A juizforana Denise, de 43 anos, é uma professora desempregada que
passou a vender artesanato na praça. Contudo, conhece o local há mais de onze anos,
pois, além de morar nas redondezas, sempre trouxe o filho David, desde bebê, para passear
e tomar sol. Hoje David joga futebol na praça com os amigos.
                                Para Denise, a praça deveria ser um espaço mais aberto, capaz de abrigar
mais eventos culturais e se tornar um verdadeiro ponto de encontro da comunidade. Ela
fala de seus projetos para o local com romântico entusiasmo: "Deveria haver um mural,
muito grande, para que as pessoas pudessem manter contato umas com as outras. Que a
gente formasse um ponto de encontro sadio, para as pessoas que querem fugir da televisão,
do computador, que querem conversar."
                                Durante a nossa conversa, mostrou-se indignada com a grande presença
de cachorros na praça, revoltada contra as pessoas que utilizam a praça somente como
banheiro público para os animais.
                                Mas, relembrando-se da sua infância, afirma que é uma praça familiar,
com uma presença muito forte de mães, tias e avós. Inclusive, crianças que moram no
centro da cidade, freqüentam o local para jogar bola. Nunca pensou em deixar de frequëntá-la,
mesmo considerando que deveriam proibir o trânsito de bicicletas e a necessidade de
promoverem atividades dirigidas às crianças.