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Como sempre acontece com o que é novo,  são muitas as barreiras que se levantam, impedindo  o florescimento  do teletrabalho.  Por pura ignorância  e desconhecimento  de causa, os patrões  (que são quem mais ordena) são os piores. 



































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 Os Obstáculos ao Teletrabalho  

Apesar dos bons ventos que sopram, nem tudo corre de feição ao teletrabalho. Saiba quais são os principais obstáculos à concretização do teletrabalho e qual a sua origem.   

Perante uma nova forma de trabalhar, e todas as transformações e alterações que isso provoca na sociedade, é perfeitamente natural que surjam obstáculos.O facto de a tradição ainda ser o que é só dificulta as coisas.   
«O problema na Europa», refere Jack Nilles, «é existirem tantas barreiras: línguas, barreiras culturais do género "trabalhamos assim há 400 anos, porquê mudar". Encontramos esta mentalidade constantemente na Europa. Isto não acontece na Ásia», e por isso se vê as suas economias emergentes a florescer.   
Portanto, os obstáculos começam logo no topo. Políticos e empresários são o que se pode de chamar de «empatas». «Realmente há um interesse político muito grande no teletrabalho, mas a maioria da Europa mais uma vez preocupa-se tanto com tanta coisa, interfere tanto, que acabará por perder o barco, não apenas do teletrabalho, mas - mais importante do que tudo isso - de um mercado de serviços de alto valor acrescentado que cada vez mais tem uma importância estratégica no mundo desenvolvido.» Burocracia e política formam, pois, um cocktail explosivo.  
Mas a ignorância e a pouca vontade da mudança são também outras condicionantes do desenvolvimento do teletrabalho. «Apenas a ansiedade da administração, que está normalmente desactualizada dez anos sobre o teletrabalho, está a atrasar a era electrónica», refere Steve Patient.   
Jack Nilles fala, por sua vez, de um comportamento idêntico nos gestores. «A principal barreira contra o teletrabalho vem dos gestores, o que é assustador. Se se está habituado ao que Tom Peters chama "gestão por circulação" e se descobre que [na empresa] não está lá ninguém, isto deixa um gestor muito nervoso. A primeira pergunta de rotina que os gestores nos fazem é "como é que eu posso saber se os meus empregados estão a trabalhar se não os posso ver?».  
E continua: «a resposta de rotina a isso é: e como é que pode saber que eles estão a trabalhar quando os está a ver? As pessoas em geral sentem-se mais seguras se trouxerem os empregados para o escritório todos os dias, os sentarem à secretária e se eles parecerem atarefados. Pensam que alguma coisa deve estar a acontecer».  
E como «gato escaldado da água fria tem medo», os sindicatos estão também de pé atrás, temendo que o teletrabalho seja mais uma forma de exploração. «Os sindicatos preocupam-se porque encaram o teletrabalho como uma ameaça ao emprego e vêem-no como uma forma implícita das empresas explorarem mais os seus funcionários, obrigando-os a trabalhar mais e ao mesmo tempo desvinculando o funcionário da empresa, dando por isso mais liberdade à empresa para o despedir. Outros vêem no teletrabalho mais uma forma de a Europa ser invadida por trabalho especializado, proveniente de outros países com estruturas de apoio social mais débeis, a baixos custos e sem qualquer forma de controlo. Mas há quem encare este mesmo pro-blema como uma forma da Europa intervir mais activamente num mercado de trabalho de alto valor acrescentado», explica Miguel Reynolds (TELEMANutenção).  
Há ainda os legítimos receios dos trabalhadores. «Como se sentirão os funcionários e quadros administrativos, habituados a encontrar os seus colegas no local de trabalho e a trabalhar com eles, quando o teletrabalho (e a telecomutação) lhes permitir executar as mesmas tarefas em suas casas, numa situação de isolamento físico? O facto de se libertarem do tormento diário das deslocações compensará a falta de interacção social que hoje consideramos um dado adquirido?»  
Estas são apenas algumas das questões.Social e colectivamente colocam-se também desafios. Sectores de actividade como o comércio, os transportes, o imobiliário não podem ser discurados.  
 
As cidades têm de ser redesenhadas e o planeamento urbanístico sofrerá alterações. «O conceito de teletrabalho faz surgir também algumas preocupações quanto ao futuro das nossas cidades. Que acontecerá às cidades que, em muitos países, já sofrem o êxodo da classe média quando, em consequência do teletrabalho, os edifícios de escritórios se esvaziarem porque os seus anteriores ocupantes trabalham agora em suas casas? São perguntas críticas, que mostram que grandes transformações tecnológicas como a revolução multimedia não podem ser consideradas isoladamente, mas devem ser também vistas à luz das suas prováveis consequências sociais e políticas». 
Mesmo a nível das próprias habitações se colocam problemas. Logística, dirão alguns. Mas, ainda assim, náo poderão ser ignorados. «Trabalhar em casa é mais difícil por dois motivos: a primeira condição é ter espaço disponível para o fazer, pelo menos durante o dia. Particularmente se tiver crianças pequenas, ou se estiver num apartamento pequeno, pode ser muito difícil fazê-lo. A nossa expectativa era que na Europa e na Ásia, onde as casa em geral são mais pequenas que nos Estados Unidos, mais pessoas trabalhassem a partir de centros de teletrabalho do que de casa. Mas nos últimos dois anos, tendo passado por muitas cidades europeias, constatei que muitas pessoas preferem trabalhar em casa mesmo assim. É apenas uma questão de adaptação», acredita Nilles. 
Problemas complicados e que levarão o seu tempo a ser repensados e equacionados. Uma tarefa difícil, mas não impossível. É que «"com vontade 'política' por parte dos decisores empresariais e com uma legislação laboral e protecção jurídica mais adequadas a esta nova forma de trabalho, o número poderia 'saltar', em menos de um ano, para o dobro», acredita Reynolds, da TELEMANutenção.  


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