O pipoqueiro
 
                                        
 

                                Francisco Reis, 63 anos,  natural de Rio Preto, reside em Juiz de Fora
há mais de quarenta anos. Embora seja mecânico aposentado, sempre vendeu pipocas
para complementar a renda. Como ele mesmo afirma, "sempre cumpriu dupla jornada".
                                Freqüenta a paça, como pipoqueiro, desde que foi inaugurada, por
volta de dez anos atrás. Seu itinerário vai do Colégio Jesuítas à Igreja de São Mateus.
Quando  movimento de pessoas na praça está bom, ele pára, senão segue direto para
a Igreja, passando pelo Teatro Solar.
                               A sua jornada começa às quatro horas da tarde, uma rotina estabelecida
desde que o antigo pipoqueiro abriu mão, a seu favor, do ponto na praça.
                                Em sua opinião, a praça está abandonada, precisando de muitos
cuidados, para que possa melhorar um pouco.  Recomenda a construção de banheiros,
pias, e até uma  cerca para evitar que os animais sujem a areia.
                                Para ele, os freqëntadores são pessoas de boa índole, principalmente
os idosos, já que a turma de arruaceiros sumiu, desde que foi instalado o Posto Policial.
Agora reina a tranqüilidade, nem se vê uma criança brigar.
                                Apesar de tudo, se pudesse escolher, preferiria o Parque Halfeld, pois
o movimento de lá é bem maior, e a expectativa de ganhos também. Mas não deixaria de
visitar o local, pois, apesar dos problemas, o ambiente é muito bom e, além do mais, possui
muitos amigos.
                              Compartilha com os demais freqüentadores os problemas e as alegrias do
lugar.  Reclama, sobretudo, das autoridades públicas, que retiram os
brinquedos para conserto, mas não retornam; teme pela saúde das crianças brincando na
areia suja.Pede que sejam colocados mais brinquedos, para que as crianças possam se
divertir mais e adverte contra os vândalos, que ajudam a destruir esse patrimônio público.