FETO FLUTUANTE
FETO FLUTUANTE
Que falta sinto do alívio do teu toque,
em minha pele calejada pela solidão.
Que falta sinto apertar teu corpo contra o meu,
arrancando estálos de vértebras surpresas.
Que falta sinto correr meus dedos
por teu pêlo perfumado de ervas matinais.
Que falta sinto acariciar-te na noite
com mexidas suadas de amor.
Que falta sinto correr teu corpo com meus lábios,
forçando-te sussurros espremidos entre os dentes.
Que falta sinto morder tuas partes,
implorando-te silêncio arrepiado pelo instante.
Que falta sinto beijar tua boca,
embebendo-te de minha alma sorridente.
Que falta sinto estar em ti,
ser contigo um só corpo perdido no delírio da paixão.
Que falta sinto gozar contigo mil delícias,
no afago de tuas carícias feito feto flutuante na barriga
do teu ser.
Maio/96
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