1. INTRODUÇÃO
A região onde se localiza a Casa Guimarães Rosa (São Gonçalo do Rio das Pedras) possui um ecosistema ímpar no Brasil, o chamado campo de altitude ou campo rupestre, que vem sendo sistematicamente destruído pela ação inescrupulosa do homem há séculos e que precisa ser preservado.
O projeto terá a seu dispor uma propriedade de aproximadamente 2 hectares, nos arredores da Vila de São Gonçalo do Rio das Pedras distante 30 km. do Serro e 40 km. de Diamantina, em Minas Gerais. A propriedade conta com uma casa bem construída, eletricidade e fácil acesso à rede pública de água.
O principal objetivo do projeto será a produção de mudas de essências nativas da Serra do Espinhaço e do Vale do Jequitinhonha, que serão usadas para a recuperação de áreas degradadas pela ação do homem desde o início da ocupação da região no século XVII.
O processo de recuperação da flora da região comtemplará também a participação da sociedade local, envolvendo prefeituras, escolas, fazendeiros e moradores, através de programas de divulgação e educação ambiental.
O Projeto BERÇO DA FLORA servirá também como pólo de difusão de tecnologia, fornecendo para outras entidades e instituíções interessadas, informações sobre as técnicas desenvolvidas na produção de mudas das essências nativas regionais, principalmente com relação a: identificação das espécies; coleta de material reprodutivo; tratamentos necessários; armazenamento; plantio; e desenvolvimento. Espera-se também poder transferir para os interessados os mecanismos de envolvimento das comunidades com o projeto.
A gestão do empreendimento, pelo seu caráter
inovador e pioneiro na região, ficará a cargo da FUNIVALE
(Associação pró-FUNDAÇÃO
UNIVERSITÁRIA VALE DO JEQUITINHONHA ) , que além de proprietária
da área onde será implantado o projeto, ficará encarregada
pela captação de recursos financeiros pleiteados através
deste documento.
Em função dos objetivos e metas traçados para compor este documento, no capítulo 2 são descritos os principais aspectos ecológicos da região, abordando os meios físico, biótico e antrópico, de forma que se possa perceber a importância do projeto do ponto de vista da preservação da biodiversidade do ecosistema local.
As características da área da propriedade (Casa Guimarães Rosa), serão apresentadas no capítulo 3, incluindo sua localização e acessos, os aspéctos jurídicos do imóvel, a infra-estrutura disponível e o uso atual.
No capítulo 4 são discriminadas as principais justificativas para implantação do Projeto BERÇO DA FLORA e no capítulo 5 resumidos os objetivos a serem perseguidos pelo empreendimento.
A descrição das características técnicas do projeto é o tema do capítulo 6, compreendendo a infra-estrutura necessária, a metodologia para a produção das mudas , o conteúdo básico do programa de divulgação e educação ambiental e o programa de pesquisa.
A organização e gestão do empreendimento é comentada no capítulo 7, englobando os aspectos relativos à forma como o empreendimento deverá se organizar para atingir as metas programadas, o perfil do pessoal técnico que deverá estar envolvido, bem como relacionadas as atribuíções da FUNIVALE como órgão gestor do projeto.
A globalização dos montantes necessários para os investimentos e custeios programados, considerando os aspectos técnicos do projeto, são apresentados no capítulo 8 e o cronograma físico-financeiro do empreendimento no capítulo 9, ambos considerando um horizonte de quatro anos.
Ao final e de forma resumida, o capítulo 10 sintetiza os elementos técnicos e financeiros de maior relevância do projeto.
2 - ASPECTOS ECOLÓGICOS DA REGIÃO
Neste capítulo são descritos os principais aspectos ecológicos da região no qual o projeto está inserido, englobando os meios físico, biológico e antrópico.
Em termos de classificação genérica da cobertura vegetal, podemos enquadrar esta região como um refúgio ecológico. Segundo Font-Quer (1970), considera-se refúgio ecológico um lugar geralmente de reduzida extensão e com condições excepcionalmente favoráveis para determinadas plantas em meio que lhe é hostil, geralmente estas áreas estão situadas em locais elevados, montanos ou alto-montanos. Embora possua área reduzida, o refúgio ecológico, também denominado campo de altitude ou campo rupestre, como iremos denominá-lo neste documento, apresenta uma grande bio-diversidade e uma rara beleza cênica.
2.1 - Meio Físico
A região do projeto situa-se na serra do Espinhaço, que por sua vez está contida no denominado planalto Atlântico, estendendo-se desde a região das minas de ferro próximas à capital do estado, prolongando-se ao norte em direção a Bahia, até alcançar a divisa com o estado do Piauí. O maciço do Espinhaço , como o próprio nome sugere, é uma serra cujo contorno lembra uma espinha dorsal, dividindo o estado de Minas Gerais em duas importantes bacias hidrográficas, a do rio São Francisco à oeste e a do rio Doce e Jequitinhonha à leste. É na região de Diamantina que a serra do Espinhaço tem a sua maior massa e na qual ocorrem as maiores altitudes.
A evolução geomorfológica da região teve como condicionantes iniciais os eventos do pré-cambriano, quando a crosta terrestre apresentava relêvos elevados intercalados por vastas depressões. Submetida ao fenômeno da orogênese, com dobramentos e falhamentos sucessivos, as depressões foram colocadas em posição culminante em relação as demais áreas próximas , ocupando papél de destaque com relação à topografia. O substrato geológico é dominado pelas rochas do embasamento pré-cambriano, incluíndo intrusões e derrames de lavas.
Os solos predominantes são os litólicos, em associação com afloramentos rochosos, compostos essencialmente de rochas quartzosas, entremeados por solos areno-argilosos nos vales onde cresce a vegetação de cerrado.
O clima da serra do Espinhaço é do tipo tropical de altitude, com estação chuvosa compreendida entre os mêses de outubro e março. A porção oriental da serra apresenta maior humidade em relação à porção mais interiorana, devido a influência das frentes frias que beiram o litoral atlântico.
A temperatura média anual é proxima a 19º C. Com relação ao índice pluviométrico, os dados disponíveis da precipitação indicam variações que vão de 1.400 a 1.600 mm/ano.
2.2 Meio Biótico
Conforme comentado anteriormente, nesta região ocorrem os denominados campos rupestres, ou campos de altitude, forma única de vegetação, tanto pela variedade de espécies que reúne como pela sua distribuição peculiar entre solos pedregosos ou arenosos, entremeados por matas de galeria e campos cerrado.
Os campos rupestres situam-se em altitudes superiores a 900 metros, localizando-se em sua maior extensão na cadeia do Espinhaço em Minas Gerais e na chapada Diamantina na Bahia.
A ocorrência de plantas de famílias típicas como as compostas, as melastomatáceas, as velosiáceas e as eriocauláceas, conferem à região uma fisionomia uniforme.
As várias famílias botânicas que ao longo de milênios, foram se adaptando às condições características dos campos rupestres encontraram uma ou mais formas de sobreviver, pois, em geral, a água disponível é pouca. Mesmo nas estações chuvosas, as águas escoam com rapidez sobre as pedras, através dos solos pedregosos e arenosos, não havendo formação de lençol freático. A água só permanece por mais tempo em alguns locais arenosos e planos, entre os afloramentos e o solo alagado constituíndo-se excelente habitat para plantas saprófitas.
Além dos campos rupestres, ocorrem nesta região as matas de galeria que abrigam espécies típicas dos grotões de altitude e os campos cerrados, estes últimos compostos de vegetação esclerófila anã, arbustiva e/ou herbácea graminosa.
Nas encostas, crescem porções isoladas de mata (capões), que acompanham as ondulações de terreno, e por vezes, instalam-se no topo dos morros e colinas. Destacam-se nessas matas, entre outras espécies, o pau-pombo (tapirira), a copaíba (copaifera), o limãozinho (zandothoxylum), as praíbas (simarouba), as almecegueiras (protium), os crótons (croton) e as samambaiaçus da família das ciateáceas.
Junto aos campos rupestres, mais em outro tipo de solo, encontra-se manchas de cerrado, facilmente identificáveis pelas árvores baixas e tortuosas e pela presença de espécies típicas como o muruci (byrsonima verbacifolia) e o pau-terra (qualea grandiflora), pequi (família caryocaracea), mangaba (genero hancornia ), peroba (genero aspidosperma) entre outras.
Resumidamente, a região do projeto caracteríza-se pela presença de um estrato herbáceo instalado em solos rasos e arenosos, em que predominam as gramíneas, as ciperáceas, as eriocauláceas (conhecidas como sempre-vivas), as xiridáceas e as velosiáceas, sendo as três últimas famílias típicas dos campos rupestres. Em meio delas crescem arbustos esparsos, principalmente da família das compostas, das malpighiáceas e das poligonáceas, que deixam a serra em flôr durante todo o ano. Em meio à dominância desta vegetação surgem as matas de galeria próximas aos grotões onde correm os cursos d'água, isto sempre entremeado pelos campos cerrados que dominam o relevo mais aplainado dos vales.
A fauna regional caracteriza-se pela presença de inúmeras famílias de artrópodes, aves, peixes e mamíferos, sendo que algumas espécies estão ameaçadas de extinção em decorrência da devastação da flora local que, em muitos casos, serve de alimento, refúgio e local para prociração de diversos animais.
Dentre as principais espécies ameaçadas na região pelo rápido processo de destruição da cobertura vegetal local está o lobo-guará (Chrysocyon brachyurus Illiger, 1815)
2.3. Meio Antrópico
A Casa Guimarães Rosa está localizada numa área de 20.160 m² no distrito de São Gonçalo do Rio das Pedras no município de Serro em Minas Gerais. A propriedade encontra-se bem próxima à nascente do rio Jequitinhonha, que divide os municípios de Serro e Diamantina, portanto pertencente à bacia do Vale do Jequitinhonha.
O Vale do Jequitinhonha possui uma superfície de 78.451 km² , e tem uma população de aproximadamente um milhão de habitantes, sendo uma das mais pobres províncias do estado de Minas Gerais.
Em termos históricos, a região foi fruto da rápida ocupação causada pela descoberta de jazidas de ouro no século XVII. Por volta de 1720, descobriram diamantes no Arraial do Tijuco , hoje denominado Diamantina. Por causa desta descoberta o pequeno Arraial tornou-se um importante centro administrativo e comercial da região, obrigando a corôa portuguesa a decretar o monopólio da extração de diamantes e impor severas normas de comércio no distrito, que perduraram durante muitos anos. O distrito de São Gonçalo do Rio das Pedras, está situado a 40 kilometros de Diamantina e a 30 kilometros do Serro pela estrada (principal ligação) que da antiga Vila Rica (Ouro Preto) ligava a Vila do Principe (Serro) e o Arraial do Tijuco (Diamantina). Por esta estrada circulavam as tropas levando e trazendo mercadorias e passageiros. O contrôle de entrada e saída de tudo e de todos se dava na principal via de acesso.
Com a decadência da extração de diamantes no século XIX, outras atividades econômicas começaram a se desenvolver na região, destacando-se a viticultura e a tecelagem. Com o crescimento do núcleo urbano, Diamantina passa a ser o maior centro de serviços do Alto Jequitinhonha, posição esta que já não mantém na atualidade
Atualmente o setor primário domina a economia do município, sendo que as principais atividades são a mineração e a agropecuária, nesta última destaca-se a criação de bovinos e o reflorestamento, sendo que ambas vêm contribuíndo em muito para o processo de desmatamento e degradação ambiental.
O processo de desmatamento iniciou-se no século XVII, a partir da utilização da madeira e do carvão para as construções e também como fonte energética, pelos colonizadores que por lá penetraram durante o ciclo do ouro.
3 CARACTERÍSTICAS DA ÁREA DO PROJETO
3.1. Localização e Acessos
A Casa Guimarães Rosa está localizada no lugar denominado por Campo das Flores, do lado direito do córrego do Rebentão na estrada que vai para o povoado de Capivari em São Gonçalo do Rio das Pedras distrito do município de Serro no estado de Minas Gerais.
A propriedade está localizada a 1.500 metros do centro da vila e distante 40 kilometros de Diamantina por estrada de chão e 30 kilometros de Serro por igual estrada. A partir de Diamantina ou Serro é possível conectar a malha rodoviária asfaltada distante pouco mais de 300 kilometros de Belo Horizonte.
Os principais aeroportos próximos à região são o Aeroporto da Pampulha em Belo Horizonte e o Aeroporto Internacional Tancredo Neves (Confins). Tanto em Diamantina quanto em Serro existem aeródromos.
3.2. Aspectos legais do Imóvel
A FUNIVALE firmou um contrato de compromisso de compra e venda de terreno rural, devidamente registrado no Cartório de Registros de Títulos e Documentos de Diamantina.
3.3. Infra-Estrutura Existente
A propriedade possui 20.160 m² de área total, sendo 210 metros de um lado por 96 metros de outro lado. Mais ou menos na área central está localizada uma casa com 120 m² muito bem construída com três quartos, salão, cozinha e banheiro, existe também um reservatório para mais ou menos 3.000 litros de água. A rede elétrica da CEMIG está disponível para ligação imediata. Existe disponibilidade de fornecimento de água municipal, porém o fluxo é muito pequeno. Existe a necessidade de bombeamento do córrego próximo, através de moto-bomba, bomba elétrica ou por energia eólica.
4. JUSTIFICATIVAS PARA A IMPLANTAÇÃO DO PROJETO
São pelo menos três séculos de extração predatória de madeira na região da serra do Espinhaço e adjascências. Estima-se que o estado de Minas Gerais já tenha perdido 90% de sua cobertura vegetal nativa, segundo informações da Fundação Bio-Diversitas de Belo Horizonte-MG - 1990.
Primeiro foram os colonizadores, retirando a madeira para construir vilas, cidades e utilizando as florestas e cerrados como fonte energética. A partir do final do século XIX somou-se a necessidade de lenha e carvão para a indústria siderúrgica, tendo esta atividade crescido aceleradamente em meados deste século. Mais tarde a pecuária e a agricultura mal planejadas, contribuíram para a derrubada indiscriminada das matas restantes, abrindo espaço para pastagens e campos de cultivo.
Recentemente, com as matas cada vez mais distantes dos centros consumidores e os remanescentes florestais situando-se em áreas de difícil acesso, aliado à necessidade de cumprimento da nova legislação de reposição florestal, iniciou-se então uma corrida para o reflorestamento, utilizando-se espécies exóticas como o eucaliptus. O cerrado então vem sendo substituído por milhões de árvores desta espécie que em poucos anos são transformados em carvão e utilizados principalmente nas siderúrgicas.
Somente neste final de século que os legisladores e as autoridades executivas, passaram a fiscalizar com mais rigor as derrubadas de florestas nativas, impondo normas e multando aqueles que desmatam sem algum plano de manejo ou reposição.
Com o emprego de sistemas de exploração primitivos nas lavouras, a terra vem apresentando sinais claros de exaustão, diminuindo a produção e causando sérios problemas sociais, como a migração para os grandes centros urbanos. Aliado à diminuição da fertilidade dos solos, somam-se os problemas fundiários decorrentes da concentração da posse da terra e consequente expulsão dos pequenos produtores.
Somente com ações de conscientização da sociedade será possível reverter este processo de devastação indiscriminada, fruto de uma mentalidade retrógrada que vem se perpetuando ao longo dos anos.
Entretanto, para se poder iniciar o processo de repovoamento florestal é necessário o domínio das técnicas de multiplicação das espécies nativas, que possuem características fenológicas típicas de seus habitats. Muitas dessas espécies são de conhecimento recente da ciência e as práticas que permitem sua multiplicação artificial ainda são desconhecidas ou ainda necessitam de pesquisas para seu domínio.
Por outro lado, para um determinado número de outras espécies já é possível obter sua multiplicação em viveiros, desde que obedecidas as práticas de cultivo recomendadas pela literatura ou a experiência de hortos oficiais e particulares que desenvolveram seus próprios métodos.
Outrossim, não basta o domínio das técnicas de reprodução das espécies, é necessário direcionar o seu plantio de forma que o repovoamento possibilite recuperar as áreas já degradadas. Para isso é fundamental a participação da sociedade, conscientizando-a da necessidade de reverter o processo predatório.
É a partir dessas premissas que o Projeto BERÇO DA FLORA está fundamentado, esperando-se que com sua criação seja possível reverter o processo de devastação indiscriminado, dotando a região de meios para iniciar o repovoamento florestal, no qual estarão envolvidos todos os segmentos da sociedade.
5. OBJETIVOS DO PROJETO
A seguir são enumerados os principais objetivos a serem perseguidos pelo Projeto, considerando a finalidade com que está sendo proposto.
5.1 Gerais
Estes são os objetivos gerais básicos:
u aplicação dos conhecimentos já existentes para reprodução das espécies nativas da flora local em viveiro de mudas;
u desenvolvimento de pesquisas de forma a possibilitar a multiplicação de espécies botânicas cujo conhecimento atual ainda não permite a reprodução em larga escala; e
u educação ambiental das comunidades do Vale do Jequitinhonha através da rede escolar, possibitando as mesmas a participar do processo de repovoamento florestal. Intenso programa de ações de incentivo promovidas pelo Projeto e pela FUNIVALE estão previstos.
5.2. Específicos
u criação de uma infra-estrutura necessária para o pleno funcionamento do projeto;
u produção intensiva de mudas nos meses de março a outubro, coincidindo com os ciclos fenológicos de reprodução das espécies locais;
u criação de um banco de germoplasma com as principais espécies da flora regional, de forma a suprir as necessidades de reprodução e pesquisa do Projeto;
u desenvolvimento de um programa agressivo de divulgação e educação ambiental de forma que os plantios ocorram no período chuvoso da região (outubro a março);
u desenvolver gestões para tornar possível a realização de convênios com entidades científicas nacionais e estrangeiras, oficiais ou particulares, de forma a permitir o intercâmbio de informações técnicas e culturais;
u multiplicação da experiência do Projeto com o intuito de poder beneficiar outras regiões da serra do Espinhaço e do Vale do Jequitinhonha;
u manter contatos com empresas mineradoras da região, de forma a possibilitar ao Projeto em um futuro próximo o fornecimento de mudas e assistência técnica para reflorestamento das áreas degradadas. Vale ressaltar que estas empresas estão sendo obrigadas pela legislação ambiental a recuperar as áreas por elas destruídas, e neste caso, as mudas poderão vir a ser vendidas a preço de custo, viabilizando parte do custo de manutenção do Projeto.
6. CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS DO PROJETO
6.1. Necessidades de infra-estrutura e equipamentos
Para a operacionalização do Projeto BERÇO DA FLORA prevê-se a necessidade dos seguintes investimentos técnico-operacionais:
u construção de um galpão com 150m² que abrigará um laboratório com 50 m² e o restante do espaço servirá para almoxarifado e abrigo de máquinas e equipamentos;
u Construção de uma casa de vegetação com 50 m² ;
u Construção de canteiros em alvenaria, que ocuparão uma área total de 15.000m² na estabilização (quarto ano);
u sistema de irrigação, incluindo a aquisição de motobomba, reparo e construção de tanques reservatórios para acumulação de água com capacidade para 70 mil litros, aspersores e tubulações para irrigar 1,5 ha. de viveiros;
u aquisição de uma camionete para dar apoio ao projeto no que diz respeito a transporte do corpo técnico, visitas e compras necessárias;
u aquisição de betoneira para a mistura do substrato;
u aquisição de equipamentos diversos para laboratório incluindo microscópio, lupa estereoscópica, uma pequena câmara fria além de bancadas específicas.
u as necessidades de transporte de materiais pesados, como adubos orgânicos, terra, areia, etc., o projeto conta com a utilização de caminhões da Associação de São Gonçalo do Rio das Pedras, bem como das Prefeituras do Serro e Diamantina.
6.2 Produção de mudas
A seguir são descritos resumidamente os principais elementos da metodologia que será empregada para a produção das mudas de essências nativas:
u Identificação das matrizes - as sementes que serão utilizadas para reprodução das mudas serão provenientes basicamente de duas origens: a primeira será a seleção, em bancos de germoplasma existentes em viveiros públicos e privados, de matrizes das espécies de reprodução sabidamente conhecidas e que possuam quantidade que possibilitem sua multiplicação em larga escala; a segunda será através da coleta de matrizes na vegetação existente no local e em remanescentes da flora próximos a área do projeto, segundo critérios de qualidade fenotípica superior (copa, fuste, sanidade, crescimento, dominância, etc.), conforme poderá ser visto no programa de pesquisa;
u coleta e armazenamento de sementes - a coleta ou aquisição das sementes será feita em quantidades que atenda ao consumo/ demanda de mudas, conforme as metas de produção previstas. A partir da infra-estrutura programada para o projeto (laboratório, casa de vegetação e câmara fria) serão procedidos os testes de germinação e ensaios de quebra de dormência para aceleração da produção. O armazenamento também será realizado em condições controladas de temperatura e umidade, avançando o tempo e a viabilidade das sementes;
u beneficiamento - o beneficiamento das sementes será realizado manualmente, através de operações de limpeza e seleção antes do plantio, procurando homogenizar o material reprodutivo e descartando aquelas sementes que estejam fora dos padrões de qualidade;
u produção de mudas - a produção de mudas será feita em sacos plásticos em canteiros que serão irrigados por aspersão convencional. O substrato utilizado será uma composição diferenciada de areia, terra vegetal e adubo orgânico. O enchimento das sacolas será realizado manualmente através de moegas, havendo necessidade de desinfecção do substrato antes da sua utilização;
u eleição de espécies - a escolha das espécies será realizada durante a primeira fase do projeto, através de uma pesquisa que possibilite identificar qualitativa e quantitativamente o material reprodutivo disponível no mercado e as matrizes existentes na região.
6.3 Programa de Divulgação e Educação Ambiental
O sucesso do projeto está baseado em um forte esquema de divulgação e educação ambiental das comunidades do Vale do Jequitinhonha, para o qual todo esforço de produção de mudas está voltado.
Prevê-se que as mudas sejam fornecidas para a rede de escolas rurais dos municípios no entorno do Projeto, incentivando os alunos das escolas na criação de bosques e pomares em suas propriedades ou mesmo junto às comunidades em que residem como uma alternativa econômica. As mudas também serão fornecidas às Prefeituras locais que desejem iniciar um programa de arborização de praças e vias públicas, garantindo assim o início do processo de repovoamento florestal.
Fazendeiros e proprietários de chácaras e sítios igualmente serão alvo do programa, assim como as empresas de reflorestamento e as mineradoras, possibilitando a disseminação das matrizes que ao crescerem e frutificarem originarão novas sementes para a multiplicação.
A seguir são enumerados os principais pontos do programa de divulgação e educação ambiental:
u visita educativa à rede de escolas rurais da região para divulgação do projeto;
u criação de estágios para os alunos das escolas rurais na área de produção de mudas;
u elaboração de cartilhas educativas para a distribuição junto as comunidades alvo do programa;
u convênios junto as empresas particulares, reflorestadoras e mineradoras, para divulgação do programa de educação ambiental;
u recrutamento de alunos nas escolas rurais municipais para, juntamente com técnicos do projeto, percorrerem as comunidades localizando e cadastrando matrizes para a coleta de sementes;
6.4 - Programa de Pesquisa
O programa de pesquisa objetiva basicamente a geração de conhecimentos botânicos sobre a flora regional, de forma a permitir o domínio da reprodução em larga escala das principais espécies que habitam este ecossistema.
Para isso foram concebidos na infra-estrutura do projeto:
u um laboratório com equipamentos que permitam a pesquisa taxonômica, anatômica e fisiológica das espécies botânicas mais representativas da flora;
u uma casa de vegetação que permitirá adequar algumas condições especiais para facilitar a germinação ou mesmo a quebra de dormência de alguns tipos de sementes ou estacas.
u uma biblioteca onde deverá ser montado um banco de dados de referência para servir de apoio à equipe técnica que ficará responsável pelo programa;
Além dessa infra-estrutura o projeto prevê a contratação de um biólogo permanente para cuidar do programa, principalmente com a manipulação do banco de germoplasma das espécies nativas.
A seguir enumeramos a metodologia geral do programa de pesquisa:
u seleção das espécies prioritárias do programa de pesquisa através de um levantamento criterioso, que deverá levar em consideração principalmente o grau de devastação da espécie no meio ambiente e a possibilidade de sua reprodução;
u levantamento botânico na região para identificação das matrizes de interesse, selecionadas na etapa anterior. Esta identificação não se restringirá somente ao corpo técnico do projeto, podendo ser realizada com a participação das comunidades da região;
u após identificadas as matrizes as mesmas serão submetidas a uma seleção fenotípica no qual os critérios de seleção deverão levar em consideração a forma e desenvolvimento arquitetônico da copa, altura ou fuste, aspectos fitossanitários da planta, tipo de crescimento, dominância dentre outros;
u a próxima etapa é a coleta do material reprodutivo que poderá ser sementes ou estacas para pesquisa. O material deverá ser catalogado e devidamente identificado (procedência, data da coleta, etc.);
u a seguir serão iniciados os testes de reprodução para se conseguir dominar os métodos reprodutivos.
7 - ORGANIZAÇÃO E GESTÃO DO EMPREENDIMENTO
A criação do Projeto BERÇO DA FLORA em São Gonçalo do Rio das Pedras (Serro-MG), vem ao encontro dos fundamentos da FUNIVALE, que objetiva promover o conhecimento e a geração de tecnologia local, de forma a beneficiar as comunidades residentes no Vale do Jequitinhonha.
Com o pleno funcionamento dos viveiros de produção de mudas, e o consequente replantio das áreas degradadas, a FUNIVALE põe em prática um importante projeto que, a longo prazo, estará contribuindo de forma efetiva para reverter o quadro de desequilibrio do meio ambiente causado pela extinção da flora e a fauna local.
A FUNIVALE é uma sociedade civil sem fins lucrativos, com sede em São Gonçalo do Rio das Pedras (Serro-MG), cujo estatuto encontra-se registrado no Registro de Pessoas Jurídicas sob o número 3014, livro A%, de 28 de fevereiro de 1989.
A FUNIVALE ficará responsável por toda a organização e gestão do projeto. Fisicamente prevê-se uma administração geral localizada na Casa Guimarães Rosa sede da FUNIVALE, onde ficará lotada toda a equipe do projeto.
A seguir descrevemos a equipe e suas atribuições:
u coordenador geral - membro da diretoria da FUNIVALE ou indicado por ela através de contrato pertinente, com conhecimento em gestão de recursos financeiros, liderança e conhecimento da região. Terá como atribuição a coordenação do projeto juntamente com o corpo técnico. É atribuição expressa do coordenador geral, viabilizar o convênio com a Escola de São Gonçalo do Rio das Pedras. O coordenador deverá manter o pleno funcionamento das atividades do projeto e sendo responsável pela administração dos recursos do empreendimento e pelos contatos institucionais com outras entidades. Estes contatos serão estendidos ao setor privado visando a divulgação do Projeto e possíveis acordos de cooperação. Deverá possuir o domínio da lingua inglesa, disponibilidade para viagens e residir próximo à sede do projeto.
u técnico agro-florestal - engenheiro agrônomo/florestal com especialização em reflorestamento com essências nativas. Terá como principais atribuições a coordenação técnica do projeto e sendo responsável pela implantação dos viveiros bem como do laboratório de botânica, incluindo a manutenção dos mesmos. Coordenará as atividades relacionadas com o banco de sementes, respondendo pela edição dos relatórios técnicos periódicos de acompanhamento. Será também responsável pelo programa de coleta de sementes na região, assim como pelo gerenciamento do banco de dados sobre a flora regional e biblioteca. Deverá ter conhecimentos da lingua inglesa e de informática, devendo residir próximo a área do projeto.
u biólogo - este técnico deverá ter especialização em botânica e experiência na área de reflorestamento de essências nativas e manipulaçào de banco de germoplasma. Terá como principais atribuições a responsabilidade da manutenção do banco de sementes e a manipulação do banco de dados sobre a flora regional. Deverá possuir conhecimentos da lingua inglesa e residir próximo a área do projeto.
u técnico agrícola - esta pessoa deverá ter formação de nível médio, de preferência na área agro-florestal, com experiência necessária na área de reflorestamento, como manejo de viveiros, lida operacional de construções rurais, irrigação e administração de fazendas. Terá como atribuições o trato com os trabalhadores rurais contratdos e a manutenção das instalações físicas e equipamentos do projeto. Este técnico deverá igualmente residir próximo a área do projeto.
u Cozinheira - Cuidará da cozinha e preparo da alimentação da equipe técnica e dos trabalhadores avulsos. Residente próximo a área do projeto.
O Projeto prevê, um convênio com a Escola de São Gonçalo do Rio das Pedras. Serão selecionados 60 (sessenta) estudantes com bons rendimentos, para atuarem nos trabalhos gerais do Projeto. Os selecionados atuarão por 10 horas semanais, devidamente compatíveis com os horários normais da escola e receberão mensalmente a título de "bolsa de estudos" uma quantia de US$25.00 e/ou o equivalente em mantimentos e roupas a critério da FUNIVALE. Será estipulado um critério de seleção dos bolsistas, que poderão ser desqualificados caso seu rendimento escolar não satisfaça o mínimo desejado.
8 - NECESSIDADES DE RECURSOS
A seguir são discriminadas as necessidades de recursos financeiros para implementação do projeto, levando em consideração os investimentos e custeios programados e discutidos no capítulo 6 e 7 deste documento, considerando-se um prazo de aplicação de recursos de 4 anos.
8.1 Investimentos
Na tabela 8.1 encontram-se discriminados os custos anuais dos investimentos estimados para o projeto, em função das seguintes metas de produção estimadas:
1°
ano - 50.000 mudas
2° ano - 100.000
mudas
3°
ano - 250.000 mudas
4°
ano - 600.000 mudas
e demais.
Em termos do cronograma físico dos investimentos do projeto, previu-se que:
u todas as obras civis serão realizadas no 1° ano;
u as máquinas e equipamentos serão adquiridas considerando-se a evolução da produção de mudas;
u os canteiros serão construidos considerando-se o ritmo programado de produção de mudas.
TABELA 8.1
Valores são expressos em US$
DISCRIMINAÇÃO | UNIDADE | QUANTIDADE | CUSTO UNITÁRIO | CUSTO TOTAL |
OBRAS CIVIS | ||||
GALPÃO CONJUGADO | M² | 50 | 100,00 | 5.000,00 |
GALPÃO PARA INSUMOS | M² | 150 | 100,00 | 15.000,00 |
CASA DE VEGETAÇÃO | M² | 100 | 50,00 | 5.000,00 |
CANTEIROS | HA. | 1,5 | 20.000,00 | 30.000,00 |
MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS | ||||
CAMIONETE | UNIDADE | 01 | 10.000,00 | 10.000,00 |
BETONEIRA | UNIDADE | 01 | 3.000,00 | 3.000,00 |
DIVERSOS | VERBA | 5.350,00 | 5.350,00 | |
SISTEMA DE IRRIGAÇÃO | ||||
MOTO-BOMBA | UNIDADE | 01 | 5.000,00 | 5.000,00 |
TUBULAÇÕES E ASPENSORES | HECTARE | 1,5 | 1.500,00 | 2.250,00 |
TANQUE RESERVATÓRIO | UNIDADE | 01 | 2.000,00 | 2.000,00 |
EQUIPAMENTOS DE LABORATÓRIO | ||||
MICROSCÓPIO | UNIDADE | 01 | 1.000,00 | 1.000,00 |
LUPA ESTEREOSCÓPICA | UNIDADE | 01 | 1.000,00 | 1.000,00 |
CÂMARA FRIA | UNIDADE | 01 | 800,00 | 800,00 |
DIVERSOS | VERBA | 1.500,00 | ||
MÓVEIS E UTENSÍLIOS (*) | CONTRAPARTIDA DA FUNIVALE | |||
PROJETO EXECUTIVO (**) | 30.000,00 | |||
TOTAL | 116.900,00 |
8.2 - CUSTEIOS
Na tabela 8.2 encontram-se discriminados os custos anuais de operação e manutenção do projeto considerando os seguintes itens:
u mão-de-obra: estimou-se que 100% da mão-de-obra técnico-operacional será contratada no primeiro ano do empreendimento. Já a mão-de-obra braçal seguirá o ritmo de produção das mudas e esta necessidade será coordenada pelo coordenador geral.
u manutenção das obras civis: considerou-se um valor de 5% do valor global do investimento em obras civis por ano.
u manutenção de máquinas e equipamentos: o valor considerado equivale a um percentual de 10% do total do custo de aquisição por ano. Este valor engloba todos os custos com reparos, lubrificação, aquisição de peças de reposição, etc.
u Insumos: o valor anual dos custos dos insumos foi calculado em função das metas de produção. Neste item inclui-se o combustível.
Tabela 8.2 - Custeio anual
Valores expressos em US$
Discriminação | Unidade | Quantidade | Custo Unitário | Custo Total |
Mão-de-obra Técnica | ||||
Coordenador 01 | mês | 48 | 800,00 | 38.400,00 |
Técnico Agro-Florestal 01 | mês | 48 | 800,00 | 38.400,00 |
Biólogo 01 | mês | 48 | 500,00 | 24.000,00 |
Técnico Agrícola 01 | mês | 48 | 350,00 | 16.800,00 |
Cozinheira (*) | mês | 48 | 100,00 | 4.800,00 |
Estudantes conveniados | 60/mês | 48 | 25,00 | 72.000,00 |
SUB-TOTAL | 194.400,00 |
Mão-de-obra braçal | ano | 01 | 4.500,00 | 18.000,00 |
Alimentação | mês | 48 | 500,00 | 24.000,00 |
Insumos | ||||
Sacos plástico | milheiro | 1.000 | 6.00 | 6.000,00 |
Substrato (**) | m³ | 1.260 | 20.00 | 25.200,00 |
Defensivos | Verba | 9.000,00 | ||
Combustível | Verba | 10.000,00 | ||
Manutenção de obras civis | ano | 4 | 2.500,00 | 10.000,00 |
Manutenção de máquinas e equipamentos | ano | 4 | 1.835,00 | 7.340,00 |
SUB-TOTAL | 109.540,00 | |||
TOTAL | 303.940,00 |
9 - CRONOGRAMA FÍSICO-FINANCEIRO
O cronograma físico-financeiro apresentado a seguir, discrimina os investimentos e custeio anual ao longo dos quatro primeiros anos do empreendimento.
Os investimentos encontram-se agregados em obras civis, canteiros, sistema de irrigação, máquinas e equipamentos, equipamentos de laboratório, móveis e utensílios e projeto executivo, enquanto o custeio anual em mão-de-obra técnica e braçal, alimentação, insumos e manutenção de máquinas e equipamentos.
Conforme pode ser observado na tabela 9.1, que apresenta o cronograma físico-financeiro do projeto, considerando um horizonte de quatro anos, o custo total do projeto é de US$420.840,00 (quatrocentos e vinte mil, oitocentos e quarenta dólares americanos), sendo US$ 161.830,00 no primeiro ano, US$ 77.140,00 no segundo, US$ 96.180,00 no terceiro e US$ 95.690,00 no quarto ano.
Os investimentos somam US$ 116.900,00 e o custeio US$ 303.940,00 para
os anos considerados.
Tabela 9.1 - CRONOGRAMA FÍSICO-FINANCEIRO
Valores expressos em US$
Discriminação | ANO 1 | ANO 2 | ANO 3 | ANO 4 |
1- Investimentos | ||||
Obras civis | 25.000,00 | - | - | - |
Canteiros | 6.000,00 | 3.000,00 | 12.000,00 | 9.000,00 |
Sistema de Irrigação |
7.225,00 |
675,00 |
675,00 |
675,00 |
Máquinas e Equipamentos Agrícolas |
18.350,00 |
- |
- |
- |
Equipamentos de Laboratório |
4.300,00 |
- | - | - |
Móveis e Utensílios | Contra-partida da FUNIVALE | |||
Projeto Executivo |
30.000,00 |
- | - |
- |
2- Custeio | ||||
Mão-de-obra Técnica |
48.600,00 |
48.600,00 |
48.600,00 |
48.600,00 |
Mão-de-obra Braçal | 4.500,00 | 4.500,00 | 4.500,00 | 4.500,00 |
Alimentação | 6.000,00 | 6.000,00 | 6.000,00 | 6.000,00 |
Insumos | 5.020,00 | 7.530,00 | 17.570,00 | 20.080,00 |
Manutenção de Máquinas e Equipamentos |
1.835,00 |
1.835,00 |
1.835,00 |
1.835,00 |
Combustível | 2.500,00 | 2.500,00 | 2.500,00 | 2.500,00 |
Manutenção de obras civis | 2.500,00 | 2.500,00 | 2.500,00 | 2.500,00 |
TOTAL | 161.830,00 | 77.140,00 | 96.180,00 | 95.690,00 |
10 - SÍNTESE DA PROPOSTA
É mister a necessidade urgente de serem viabilizadas alternativas para o repovoamento de essências nativas na Serra do Espinhaço e no Vale do Jequitinhonha.
O Projeto Berço da Flora apresenta-se como uma alternativa, que busca ao longo de quatro anos, levantar informações (que são ora escassas) desta flora; criar um banco de sementes e de dados, permitindo que outras iniciativas semelhantes no Vale partam de um começo mais brando e principalmente, produzirá como meta mínima a quantia de 1.000.000 (um milhão ) de mudas diversas ao mesmo tempo que viabilizará seu plantio de forma racionalizada.
O projeto prevê ainda uma aproximação entre as entidades privadas e oficiais na área de pesquisa e reflorestamento. As Universidades de Minas Gerais poderão fazer do projeto uma área de extensão, bastando para isso formalizar um convênio com a FUNIVALE.
O valor global do projeto, estimado em US$420.840,00
(quatrocentos e vinte e quatro mil oitocentos e quarenta dólares
americanos), representa um custo de US$0,42 (quarenta e dois centavos de
dólar) por muda, o que se encaixa perfeitamente aos preços
praticados no mercado para mudas diversas. Este mesmo valor poderia ser
considerado per capita, uma vez que a população do Vale do
Jequitinhonha é estimada em 1.000.000 de habitantes. Trata-se portanto,
de uma quantia extremamente pequena para o universo de quatro anos diante
da importância sócio-econômica, ambiental e cultural
no Vale do Jequitinhonha.
SÓ NA FOZ DO RIO É QUE SE OUVEM OS
MURMÚRIOS DE TODAS AS FONTES.
João Guimarães Rosa