Mosca Branca

A mosca-branca, Bemisia tabaci (Genn.), é um inseto polífago e já foi observada reproduzindo-se em 506 diferentes espécies vegetais, pertencentes a 74 famílias botânicas. Nos últimos anos, na maioria dos países das Américas e da Bacia do Caribe, as populações de uma nova raça de B. tabaci têm aumentado de maneira assustadora, alojando-se em uma gama de hospedeiros, Essa raça chegou a ser descrita em 1994 como uma espécie nova (Bemisia argentifolii Bellows & Perring) mas até o momento ainda existe controvérsia nessa classificação. Nesses países, a partir do final da década passada, começaram a ocorrer surtos de mosca-branca em hospedeiros não habituais, como brássicas, cucurbitáceas e poinsétia (bico-de-papagaio). Em 1990 / 91, na América do Norte, nos Estados da Califórnia, Arizona e Flórida, e em países do América Central, Guatemala, Honduras e Costa Rica, esses surtos tornaram-se verdadeiras explosões populacionais, atingindo níveis incontroláveis em cultivos de tomate e melão. Na agricultura dos Estados Unidos, de 1990 a 1994, as perdas estimadas nos cultivos mais afetados, como hortaliças e plantas ornamentais, ultrapassaram um bilhão de dólares, sendo a mosca-branca a praga de maior importância econômica no país. No Brasil, os problemas tiveram início em 1991, na região de Campinas, Estado de São Paulo, com altas infestações nos municípios de Paulínia, Holambra e Jaguariúna, afetando principalmente plantações de abóbora, abobrinha, tomate, brócoli, berinjela e plantas ornamentais.

Recentemente, foi detectada no Vale do São Francisco (PE e BA), causando grandes perdas às culturas de tomate industrial e de cucurbitáceas. Há pouco, sua ocorrência foi relatada também em Mossoró (RN), principal pólo produtor de melão do Brasil, tornando-se uma grande ameaça à cultura.

Ciclo Biológico

O ciclo biológico da mosca-branca pode variar de 21 a 45 dias, sendo influenciado principalmente pela temperatura. Os ovos são colocados na face inferior das folhas, numa média de 160 por fêmea. Eclodindo, as ninfas são móveis em seu primeiro estádio. Após selecionarem um Iocal, introduzem seu estilete e se fixam, não se movendo mais. Os adultos emergem depois de quatro estádios.

Prejuízos

A B.tabaci é bastante conhecida como vetora de vírus, alguns Iimitantes para a agricultura, como o mosaico-dourado-do-feijoeiro. Todavia, essa nova raça tem se caracterizado por provocar desordens fisiológicas, como o prateamento das folhas em cucurbitáceas, principalmente abóbora, com queda na produção e, também, o amadurecimento irregular dos frutos do tomateiro, depreciando-os comercialmente.

Em plantas ornamentais, infesta intensamente a poinsétia (bico-de-papagaio), provocando o aparecimento de fumagina. Prejudica também a comercialização do crisântemo.

Medidas de controle

As medidas de controle para a mosca-branca devem ser intensificadas nos períodos mais secos e quentes do ano, quando ocorrem aumentos populacionais do inseto.

Medidas gerais:

  • Adquirir material de propagação sadio (mudas e estacas), verificando, principalmente, a face inferior das folhas para Iocalizar ovos, larvas e adultos.
  • Eliminar plantas hospedeiras da praga dentro da cultura e em áreas vizinhas.
  • Fazer Ievantamento e contagem da praga em campo.
  • Fazer monitoramento em estufas, usando placas indicadoras de coloração amarelo-intensa, distribuindo uma placa para cada     1000 m².
  • Usar inimigos naturais no controle biológico, como, por exemplo, a Encarsia spp.
  • Destruir e incorporar os restos de cultura após a colheita.
  • Evitar o plantio de variedades muito atrativas à praga.
  • Controle químico

    Existem diversos princípios ativos recomendados para o controle da mosca-branca, como Endosulfan (clorado), Aldicarb (carbamato sistêmico) e Imidacloprid (nitroguamidinas), entre outros. As recomendações de uso desses produtos, dosagens, culturas recomendadas, formas de aplicação, período de carência, etc., devem ser obtidas na Casa da Agricultura local.

    -- Usar soluções à base de detergentes caseiros nas concentrações de 0,5 a 1 por cento.

    -- Trabalhar com alta pressão na pulverização de defensivos químicos, procurando atingir as folhas de maneira homogênea, pulverizando a planta de baixo para cima, de modo a atingir a face inferior das folhas, onde se encontram os ovos, larvas e geralmente o inseto adulto.

    -- Fazer as pulverizações nas horas mais frescas do dia, de preferência na madrugada e início da manhã, para evitar a evaporação rápida da calda de pulverização.

    -- Usar defensivos químicos, fazendo a rotação entre produtos de grupos químicos diferentes. Ex.: alternar organofosforados com piretróides ou carbamatos.

    Fonte: CATI

    Secretaria de Agricultura e Abastecimento