser considerada um recurso extremamente inpressionista e dependente dos
estados subjetivos do observador. Para lidar com esta dificuldade, e tornar mais
confiáveis os dados obtidos através da observação, os investigadores procuram
estabelecer a correlação entre os registros de vários observadores que fizeram
as suas observações em uma mesma circunstância. Esta correlação permite
estabelecer uma estimativa de confiabilidade inter-observadores. Assim, nas
circunstâncias em que esta estimativa é baixa, pode-se dizer que se manifestou
um forte viés do observador, sendo necessário tratar os resultados com uma
cautela extrema.
 

Observação naturalística
     Muitas vezes a observação controlada deixa a desejar, sobretudo porque
ela é muito artificial e os comportamentos não ocorrem em um contexto em
que eles se manifestariam naturalmente. Em decorrência desta dificuldade,
muitos pesquisadores adotam a estratégia de realização de observações
naturalísticas. Estas observações são realizadas no contexto específico em
que o comportamento que se deseja estudar costuma ocorrer. Pensando
assim, este tipo de observação pode ser considerada mais realista e
provavelmente possui uma taxa mais alta de validade ecológica. Contudo, o
observador deve fazer o possível para se tornar parte do ambiente em que
a observação está sendo realizada e isto não é  muito fácil.

      O principal problema com a observação naturalista reside na necessidade de
se definir claramente o sietma de registro e de classificação dos comportamentos
a serem observados. O problema pode ser considerado extremamente grave, uma
vez  que ele  não se localiza na acurácia ou na adequação do sistema de registro,
mas sim na suposição de que o simples fato de se estabelecer um sistema de
classificação já é o suficiente para se perder completamente a dimensão
contextual e as condições reais em que o comportamento se manifesta.
 
 

Observação participante
     O princípio básico da observação participante assenta-se na noção de que
“se você não pode observá-los, junte-se a eles”. Neste caso, o grau de
envolvimento do observador com quem está sendo observado pode variar
bastante. O observador pode trabalhar a descoberto ou pode disfarçar os
seus objetivos.
 
 

Forças e fraquezas das diferentes modalidades de observação, quando
                      comparadas com a experimentação

 
 
Pontos Fortes
Pontos fracos
Menos invasivos
controle menos rígido sobre 
as váriáveis externas
Menos chances de criar comportamentos artificiais como os encontrados nos laboratórios
Dificuldade em estabelecer de forma clara a relação causa-efeito
 
   
Pontos Fortes
Pontos fracos
Consegue controlar as variáveis externas
Artificialidade da situação
Controle dos viéses e variações dos observadores
Um sistema de classificação rígido pode impedir a detecção de aspectos importantes do comportamento observado
 
   
Pontos Fortes
Pontos fracos
O comportamento observado ocorre naturalmente o que impede a ansiedade de quem está sendo observado
As vriáveis estranhas dificilmente são controladas
Inclui o contexto social em que o comportamento se manifesta
Viéses ocorrem mais facilmente pois as situações dificilmente podem ser preditas
Alta validade ecológica
Os equipamentos de registros dificilmente podem ser utilizados de forma discreta
Útil quando a experimentação é impossível ou não pode ser realizada por razões éticas
A intrusão de equipamentos de registro (câmeras de vídeo, p. exemplo) geram comportamentos artificiais
Útil onde os indivíduos não conseguem atender a uma abordagem direta
Dificuldade para o observador permanecer oculto
A réplica é muito difícil
Um sistema de classificação rígido pode impedir a detecção de aspectos importantes do comportamento observado
   
Pontos Fortes
Pontos fracos
A obtenção de dados através de um sistema não-estruturado e menos rígido produz uma maior riqueza de informações
A obtenção de dados através de um sistema não-estruturado e menos rígido produz  problemas em relação a viéses e distorções
Alta validade ecológica
Dificuldades em comparar os dados com os obtidos por outros pesquisadores
Os participantes agem com naturalidade
Dificuldes de replicar ou se generalizar os resultados para outros contextos
Os participantes apresentam comportamentos e apresentam as suas idéias com mais autenticidade
Dificuldades para se fazer anotações, tendo que confiar na memória.
Os observadores podem detectar is os papéias e as diversas formas de interação entre os participantes 
Problemas éticos quando o observador não se apresenta
O envolvimento emocional do investigador pode impedir a objetividade
 
 

V. Estudos de self-report

      A característica mais marcante dos métodos de self-report é a que neste
caso o psicólogo faz algumas indagações e o participante do estudo, ao
responder à pergunta do investigador, gera um auto-relato que pode  ser
considerado fidedigno e válido.
     Os métodos de self-report podem ser estruturados ou não-estruturados.
Quanto mais desestruturado for o método, mais ricas serão as informações
coletadas, o pesquisador pode dizer o que pensa, a validade ecológica é alta
e o investigador pode adotar uma estratégia flexível na obtenção dos dados.
No plano oposto, com a adoção de um modelo mais estruturado de método de
self-report, os dados podem ser considerados mais verificáveis ou generalizáveis,
o investigador não necessita estar intensamente treinado ou possuir habilidades
interpessoais dignas de nota, o investigador está menos sujeito aos seus viéses
pessoais, podendo adotar, ainda, uma postura mais distante em relação ao
objetivo do estudo.
 

O problema do disfarce dos objetivos da investigação
     Há uma suposicão amplamente aceita na pesquisa psicológica de que o
investigador não pode deixar transparecer para o participante do estudo o
verdadeiro objetivo da investigação, sob pena de comprometê-la. Por que ?
     Pode-se admitir que se o participante sabe o verdadeiro objetivo da
investigação ele pode dirigir as suas respostas para duas direcões distintas.
Ele pode, para agradar ao pesquisador, responder não de acordo com o que
pensa, mas de acordo com aquilo que imagina que o pesquisador gostaria
de encontrar. Por outro lado, o participante do estudo pode, ao procurar
demonstrar que os seus padrões de comportamento fogem do convencional,
modificar as suas respostas com a finalidade de mostrar ao pesquisador que
possui características individuais próprias. Além desses dois aspectos, não
podemos perder de vista o fato de que se as informações forem potencialmente
embaraçosas  para o participante e se ele tiver clareza que as respostas
solicitadas pelo pesquisador se encaminham nesta direção, ele pode modificar
o teor das suas respostas.

    Se tudo isto é verdadeiro, é perfeitamente natural que o pesquisador procure
disfarcar o verdadeiro objetivo da sua investigação. Quais as estratégias que
podem ser adotadas para atingir esta finalidade ?
1. inserir a questão de interesse no meio de outras questões indiferentes para a
investigação em questão; e
2. utilizar algum indicador mais objetivo concomitantemente à entrevista (por
exemplo, um medidor do potencial elétrico da pele)
 
     Estas precauções, no entanto, não são suficientes para para livrar o
investigador de algumas preocupações recorrentes quando se utiliza os diferentes
métodos de self-report. Na literatura especializada já se encontram isolados
uma série de fatores que são capazes de afetar os métodos de self-report.
Eis alguns deles:

a) gênero: as pessoas respondem de forma mais positiva a investigadores do
sexo oposto, desde que as achem atraentes;

b) origem étnica: as pessoas reagem mais formalmente em relação aos
membros de outros grupos étnicos do que em relação aos membros do seu
próprio grupo;

c) formalidade do papel: o participante pode considerar o pesquisador uma
figura importante e ajustar a sua linguagem àquela do investigador;

d) subjetividade: pode existir uma “química” entre o pesquisador e alguns
participantes que favoreça a expressão de dados mais autênticos e genuínos;

e) desejabilidade social: o participante pode responder não o que acha, mas
sim o que imagina ser a resposta desejada pelo investigador; e

f) pistas avaliativas: o participante procurar obter do pesquisador pistas e
indícios a respeito das suas respostas. Para lidar com esta situação o investigador
deve evitar expressar indícios que ensejem ao participante pensar que ele
concorda ou discorda com os pontos de vista expostos.
 
 

    Podemos identificar dois tipos básicos de métodos de self-report: as entrevistas
e os métodos instrumentalizados. Consideremos rapidamente cada um deles:
 
 

Entrevistas
       A entrevista pode ser caracterizada em seu sentido mais amplo como um
processo de interação social entre duas ou mais pessoas onde uma procura
obter informações sobre a outra As entrevistas, como os demais métodos de
self-report, podem ser estruturadas e desestruturadas. As estruturadas podem
ser submetidas a análise através dos métodos quantitativos, enquanto as
dessestruturadas se adaptam melhor a uma análise realizada através da
metodologia qualitativa.
 
 

Tipos de estrevista

Não-diretiva: Muito utilizada na terapia centrada no cliente. O seu objetivo
primordial não é o de obter dados, mas sim o de ajudar ao paciente.

Informal: Voltada para a obtenção de dados, neste tipo de entrevista o
entrevistado é convidado a falar abertamente, enquanto o entrevistador
escuta pacientemente, apresentando no máximo alguns comentários
"inteligentes", evitando apresentar argumentos diretos.

Semi-estruturada: o entrevistador deve seguir um conjunto de questões
previamente definidas, mas ele o faz em um contexto muito semelhante
ao de uma conversa informal. O entrevistador fica atento, dirigindo no
momento que achar oportuno a discussão para o assunto que o interessa.

Estruturada, mas aberta: Existe um conjunto fixo de questões que o
entrevistador deve seguir, mas ele pode responder livremente a qualquer
questionamento feito pelo entrevistado.

Estruturada: Existe um número fixo de questões, uma ordem apropriada
para a apresentação das mesmas e o entrevistador determina as possíveis
respostas que podem ser escolhidas pelo entrevistado.
 

Meios de obtenção dos dados:
1) face a face
2) telefone
3) carta ou e-mail
 

Vantagens e desvantagens da entrevista
 
 - vantagens
- informações mais fidedignas
 

- desvantagens
- depende bastante de fatores subjetivos
- relação autoritária entre entrevistador e entrevistado
 
 
 

Instrumentalizados
      Alguns métodos de self-report confiam em instrumentos psicológicos
como o principal recurso para a obtenção dos dados da investigação. Quais
são os principais instrumentos utilizados pelsos psicólogos pra a obtenção do
seus dados empíricos ?
 

Questionários
      Os questionários são frequentemente utilizados em surveys para a obtenção
de dados sobre um amplo conjunto de questões, em especial a respeito de
determinados padrões de comportamento

     Temas tradicionalmente investigados através da aplicacão de questionários:

- modalidades de disciplina infantil;
- hábitos (alimentares; sexuais etc);
- atividades de lazer;
- princípios morais;
- comportamento eleitoral etc
 
 
 Escalas
    As escalas são construídas com a finalidade primordial de identificar posições
relativamente permanentes ou habituais de uma determinada pessoa a respeito de
um dado assunto. Elas são construídas geralmente a prtir da definição de um conjunto
de proposições sobre as quais o participante deve indicar o seu grau de concordância
ou discordância.
    Eis alguns exemplos de ítens de escalas:

1. Acho que todos os ganhadores de loteria deveriam dividir o seu prêmio com uma
instituição de caridade.
(   ) concordo totalmente
(   ) concordo parcialmente
(   ) não concordo nem discordo
(   ) discordo parcialmente
(   ) discordo totalmente
 
 

2. Acho que todos os ganhadores de loteria deveriam dividir o seu prêmio com uma
instituição de caridade.
 

VI. Estudo de casos

Estudo de casos
    Trata-se de um método que envolve o estudo aprofundado de uma pessoa ou de
um grupo de pessoas. A utilização deste método justifica-se em uma série de
circunstâncias:

a) Caso incomuns. Na situação em que exista um número reduzido de fenômenos
semelhantes em estudo ou de que o número não permita uma investigação de
natureza quantitativa o estudo de casos pode ser uma boa alternativa.

b) Contradição de uma teoria. De acordo com a perspectiva refutacionista que
discutimos anteriormente, um único contra-exemplo pode trazer sérios danos
para uma teoria firmemente estabelecida. Assim, pode-se utilizar o estudo de
casos para esclarecer este exemplo.

c) Coleção de dados. Se em uma determinada área de estudos existe um número
muito reduzido de exemplares submetidos a investigação, o estudo de casos pode
ajudar a preencher este espaço vazio, na medida em que através deste método
se é possível acumular uma quantidade razoável de casos que podem vir a ser
submetidos a uma análise posterior.

 

VII. O que podemos concluir ?

      Inicialmente podemos dizer que todos os métodos de investigação possuem
as suas vantagens e desvantagens. Se isto é aceitável, podemos afirmar ainda
que a escolha do método a ser adotado em uma determinada investigação
depende fundamentalmente de dois fatores: a natureza do problema a ser
investigado e a preferência pessoal do investigador
     Se o investigador está preocupado com a busca das causas de um determinado
comportamento, se ele deseja trabalhar com dados mais objetivos ou se a sua
intenção é a de generalizar os resultados para outras situações além daquelas em
que as observacões foram realizadas, ele deve preferencialmente procurar o
suporte nos métodos quantitativos de investigação. Se, no entanto, a busca das
intenções subjacentes aos atos dos agentes humanos ou se a procura dos
significados ocultos das ações humanas for o principal interesse do investigador
e se ele não tem a preocupação em generalizar os seus resultados para outras
situações que não aquela em que fez as suas observações, o investigador deve
dar preferência aos métodos qualitativos de investigação.
     Bem, as informações apresentadas até aqui nas duas primeiras unidades do
curso são suficientes pra se dar os primeiros passos e já está quase na hora de você
começar a refletir mais aprofundadamente sobre o tema da investigação do seu
trabalho de conclusão de curso. Começaremos a fazer isto na unidade IV do nosso
curso, mas antes seremos obrigados a relembrar um pouco as noções de variável
e controle.
 

Aula 1 Unidade 3
 
 
*  As tabelas apresentadas nesta página foram adaptadas de:
   Coolican, Hugh - Introduction to Research Methods and Statistics in Psychology.
        London: Hodder & Stoughton, 1996