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"Parece um filme, mais não é. É a realidade trágica"

             O dia 11 de Setembro de 2001 marcou a história da humanidade como um dos dias mais chocantes deste primeiro ano do novo milênio. Toda imaginação lúdica e científica dos filmes, foi bruscamente transferida para a realidade, a destruição e a triste tragédia nos Estados Unidos. Se fosse um filme, ao final da sessão a vida continuaria normalmente, com a mesma tranquilidade , pois os espectadores sabem que tudo é ficção, irreal. Mas neste dia, o fato nos pegou de surpresa e violentamente gravou em nossa mente uma cena inesquecível e cruel, mudando a vida de muita gente... Que coisa terrível!!!
            Um dos maiores símbolos econômicos do mundo; o "World Trade Center" e o Pentágono, o centro da inteligência e da estratégia de guerra foram atingidos pelo terrorismo diabólico e destruidor. O saldo da tragédia nos questiona num profundo silêncio dia e noite. Imaginamos como é grande o sofrimento das famílias das vítimas... Seria bom se fosse um filme! Justamente naquela semana, a leitura da palavra de Deus falava assim: "Para o mal do orgulhoso não existe remédio" (Eclesiástico 3, 19-31). A essência do Pecado Original não era o orgulho, a ganância, a auto suficiência, o homem querendo igualar-se com Deus Todo Poderoso! (Gen 3,5).
            Na minha impressão, a atitude do Presidente George Bush é arrogante, pois ele não quis colaborar com o bem da humanidade, rejeitando a proposta do Congresso de Kyoto e a retirada dos representantes do Encontro do Anti Racismo em Johanesburg, etc. Ele defende somente o interesse dos Estados Unidos, não o bem comum da humanidade. Eu não justifico nada do atentado, mas entendo o mal estar que provocará mundialmente com esta atitude americana.
            A história da humanidade sempre se repete: o orgulho não dura e nem sobrevive sempre! Nenhum reinado (império) dura eternamente. Esta ambição e este desejo de registrar o seu poderio na história, cada época uma nova obra faraônica. Mas tudo é algo igual a espuma da onda do mar, nasce forte, mas desaparece. Como diz Coélet (Eclesiástes 1,2) "Tudo é fugaz" (vaidade).
            Agora, o que nós temos é a retaliação dos americanos contra os terroristas. Acabar com terrorismo é diferente de acabar com os terroristas incluindo os inocentes. A lei "Olho por olho, dente por dente" é do Antigo Testamento, é arcaica, Jesus Cristo nos trouxe outro critério evangélico: "Amar os inimigos, rezar pelos que nos perseguem e ameaçam", pois na história, muitas vezes a guerra foi utilizada para manter a paz. De fato, esta paz é falsa e forçada, porém o ódio, o rancor e os mal-tratos não são sanados e, consequentemente, a situação não é solucionada, somente administrada momentaneamente.
            Por isso, para ser cristão, é preciso seguir como discípulo o novo mandamento, o mandamento do amor. Neste sentido, sem conhecer Jesus Cristo é impossível mudar o nosso comportamento e o critério de ação. Quer dizer que, para adquirir a paz, não basta apenas destruir as armas se não acontecer a conversão no coração e na mente.
            Pedimos a Deus que dê à todos nós o Dom da Paz e da Reconciliação.

Pe. João Batista Aoki, SM           


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