Introdução

 

Todos os anos, no período compreendido entre o final da primavera e começo do verão, podemos observar um conjunto de constelações que podem ser consideradas como as mais belas do firmamento, tais como Sagitário, onde temos o núcleo da Via Láctea; Escorpião, Capricórnio, Orion e Touro. Ao contrário do inverno, quanto temos a possibilidade de contar com condições atmosféricas favoráveis, esta época do ano é caracterizada com noites nubladas em decorrência de chuvas no final da tarde o que, evidentemente, prejudica a observação dos astros. Outros fatores que dificultam a visão dos objetos astronômicos, no caso de observadores em grandes centros urbanos, são as poluições luminosa e atmosférica. Estas duas fontes de obstrução são decorrentes de um sistema inadequado de iluminação pública e do grande número de emissores de fumaça, como carros e indústrias. Esta últimas, acarretam em que não possamos observar astros de baixo brilho, próximos do limite que o olho humano permite. Apesar dos problemas, admirar o céu não implica necessariamente em estar equipado com um telescópio moderno, em um lugar com baixa iluminação, ou conhecer as mais atuais descobertas obtidas pelo telescópio espacial Hubble, basta estar em um lugar aberto, onde se tenha uma visão do céu noturno, e se preparar para acompanhar os movimentos dos astros e reconhecer as constelações, planetas, cometas brilhantes, etc. do mesmo modo que os antigos astrônomos chineses, babilônios, maias, dentre outros, faziam.

 

Roteiro Básico de Observação

 

Constelações e Principais Objetos

 

 

(a) Visíveis Após a Meia Noite (Novembro de 2001)

 

  1. Orion - o caçador da mitologia grega

 

1.1 - As popularmente conhecidas Três Marias, Mintaka, Alnilan (a do meio) e Alnitak, formam o cinto do caçador

 

1.2 - A estrelas Betelgeuse (casa dos gêmeos) é a a (alpha) ou seja, a estrela de maior brilho (menor magnitude) da constelação e este varia maneira periódica. Este tipo de estrela é denominada de variável. Betelgeuse é uma estrela conhecida como supergigante vermelha, possuindo um diâmetro de trezentas (300) a quatrocentas (400) vezes o solar.

1.3 - Na espada do caçador podemos observar M-42, a Grande Nebulosa do Orion, uma região da Via Láctea onde se formam estrelas.

 

Fig.1 – Orion: Imagem obtida por A. S. Betzler com uma câmara Zenit 12 XS, que proporcionou um campo de 23,4 x 34 graus, valendo-se de 30s de exposição, e filme de 400 ASA. Quase ao centro temos a Nebulosa do Orion (M-42)

 

 

 

 

2. Cocheiro (Auriga)- Tem a forma de um pentágono

 

2.1 - Capela é a a , uma estrela 150 vezes mais brilhante e de com mesmo tipo espectral (G) que o Sol. Possui outra estrela orbitando ao seu redor (estrela binária). Seu nome significa pequena cabra. Esta estrela fica angularmente bem próxima de um conjunto de três estrelas, que formam um pequeno triângulo denominado de as cabritinhas.

 

3. Gêmeos (Gemini)- Constelação que faz parte do Zodíaco, o caminho que aparentemente o Sol percorre durante o ano no céu.

 

3.1 - Sua estrela a é chamada Castor, que se constitui em um sistema estelar sêxtuplo. Através do uso de um telescópio, este sistema é visto como duas estrelas de magnitudes 2,7 e 2.8, separadas por 2,3". A razão para isto é a proximidade entre certas estrelas do sistema.

 

 

4. Touro (Taurus)

 

4.1 - No prolongamento das Três Marias, ao norte, podemos observar Aldebaran (a ), representando o olho do Touro.

 

4.2 - Aglomerados de estrelas: bem próximo a Aldebaran notamos um V, que lembra a forma das Híades, um aglomerado aberto com cerca de 218. Outro aglomerado, bastante conhecido são as Plêiades (M-45) ou Sete Irmãs, cuja estrela mais brilhantes é Alcione, posicionada no centro do cúmulo. As demais são Maia. Asterope, Taygeta, Celaeno, Electra e Merope, Atlas (o pai) e Pleione (a mãe) das irmãs.

4.3 - Em um dos chifres do Touro, temos a estrela El Nath e no oposto aparece a Nebulosa do Caranguejo (Messier -1), o resto de uma explosão de supernova vista pelo chineses em 1054 D.C. e identificada no século XX, com o advento da rádio-astronomia.

 

5 - Cão Menor (Canis Minor)- Companheiro de caça do caçador

 

5.1 - Procyon, que em grego significa antes do cachorro, é a a e Gomeisa é a b (beta) desta constelação.

 

6 - Cão Maior (Canis Major) - Outro companheiro da caçada de Orion

 

6.1 - Sírius é a a desta constelação é a estrela mais brilhante do céu. Os antigos egípcios possuíam como referência do inicio de um novo ano, a época em que Sírius surge no céu um pouco antes do Sol. Esta época corresponde, aproximadamente a setembro em nosso calendário, na presente época.

 

6.2 - Adahra é a e (épsilon) forma uma das patas do cão.

 

7 - Lebre (Lepus) - Constelação ao sul de Orion. Nome dado pelos gregos a possível alvo da eterna caçada de Orion pelo céu.

 

7.1 - A a denomina-se Arneb (mag. 2,6), ao norte da constelação e a b , Nihal, (mag. 2,9) ao sul.

 

8 - Pomba (Columba)- Nominada, no século XVI, por um teólogo holandês que confeccionava cartas celestes. Encontra-se ao sul do Cão Maior

 

8.1 - A a é chamada de Phact (mag. 2,6)

 

9 - Vela - Sua parte sul abriga a famosa Falsa Cruz. Até 1750, fazia parte, junto com Popa (Puppis), Bússola (Pyxis) e Quilha (Carina), da gigantesca constelação do navio Argo.

 

10 - Quilha

 

10.1 - Sua a , Canopus, é a segunda estrela mais brilhante do céu

 

10.2 A b é Miaplácidus, que significa águas tranqüilas

 

10.3- A estrela na ponta sul do eixo maior da Falsa Cruz chama-se Avior, possui magnitude 1,86

fig.2 - Região da Crux-Carina, Ao centro, em cima, temos a nebulosa de Eta Carina (NGC-3372) e a esquerda o aglomerado aberto NGC-3532. No canto inferior, a esquerda, temos a constelação do Cruzeiro do Sul. Foto obtida por A.S. Betzler, com um filme 400 ASA e câmara Zenit 12XS.

 

 

 

11 - Cruzeiro do Sul (Crux)

 

11.1 - A a situa-se na ponta sul do maior eixo da cruz é e denominada de acruz (uma sistema duplo visual ou seja, onde as estrelas não estão ligadas pela força de gravidade. Sua proximidade aparente é devido ao efeito de perspectiva aqui da Terra). Esta estrela é também conhecida com Estrela de Magalhães, em homenagem ao célebre navegador começo a utiliza-la como referencial em suas viagens pelos mares do sul.

 

11.2 - Becruz ou Minosa é a b e Gacruz, oposta a a do cruzeiro, e também conhecida como Rubídea.

 

11.3 - Ao leste do Cruzeiro, esta o aglomerado Caixa de Jóias e ao sudeste do centro do cruzeiro, a nebulosa escura do Saco do Carvão.

 

12 - Centauro (Centaurus) - Criatura meio homem, meio cavalo da mitologia grega.

 

12.1 - Rigil Kentaurus, que significa pé do centauro, é a a , uma estrela tripla, cujo sistema é composto por uma estrela de tipo G4 e outra G0 e uma última, uma estrela anã vermelha, pouco luminosa (mag. 10,7), não visível ao olho nu, é de fato a estrela mais próxima do Sistema Solar. Esta estrela é apropriadamente denominada de Proxima Centauri (Alpha Centauri C), descoberta em 1916, encontra-se a 4,3 anos-luz. A segunda estrela mais próxima, a Estrela de Barnard, dista a 5,9 anos-luz do Sol.

 

12.2 - Hadar é a b , mag. 0,6.

 

12.3 - Menkente, que forma o ombro do centauro, é a q (teta).

 

12.4 - No Centauro encontra-se o maior e mais luminoso aglomerado globular da Via Láctea, o w (ômega) centauri (NGC-5139). Possui aproximadamente cinco (5) milhões de massas solares, tendo a massa comparável a de pequenas galáxias.

 

13 - Triângulo Austral (Triangulum Australe) - Versão meridional do constelação Triângulo do hemisfério celeste norte. Junto com Compasso (Circunus), Esquadro (Norma) , Oitante (Octans) formam o conjunto de ferramentas usadas por carpinteiros navais e navegadores que tornaram possíveis as viagens ao novo mundo, sendo imortalizadas no céu. Recebeu esta denominação em 1603.

 

14 - Mosca (Musca)- ou Abelha, localiza-se ao sul do cruzeiro do sul.

 

15 – Virgem (Virgo) – Região do céu caracterizada por possuir um dos maiores aglomerados de galáxias conhecidos, com alguns milhares de membros de tipos morfológicos variados. Um dos mais conhecidos é a Galáxia do sombrero, M-104. Esta constelação também possui um dos mais distantes objetos, visíveis com telescópios amadores, em condições ideais de observação (inexistência de poluição atmosférica e luminosa): 3C-273. Um quasar ou galáxia de núcleo ativo, a uma distancia de ~ 2.000.000.000 anos-luz e mag. (variável) de 12,8.

 

15.1 - Sua a é denominada de Spica e tem uma mag. de 1,0 e cor branca

 

 

(b) Início da Noite

 

16 – Lira (Lyra)

 

16.1 – Vega, estrela principal da constelação, possui mag. 0,0, cor branca que implica em uma temperatura superficial superior a 10.000K, diâmetro 3,2 vezes o solar.

 

16.2 – Próxima a estrela b , temos um dos possíveis fins para o Sol, um nebulosa planetária. A nebulosa planetária M-57, a nebulosa da Lira, foi a primeira a receber esta classificação, em função de, vista da Terra, lembrar estruturas circulares que se assemelham a órbitas planetárias. Encontra-se a 1400 anos-luz da Terra, e dimensões (eixo menor e maior) de 0,6 x 0,8 anos-luz. A estrela residual (antigo núcleo de uma estrela de maior massa) de M-57, possui mag. 14,7 e temperatura superficial de 75.000K.

 

17 – Águia (Aquila)

 

17.1 - a aquilae (Altair), mag. 0,9, cor branca, distância ao Sol de 16,1 anos-luz

 

18 - Sagitário (Sagittarius) – O Arqueiro – Nesta região encontra-se o núcleo da Via Láctea. Devido a grande quantidade de nuvens de poeira existente na região da galáxia onde o Sol se encontra, a visão do núcleo é prejudicada. Com detetores sensíveis ao calor (radiação infravermelha), a forma do núcleo e os braços da Via Láctea podem ser associados a outras galáxias espirais visíveis o universo.

 

18.1 – M-8 e M-20, nebulosas da Lagoa e Trífida, e aglomerado globular M-22. Com exceção de Trífida, são objetos observáveis com ajuda de um pequeno binóculo ou luneta, no céu poluído de uma grande metrópole.

 

 

Região do Escorpião-Sagitário registrada da região oceânica de Niterói (RJ). Imagem obtida por A.S. Betzler, em abril de 1996, aproximadamente a 1 da manhã, com filme Kodak Gold 400, ~15s de exposição e câmara Zenit 12XS. Na esquerda, temos a nebulosa M-8 (cor vermelha) e ao quase ao centro, o aglomerado aberto M-7.

 

 

19 – Escorpião (Scorpii)

 

19.1 - a ScorpiiAntares, mag. 1,0, cor vermelha, distância de 375 anos-luz. Estrela supergigante com diâmetro 420 maior que o solar e luminosidade 1400 vezes maior.

 

19.2 – M-4, aglomerado globular de mag. 6,4. Visível mediante o uso de binóculos ou pequenas lunetas, próximo de Antares.

 

19.3 - M- 6 e M-7 , aglomerados abertos brilhantes, localizados ao sul do corpo do escorpião. M-7 é visível a olho nu.

 

20 - Pegasus (Pegasus) - O Cavalo Alado

 

20.1 - Sua a , Marfik, possui mag. 4.

 

21 - Andrômeda (Andromeda)

 

21.1 - Possui o objeto mais distante visível a olho nu: A Galáxia de Andrômeda (M-31) a 2.900.000 anos-luz.

 

Uso de Cartas Celeste – Orientação

 

Para utilizar as cartas celestes disponíveis em livros especializados ou revistas é necessária a determinação dos pontos cardinais. Um primeira tentativa disto ser feito, é usando-se como referencial de a posição onde o Sol nasce e se põem. Com esta informação podemos obter uma aproximação da direção leste-oeste e consequentemente norte-sul, pois as duas são perpendiculares. Entretanto, com o movimento de translação da Terra e o fato desta girar inclinada de um ângulo de 230,4 em relação ao plano da órbita, a posição onde o Sol tem seu nascimento e ocaso, constantemente varia. A alternativa para determinação mais precisa dos pontos cardinais é a construção de um aparelho simples denominado de gnômon, um relógio solar utilizado a milênios. Nosso gnômon será construído com um haste (bambu, tubo de pvc, etc.), fixada em um superfície plana onde o Sol possa ser observado pelo menos uma vez antes e depois deste atingir o ponto mais alto de sua trajetória aparente no céu. Com o primeiro risco feito pela manhã deve-se desenhar um círculo cujo raio é igual ao comprimento da sombra. Após a passagem do Sol pelo ponto mais alto da trajetória, a sombra provocada pela obstrução da luz solar pela haste lentamente aumenta de comprimento até que este seja igual ao raio do círculo. Neste instante, a sombra devera ser marcada no chão. As duas linhas, resultantes dos riscos, formam um ângulo cuja bissetriz contem a linha sul-norte astronômica. Esta linha é também denominada de meridiano astronômico do lugar. Com os ponto cardeais definidos, a carta celeste deve ser alinhada com este. A posição das estrelas e outros objetos nas cartas celestes normalmente são dadas em termos de ascensão reta (a ) e declinação (d ), coordenadas do sistema equatorial celeste. Neste sistema de coordenadas, o equador celeste é definido como a projeção do equador terrestre na esfera celeste e os movimentos relativos a este são o a e d . A ascensão reta é contada em horas de O a 24 à partir da intercessão do equador com a eclítica (caminho aparente do Sol no céu durante o ano), em um ponto denominado vernal. A contagem da ascensão reta é feita no sentido contrário ao da rotação aparente da esfera celeste. Isso eqüivale dizer, no sentido direto ou sentido real (rotação terrestre), de oeste para leste. A declinação é contada em graus de 0 a 90 sendo antecedida de um sinal + para objetos no hemisfério norte celeste e – para os do sul. Portanto, quando um objeto tem declinação mais negativa ou positiva mais próximo este estar dos pólos sul ou norte, respectivamente. A carta com o objeto ou constelação deverá ser apontada para o sentido indicado pela declinação.

 

 

 

 

Chuvas de Meteoros

 

São fenômenos periódicos, caracterizados pelo aparecimento de dezenas de meteoros por hora, em uma região específica do céu (radiante); que segue o movimento aparente dos demais astros. Quando, em épocas especificas do ano, a Terra cruza a órbita de nuvens de poeira, deixadas ao longo da órbita de cometas e, possivelmente, certos asteróides (3200 Phaethon). Como resultado deste encontro, os grãos de poeira que entram na atmosfera terrestre, se desintegram a aproximadamente 100km de altitude. O atrito com o ar, que resulta em temperaturas de dois mil (2000) a três mil (3000) graus celsius, produz breves emissões luminosas que são as popularmente conhecidas com estrelas cadentes.

As chuvas de meteoros recebem o nome das constelações ou estrelas destas, onde aparecem como Lirídios, (Lira), Perseidas (Perseu) ou Sul Taurídios ( sul da constelação do Touro). A mais famosa destas é a Leonídios, que ocorre com máxima intensidade a cada ~ 33 anos. Na última, em 1999, ocorreu uma verdadeira tempestade, com centenas de bólidos por hora, bem acima da média de freqüência já observada.

 

 

 

Principais Chuvas de Meteoros Visíveis a Olho Nu

 

Chuva

Intensidade Máxima Data Aproximada

Freqüência Horária para Um observador

Velocidade de Encontro com a Terra (Km/s)

Duração Normal, até ¼ da Intensidade Máxima (dias)

Cometa

Associado

Quadrantídios

3 Jan.

40

41

1,1

Kozik-Peltier

Lirídios

22 Abril

15

48

2

Tatcher

Eta Aquarídios

4 Maio

20

65

3

Halley

S. Delta Aquarídeos

28 Julho

20

41

7

Halley(?)

Perseidas

12 Ag.

50

60

4,6

Swift-Tuttle

Orionídios

21 Out.

25

66

2

Halley

S. Taurídios

3 Nov.

15

28

_

Encke

Leonídeos

17 Nov.

15

71

_

Temple-Tuttle

 

 

 

 

 

 

Planetas Visíveis no Final de 2001

 

Marte – No dia 10 de novembro, as 19:00 (horário de verão), encontra-se na constelação do capricórnio, com magnitude aproxima de 0.0 e altura de ~900 (zênite, acima da cabeça de um observador), em azimute de ~ 1050 ( ~oeste), contado a partir do sul astronômico

 

Júpiter – No dia 11 de novembro, as 1:00, encontra-se a constelação do gêmeos, com a magnitude aproxima de -2,3 e altura de ~200 (próximo ao horizonte), em azimute ~ 3000(~sudeste), cotado a partir do sul astronômico.

 

Saturno – o dia 11 de novembro, as 1:00, encontra-se a constelação do Touro, com magnitude aproxima de -0.2 e altura de ~ 450 (metade do ângulo entre o horizonte e o zênite), em azimute ~3300,(~sudeste) contado a partir do sul astronômico.

 

Vênus e Mercúrio – o dia 11 de novembro, as 6:00, encontram-se na constelação da virgem com magitudes de -0.5.e - 3.8. e altura de < 50 (muito próximos ao horizonte; difícil observação em um lugar onde o horizonte seja obstruído por obstáculos com prédios, montanhas árvores, etc.) na direção do nascente.

 

 

 

 

Bibliografia

 

 

Caniato.R.: 1978 in O Céu, 3a Edição, Fundação Tropical de Pesquisas e Tecnologia, Campinas

 

Kronk, M, G.: 2001, in Gary W. Kronk,s Comets & Meteor Showers (http://comets.amsmeteors.org/meteors/calendar.html)

 

Rükl, A.: 1985 In Amateur Astronomer, Galery Books, W.H Smith Publishers Inc, New York

 

Sagan, C & Druyan, A.: 1985, in Cometa, Livraria Francisco Alves Editora S.A, Rio de Janeiro