[ HOME ]

MILÍCIAS

 

Aitarak

Aitarak

Milícias

Eurico Guterres

     Desde o anúncio surpresa pelo Governo Indonésio, no início de 1999, de que iria realizar-se um referendo sobre o futuro de Timor-Leste, registou-se um extraordinário aumento das milícias pró-Jacarta. De um modo geral, crê-se que o exército indonésio armou, treinou e apoiou as milícias e que, no mínimo, nada fez quando estas massacraram apoiantes da independência.
     O agora caído em desgraça genro do ex-presidente Suharto, general Prabowo Subianto, formou os primeiros grupos de milícias quando era comandante local no início dos anos 80.

 

Principais mílicias e respectivos chefes

João da Silva Tavares.
A Fundação independente dos Direitos Humanos diz que os militares indonésios o designaram comandante-em-chefe das forças pró-integração no início de 1999. Chefe das milícias Hailinar, que operam em Bobonaro.

Milícias Aitarak, sediadas em Díli.
Chefiadas por Eurico Guterres, estas milícias foram criadas após o anúncio do referendo. Guterres foi detido em 1988, por suspeita de ter estado implicado num complot para assassinar o Presidente Suharto. Diz-se que lidera actividades de jogo fraudulentas em Tasi Tolu.

Milícias Mahidi, sediadas em Suai e Ainaro.
Criadas em 1998 por Câncio de Carvalho, que diz terem 15.000 membros. Alguns analistas dizem que tem 37 armas automáticas fornecidas pelas TNI. Em 10 de Junho, este grupo forçou habitantes de Leolima a registarem-se como apoiantes da pró-autonomia, tendo depois impedido os habitantes de se registarem nos locais de voto da ONU. Declarou que matariam diplomatas e jornalistas australianos e ameaçou com uma guerra civil se os leste-timorenses votassem pela independência. O grupo cortou o fornecimento de água a 2.300 refugiados em Suai, a 23 de Agosto.

Besi Merah Putih, sediadas em Liquiçá.
Criadas em 27 de Dezembro de 1998, sob o controlo de Manuel de Sousa. Actuam através do terror e da intimidação. Aos que se juntaram a esta milícia foram-lhes prometidas 25.000 Rp por dia.

Milícias Saka, sediadas na aldeia de Lai-Sorulai, Distrito de Bacau.
Chefe: Sargento Juanico. Este grupo foi formado em 1983 quando os militares indonésios perseguiam os membros das Falintil. Em 20 de Março de 1999, juraram manter-se fieis à Indonésia.

Pamuda Panca Sila Dois
Um dos dois grupos de jovens suspeitos de implicação nos motins de Maio de 1998 em Jacarta, Surabaya e Medan.
A ONU descreve-os como organizações de juventude nacionalistas radicais, com aspecto exterior de milicianos, que são em geral mobilizadas para provocar a violência política na Indonésia.

Força de Paz e de Defesa da Integração
Chefiado por Tomás Gonçalves, este grupo tem 400 membros. Tomás Gonçalves fugiu de Macau (segundo ele), depois de o Governador de Timor-Leste, Abílio Soares, ter ordenado às milícias que matassem os padres e religiosas católicos. Essa ordem foi emitida em 26 de Março. Tomás Gonçalves diz que o plano de ataque, pilhagem e incêndio foi comunicado pelo tenente-coronel Yahjat Sudrajad, chefe dos serviços secretos das forças especias do exército indonésio, Kopassus, numa reunião especial em 16 de Fevereiro de 1999 (ler entrevista de Gonçalves no South China Morning Post).