Strafford
12º Vampiro da Lista Vermelha
Conde de Strafford
Ministro do rei Carlos I da Inglaterra, nascido em 1590 no mesmo país, foi o grande manipulador do reinado de Carlos I que iniciou em 1625. Carlos I subiu o poder aos 25 anos de idade. Strafford manipulou totalmente o fraco Carlos l e foi o verdadeiro rei da Inglaterra. Por mais de 11 anos a Inglaterra foi governada ao seu bel prazer. Esbanjando dinheiro dos contribuintes em obras desnecessárias e em ostentações, sobrecarregava o povo com tributos absurdos. Como fachada, Strafford cumpriu numerosas e difíceis missões ao serviço de estado, na mais estrita justiça, mas sem a mínima indulgência. Governador da Irlanda, estabelecera a ordem e a disciplina neste território turbulento da coroa. Strafford possuia um aliado que era o arcebispo William Laud o qual apoiava convictamente a idéia duma monarquia de direito divino. Para o autoritário prelado todos os meios eram permitidos, desde que se tratasse de proteger o cerimonial e o poder da igreja anglicana contra os abomináveis puritanos. Laud respondia ao fanatismo com o fanatismo. A sua arma mais temida era a Suprema Comissão, este organismo castigava quem não obedecesse às prescrições de Laud, algumas pessoas chegaram a ter as orelhas cortadas e as testas marcadas com ferro em brasa por se voltarem contra o administrador eclesiástico da Inglaterra. Assim, o despotismo, quer secular, quer religioso, transformava em desconfiança e em terror o velho afeto que os Ingleses sentiam pela monarquia no estilo de Isabel. Em 1640, vendo que a situação tornara-se insustentável, Carlos l convocou o parlamento curto, e um ano depois o parlamento longo. Logo Carlos percebeu que seu reinado corria perigo e na tentativa de salvá-lo traiu Strafford, jogando-o contra o parlamento. O conde foi preso e condenado à morte em 1641. Este era o momento. Ibn-Al Fatahala, mostra o poder do sangue corrompido à Strafford. E o desejo de vingança mancha suas veias. Strafford é enforcado na noite de 7 de agosto de 1641, e sepultado em seguida por sua família. Livre da terra que o cobria, Strafford começa a planejar sua vendetta. Após a morte de Strafford, Carlos l ficou perdido sem saber como se portar diante do parlamento, que tomou amplos poderes, mandando prender Laud e suprimir a Suprema Comissão. O direito de a representação nacional controlar os impostos foi protegido contra tudo o que fosse arbitrário. Strafford passou a agir procurando vingança, lançou o boato de que Pym, Hampden e três outros membros eminêntes de oposição ao rei teriam tomado contato com os escoceses objetivando uma traição. Sob a forma da rainha, Strafford convenceu Carlos a tomar uma medida que iria mostrar-se fatal para a coroa. Tentou prender pessoalmente os acusados. Carlos, sempre apaixonadamente enamorado de sua mulher, teria cedido perante uma ameaça. Reunindo algumas centenas de partidários armados, dirigiu-se à Câmara dos Comuns e entrou sozinho na sala de reunião, deixando a sua escolta de fora. Mas os cinco acusados haviam tido tempo de se por a salvo. Esta visita do rei como intruso, era um atentado aos privilégios de representação nacional; a Câmara nunca lhe perdoaria esta ofensa. A partir daí instalou-se a Guerra Civil de 1642, em que surgiu Oliver Cromwell, com suas idéias republicanas, principal opositor ao rei. Após a Guerra elevaram-se vozes para pedir a vida do rei e a proclamação da república. Quando o exército e o parlamento verificaram ser impossível chegar ao menor acordo com o rei, Cromwell decidiu sacrificar Carlos no ano de 1649. O conde de Strafford forjou um testameto no qual deixava todos os seus bens para seu filho, matou-o e passou-se por ele. Reavendo todas as suas posses. Após alguns anos de vida solitária foi para o Egito se encontrar com seu sire onde passou mais de 50 anos corrompendo e trazendo adeptos à adoração de Set. Em 1720 Strafford e outros Setitas fundaram novas casas na Jamaica e Haiti . Se muda para a Colômbia, em 1904, onde funda a irmandade de Set, que posteriormente viria originar o cartel de Medelín. Strafford organiza o pequeno clã e rapidamente, mesmo com poucos vampiros, o clã mais poderoso da Colômbia. Sendo ameaçado somente por um grupo de Brujah e Anarchs de Cali, no fim dos anos oitenta. Os negócios de venda de entorpoecentes começam a se tornar lucrativos ao final da década de cinquenta. Juntamente com Strafford, Baal, Anúbis e Victor Dee. Nesta época o Conde começa a realizar suas experiências. Fornecia "alimento" entorpecido a outros vampiros, que se tornavam então, dependentes de Strafford para obterem mais deste "sangue maravilhoso". A cúpula do clã decide mandar Strafford ao Brasil. Afinal, o clã não possuia bases sólidas no país, e o conde era a pessoa mais indicada para realizar o importante trabalho. Strafford foi para Porto Alegre. Strafford trabalhou bem, e superou as expectativas. Em menos de dois anos já era respeitado, para não dizer temido. Acreditavam que ele era um Ventrue. O Conde havia conseguido a confiança da Elder Tremere Scarllet, que passou a se alimentar do sangue das vítimas entregues por ele. Não é qualquer um que tem um Elder Tremere de uma grande cidade nas mãos. Os negócios iam muito bem, e Strafford estava tentando fazer o mesmo com o Prince (estava quase conseguindo). Entretanto, a presença do Ventrue, Hernán Cortés (Ao menos achava que era um Ventrue) estava dificultando suas articulações para se tornar membro do conselho de Elders. Em 11 de dezembro de 1994, o Prince foi assassinado, e algumas pessoas tinham visto sua briga com o Prince na noite anterior. Para piorar a situação, Strafford tinha todas as chances de colocar sua "escrava" Tremere no posto, mas Cortés estava manipulando a situação para tornar Prince, o Elder Ventrue George Hempton, um vampiro fraco e de fácil manipulação, pelo menos para Cortés. Na noite seguinte, 12 de dezembro, a exposição de quadros na casa da Elder Toreador, Giulia Krassius, se tornaria palco da discussão sobre os rumos que a Camarilla deveria tomar. A noite foi longa, e muita coisa aconteceu. ________________________________________________________________________________________
Porto Alegre, 11 de dezembro de 1994.
Baquero, Como já deve ser do seu saber, a pintura de Kahel desapareceu. O terceiro segredo de Fátima estava em nossas mãos. O Vaticano a mais de quatro anos tenta desesperadamente recuperar a pintura, em vão. Nosso Secto mantinha conosco a posse desse quadro de valor inestimável. A revelação do dia do retorno dos de antes do dilúvio. E nós a perdemos ontem. Estimado senhor, amanhã será realizada a exposição onde o quadro ia ser exibido, na casa da Toreador Giulia Krassius. Muita gente estará presente, e eu prometo descobrir o paradeiro da pintura e punir os presunçosos que ousaram roubá-la.
Tão pronto, lhe retornarei com notícias agradáveis. Seu filho, Hernán. Porto alegre, 13 de dezembro de 1994.
Estimado criador,
Naquela mesma noite de 11 de dezembro, o Prince da cidade foi morto. Estavam todos assustados. A notícia me foi dada no local. Sendo assim não tive tempo de informar o Secto para organizar uma força de ataque. Mas as coisas saíram melhor do que poderiam ser previstas. No início da noite, me acerquei de uma conhecida Nosferatu. Precisava descobrir quem e onde estava o quadro. Perguntei-lhe sobre o quadro, ela dissimulou, dizendo que nada sabia. No entanto, seu erro foi a curiosidade. Me perguntou por que estava atrás do quadro. A pergunta foi inesperada, mas a história que criei serviu para encontrar o quadro e descobrir quem os havia roubado. Disse-lhe que o quadro continha passos a respeito de um ritual chamado "the rules of seven". Os Tremere buscam os passos para esse ritual a séculos. E segundo eles, disse-lhe, o ritual é a pedra fundamental do advento Tremere rumo ao domínio sobre os vampiros. E portanto o quadro não poderia cair em mãos fracas ou erradas. Disse-lhe também, que toda a minha família foi morta pelos Tremere defendendo esta pintura, e que, por uma questão de orgulho, honra e promessa, eu mesmo iria destruir o quadro. Senti que algo parecia errado. A Aura da Nosferatu foi se tornando pálida. A confusão e o medo transbordavam de seu corpo. Ela havia acreditado na história. Incitei-a a contar-me o que sabia. Não foi difícil. A Nosferatu me contou que sabia de que quadro eu estava falando, e que sabia com quem estava. Uma Tremere de nome Flávia. Ela me omitiu apenas um detalhe, que não tardei, para o seu infortúnio, a descobrir. Mas tudo ao seu tempo. Precisava encontrar uma forma segura de obter o quadro sem desviar a atenção para mim. Usei o ambicioso Elder Nosferatu. Como lhe disse, o Prince havia sido morto na noite anterior, e um novo Prince seria eleito. Blister tinha suas pretensões, mas sabia que não iria ser escolhido. Foi apenas uma questão de unir os fatos. Disse-lhe que o Elder Ventrue, que tinha chances de ser indicado novo Prince, poderia ser facilmente manipulado por mim, o que não é uma inverdade. Prometi-lhe uma certa influência nas decisões se ele me trouxesse o quadro das mãos de Flávia. Ele aceitou. Blister isolou Flávia em um dos cômodos da mansão e conseguiu a pintura em troca da vida da Tremere. Tudo parecia estar dando muito certo, mas a Elder e a outra Tremere descobriram onde estavam. Dois Toreador e Arnoux, o Toreador Antitribu, também souberam do ocorrido. Arnoux me alertou, e nós subimos em direção ao quarto. Chegando lá o Nosferatu estava cercado pelas três Tremere, e o conflito parecia inevitável. Os Toreador ficaram imóveis. Precisava agir rapidamente, afinal o quadro estava quase em minhas mãos. Caminhei em direção ao Nosferatu, segurei-o pela gola do sobretudo e disse: Ninguém irá fazer nada com esse bastardo. Ele virá comigo. Tenho contas a acertar com esse filho da puta. A Tremere Gabriele O’Brien tentou impedir dizendo que ele não iria sair dali. Mirei fixamente em seus olhos e lhe disse: Ele vai comigo, quer tentar impedir? Foi o suficiente. arrastei o Nosferatu sob os olhares atônitos de todos. Até mesmo Blister não estava entendendo. Descemos as escadas e ele falava que nós tínhamos um acordo. Disse ao idiota para ficar tranquilo e me passar a pintura. Ele o fez, e nós caminhamos até a garagem. Entretanto, logo em seguida, recuperados do susto, os Toreador nos encontraram na garagem para pedir explicações e as Tremere para matar o Nosferatu e recuperar o quadro. estávamos encurralados. Lhes disse que eu iria matá-lo com minhas próprias mãos e que ninguém ali iria tocá-lo. O Nosferatu, em um segundo de genialidade, interrompeu: "Não é você quem irá me matar. Quem vai me matar é ele", e apontou para trás dos Tremere e Toreador. A reação foi natural. Todos se viraram para olhar quem era. Não havia ninguém, e nesse instante o Nosferatu se utilizou do Obfuscate para desaparecer. Apenas eu o vi evocando a disciplina, portanto, somente eu vi Blister indo embora com um sorriso no rosto deformado. Realmente muito esperto. Terminei a encenação vociferando sobre os outros que permitiram que o canalha "escapasse" das minhas mãos. A pintura foi recuperada, e a repassei para Arnoux. Deverá estar chegando à Índia em duas semanas. Entrei em contato com Rani. Ela irá protegê-lo a partir de agora. No entanto, muito mais aconteceu ontem. O destino do Nosferatu não foi invejável. A Tremere Flávia, parece ter indicado e realizado um ritual com as outras Tremere. Me parece que o resultado foi que todos passaram a odiá-lo, inclusive eu. O Nosferatu foi massacrado. Esta Flávia é uma vampira muito nova. Com apenas alguns meses de não vida, mas parece que sabe de muita coisa. Seria bom investigar. A eleição do novo Prince iria ocorrer no final da noite, precisava de alguma forma tirar proveito da situação. Todos estavam assustados com o assassinato. Iria usar o medo como arma. Na cidade existe um vampiro que se chama Strafford. Conde de Strafford. Todos pensam que ele é um Ventrue, mas a menos de uma semana eu descobri que é um Setita. Ele estava querendo comprar o prédio de Susan Kellygordon uma Ventrue nova na cidade. O plano era, utilizar o Setita para matar o novo Prince, o qual eu estava fazendo de tudo para que fosse o idiota do Ventrue. Com a segunda morte de um Prince em três dias o medo iria tomar conta das pessoas. Essa seria a hora de eu me indicar e aceitar ser o Prince, já que poucos ou talvez ninguém tivesse coragem para assumir o posto. E aí sim o Secto estenderia plenos poderes também no sul do país. A formação de uma segunda frente é necessária para que possamos invadir o centro e o sudeste do país para consolidar a força Sabbat na América do Sul. Todavia, as coisas infelizmente não caminharam nessa direção, pelo menos não ainda. Eu ofereci o prédio de graça e o sigilo de seu verdadeiro clã em troca do serviço. Ele disse que iria pensar, mas não aceitou. Além de querer que o novo Prince fosse a Elder Tremere Scarllet, não tendo intenções de matá-la, creio que ele desconfiou de eu pudesse estar tramando contra ele ou então, achou melhor matar aquele que possuia informações importantes ao seu respeito. A reunião teve início, e a Elder Toreador foi eleita Prince. Enquanto a reunião transcorria, Strafford tentou armar uma emboscada para me pegar. Sua primeira tentativa de me dominar falhou, e eu moldei seu braço direito até as costas. Ele se desvencilhou das minhas mãos e sumiu na noite correndo em forma de uma serpente. Não pude alcansá-lo. Descobri ainda, quem foi o vampiro que roubou a pintura da coleção de Arnoux. Foi a própria Nosferatu que me contou sobre a Tremere. Uma pena, para ela. Amanhã será sua última noite. Quanto à Tremere, pretendo descobrir, antes de matá-la, como uma vampira tão nova sabe de tantas coisas. Estes foram os ocorridos nesta noite singular. Arrumarei alguma forma de assassinar Giulia Krassius, e assumir o Principado. Saudações, Hernán Cortés.
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Porto Alegre, 22 de dezembro de 1994.
Meu amor, as noites passam cada vez mais lentas por aqui. Estou morrendo de saudades. Quero estar contigo logo. Quando poderei voltar aos seus braços? Sua ausência me machuca. Mas serei paciente. Se você diz que isso tudo é necessário eu aceito. Aliás, meu querido, deves já saber que não conseguimos tornar Scarllet a Prince. O que foi ótimo. Deixe-me explicar. Senti algo estranho em relação à ela. Algo me dizia que ele não estava bem. Por intuição, eu passei a reparar melhor em seus atos, e ela se mostrava cada vez mais estranha, ao menos para os meus olhos diferentes. Pois bem, descobri que ela não mais respondia por todas as suas atitudes. Um vampiro conhecido como Conde de Strafford está controlando de alguma forma suas faculdades. Me parece que ele não é um Ventrue, como se denomina, e que controla nossa Elder através de alguma droga que ele fornece para ela. A própria Scarllet me disse isso, chorando. Por favor, Vante, não faça nada contra ela.
Beijos, a sempre e eternamente sua, Flávia. ________________________________________________________________________________________
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