Tualuru
... O mito era o homem e o
homem era o mito. Em uma sociedade primitiva onde prevaleciam preocupações
quanto à sobrevivência em um ambiente hostil a habilidade
de permanecer vivo era muitas vezes tida como uma manifestação
do inexplicável, e aí então confluia a figura do mito
com a figura do homem... ... A dádiva de inteligência pode
ser simplificada em uma única pergunta. A inteligência é
a manifestação da própria pergunta, a "primeira" pergunta.
E a partir desta "primeira" pergunta e da segunda e da terceira, e a busca
pelas respostas, o homem vem trilhando seu caminho de inteligência...
... Os hábitos dos homens dessas sociedades primitivas eram relacionados
exclusivamente com a sobrevivência. Os mitos desses povos eram mitos-heróis,
onde estes realizavam feitos de extrema dificuldade relacionados com a
caça, as forças da natureza, os predadores naturais, com
acontecimentos incomuns o domínio e a explicação dos
mesmos. Para ilustrarmos, conta a lenda de um povoado no atual Zimbabwe,
que o Rei do mundo era um homem muito poderoso. Esta lenda acredito ser
de uns três ou quatro séculos antes de Cristo. Este homem
realizava façanhas inimagináveis. Diz a lenda que era o melhor
caçador do mundo, matava leões somente com o olhar, era capaz
de atrair uma manada inteira de antílopes. Corria tão rápido
quanto uma gazela e tinha a força de dez elefantes. Era visto apenas
à noite. Era chamado o rei das trevas. Este mito era um dos mais
importantes de toda a África central, e até hoje há
quem creia na sua existência. Outros poderes sobre-humanos são
conferidos à esse mito. Ele tinha a capacidade de desaparecer diante
dos olhos mais atentos, não só desaparecia com ele mesmo,
como o fazia com outros também. Dizem que possuia várias
faces, que podia facilmente ordenar uma pessoa a cometer algum ato inesperado
e que tinha a capacidade de inflingir medo em qualquer pessoa. No entanto
ele não era um ser mau, e nem um ser bom, suas atitudes eram conflitantes,
antagônicas e em alguns casos totalmente sem sentido. Diz-se que
sua loucura era fruto da incompetência dos homens de serem como ele.
Sua loucura, a loucura do Rei do mundo era um mau presságio... Fragmentos
do texto "Lendas do Zimbabwe" extraído do livro Mitos da Humanidade
de Johann Campbell. ____________________________________________________________
Tualuru- És tu o responsável
pelo que muda?
Vento - És tu o responsável
por esta mudança?
Tualuru- Tua venerável
simplicidade invisível é que me comove o coração.
Vento - Tua venerável
simplicidade invisível é que merece transparecer.
Tualuru- Vagando pelo nada
eu parei para te ver passar, e como passavas, e ainda passas sem passar
resolvi perguntar-lhe.
Vento - Vagando pelo nada sem
parar, não parei mas hei de escutar, pois diga-me amigo, que dúvida
pretende acalentar?
Tualuru- Sinto que a eternidade
corre em minhas veias, e que nada pode mudar isto. No entanto, ao fitar
as estrelas, ao sentir seu frio na minha face, sinto-me como um passageiro
passageiro, e que a eternidade não é eterna. Está
é minha dúvida.
Vento - Sinto que a eternidade
corre ao meu lado, e que nada pode mudar isto. No entanto, ao passar por
aqui, e passar não mais por aqui. Por passar por ali, e passar não
mais por ali, sinto-me como uma passagem de passagem, e que a eternidade
não é eterna.
Tualuru- A eternidade é
verdadeira? O mundo é eterno? você é eterno? Eu sou
eterno?
Vento - A eternidade é
verdadeira! O mundo é eterno! Você é eterno! Eu não
sou eterno!
Tualuru- Como assim, você
não é eterno?
Vento - Assim como você
não é eterno.
Tualuru- Sou eterno e não
eterno? O mundo é louco ou o louco sou eu?
Vento - Somos eternos e não
eternos. O mundo é a loucura do paradoxo. As coisas não são
eternas porque assim como eu e você, mudam de direção
e perdem o sentido. As coisas são eternas porque mudam sem perder
sua essência universal e absoluta. O paradoxo do mundo é a
sua loucura. O eterno-mutável conflito entre a realidade dos seus
olhos e a realidade dos olhos imutáveis. Não lute! Aceite!
este é o universo!
Tualuru- Vento!? Vento!? Para
onde você foi!?... ___________________________________________________________________________
Fogo - Quem és tu, bastardo?
Que se atreves a acercar-se de mim com tanto desdém?
Tualuru- Sou o que deveria
temê-lo? Pois através de ti é que encontrarei a morte.
Fogo - Tu és então
um dos seres da noite? O que te traz ao meu encontro? Tua hora ainda não
chegou!
Tualuru- Vim para falar-te
sobre a morte e a vida.
Fogo - E por que isso iria
me interessar?
Tualuru- Porque somos nossos
próprios predadores.
Fogo - De fato. Mas onde queres
chegar?
Tualuru- Quero fazer uma proposta.
Fogo - Seu tolo, queres barganhar
comigo? Que trato queres firmar? Que miséria tens a me oferecer?
Tualuru- Quero que não
me mates.
Fogo - Ha! Você deve
estar completamente louco!!! Porque eu faria isso?
Tualuru- O que tenho para oferecer
é muito mais valioso para você do que a minha existência.
Fogo - Nada é melhor
do que consumir uma vida!
Tualuru- Tu és o Fogo,
Tu és o Sol. Eu te ofereço a eternidade da vida, a eternidade
do mito, a eternidade da divindade, a eternidade de teu nome.
Fogo - ...A proposta é
realmente tentadora. Deus, o Deus Sol! Rá!
Tualuru- Meu preço é
muito pequeno em troca da veneração de sua essência.
Fogo - Tua morte não
mais me pertence. Vá e cumpra com tua palavra. ___________________________________________________________________________
Montanha- Quem és tu
que veio do interior da floresta.
Tualuru- Sou Tualuru. E quem
é você?
Montanha- Filho, eu sou a guardiã
da floresta. Do topo de meu majestoso corpo a vista adentra a mata e me
mostra o que acontece.
Tualuru- Pois eu realmente
estou vindo da mata e não acredito que você consiga isto.
Montanha- Você morria
quando foi ajudado por um filho da besta. Ele deu-te seu próprio
sangue para que bebesse. Salvou-te a vida. Em retribuição,
concedeu-lhe a graça da vida eterna. Juntos, e perdidos, vagavam
pela selva em busca de uma saída. Acidentalmente encontraram uma
gruta. Sentiste novamente uma forte premonição e adentrou
à gruta. Você sabia que ela estava lá, não a
via, mas sentia seu poder. E seu poder é vasto, seu poder é
infinito. Você sabia que ela estava lá! Nós sabemos
que ela está lá. Descança à espera de seu destino.
Seu destino e o destino dos da sua espécie. Ela está lá.
Você sabe disso. E nada pode fazer para impedir seu retorno!
Tualuru- Isso é impossível!!!
Não pode ser um deles! Isso tudo é a minha imaginação
descontrolada!
Montanha- Sua mente e sua imaginação
não tem parâmetros nem limites. No entanto sabemos nós
dois que isso não veio da sua mente perturbada. O que presenciou
foi sentido pelo seu coração. E este, ainda não está
louco.
Tualuru- Por que me disses
isto? Por que estás a me torturar?
Montanha- Tu duvidaste da verdade,
e a verdade foi dita.
Tualuru- Eu estou perdido em
mim e fora de mim. Onde está meu companheiro?
Montanha- Seu companheiro se
tornou o guardião da caverna, e será o primeiro a morrer
quando Ela retornar.
Tualuru- Por favor me ajude,
eu preciso sair daqui!
Montanha- Suba, e meus olhos
te mostrarão para onde deves seguir.
Tualuru- O que você quer
em troca?
Montanha- Filho, no seu mundo
as coisas são oferecidas desta forma vil. Aprenda. Nós não
fazemos as coisas em troca de nada, a natureza oferece aquilo que tem de
melhor, para que a vida floreça e nos retorne com felicidade. Dou-me
por satisfeita com sua alegria de poder retornar para casa. Vá...
___________________________________________________________________________
Tualuru- Sou Tualuru e vim
beber de ti.
Água - Os que a mim
procuram são sedentos. Pergunto-te, tens sede?
Tualuru- Minha sede é
implacável. Meus sentimentos me trouxeram a esse lugar desconhecido.
Venho junto com meus companheiros. Precisamos evitar um cataclisma de proporções
gigantescas. Preciso saber onde exatamente irá ocorrer.
Água - Muito de mim
se passou à sua espera. Agora sei quem tu és.
Tualuru- O que você sabe
sobre mim?
Água - Sei que estão
aqui para saciar sua sede. Beba e a resposta irá saciar-lhe.
Tualuru- Então sabes
do portal e dos demônios?
Água - Sim.
Tualuru- Então onde
o portal irá aparecer? E quando?
Água - O curso de um
rio só conhece o final quando chega ao final. Isso é a espera,
o caminhar pelo desconhecido em busca de algo. A água é infindável
no tempo. Isso é a esperança, porque a esperança não
é a última que morre, e sim a que por último nos escapa.
No entanto a água faz parte do rio, assim como o rio contém
a água. Porque uma esperança sem espera não existe
e uma espera sem esperança é mortal.
Tualuru- Assim sendo, espero
angustiado por não saber onde está o final do rio. Porém,
tranquilo por sentir que a água ainda está aqui.
Água - O rio ao chegar
ao fim se transforma em oceano. A espera, ao chegar ao fim se transforma
em clareza. Então, a esperança se transforma em realidade,
a angústia em contemplação, a solidão em abundância
e a dúvida em mistério.
Tualuru- Os caminhos da enfermidade
da dúvida e do deleite do mistério encontram-se sempre. E
as pontes que ligam os caminhos são os belos momentos de entorpecimento
de mente. Momentos estes em que a vida se torna uma misteriosa dúvida
que machuca, engrandece e confunde. É necessário portanto,acertar
o caminho, pois a dúvida leva à dor e o mistério ao
amor.
Água - Belas são
tuas palavras companheiro. Agora beba dessas águas e sacie tua sede...
Tualuru- Sim, é claro:
o grande rio! ___________________________________________________________________________
Tualuru- A minha face é
a minha face ou a face que tu me mostras?
Lago - A minha face é
sempre a sua face, a sua face é aquilo que deve ser.
Tualuru- Diga-me Lago, por
quanto tempo nos enganamos. por quanto tempo nossa face não é
nossa face?
Lago - Amigo, a lua cheia reflete
seu brilho em mim e então sua face toma forma. Se tocares em mim,
e minhas águas se agiterem, sua face irá mudar. Nunca, em
momento algum a face que miras em mim é a mesma face.
Tualuru- Então qual
é minha verdadeira face?
Lago - Sua face não
é aquela que se faz refletida por mim, sua face é sempre
aquela que se faz refletida por mim, mesmo que jamais seja a mesma. Está
é a sua face porque é a única que consegues enxergar.
Mas essa não é a sua verdadeira face.
Tualuru- Então eu não
possuo uma face verdadeira?
Lago - Você possui uma
face verdadeira, mas a face verdadeira não é aquela rafletida
por mim. A verdadeira face é aquela refletida pela escuridão!
Tualuru- Mas como isso é
possível? A escuridão nada reflete!
Lago - Eis o grande mistério.
Eis a grande busca, a busca por sua própria face.
Tualuru- Mas onde poderia encontrá-la?
Lago - Na escuridão
decerto.
Tualuru- O tempo todo à
procura de uma pista. O tempo todo admirando a escuridão. O tempo
todo sonhando acordado. O tempo todo vagando em vão.
Lago - Vejo que estás
no caminho certo.
Tualuru- Mas como no caminho
certo? Vagando em vão?
Lago - No tempo em que vagando
em vão, no tempo em que sonhando acordado, no tempo em que realmente
admirares a escuridão, a escuridão ira admirá-lo e
então sua verdadeira face quedará revelada.
Tualuru- Mas como irei conseguir
isto?
Lago - O mistério é
a chave para a sedução.
Tualuru- Estou cansado de viver
no mistério.
Lago - A sedução
é a chave para a felicidade. A felicidade é a chave para
a eternidade, e a eternidade é o próprio mistério.
Tualuru- Então o verdadeiro
sentido é a busca do mistério da minha verdadeira face?
Lago - E a compreensão
do porque do mistério, da necessidade da felicidade e da eternidade
da eternidade... ____________________________________________________________________
Tualuru- Isso é um sonho?
Trovão - Não,
isso é um presságio.
Tualuru- O que fazes aqui?
Trovão - Sou um mensageiro
do universo. Escute.
Tualuru- Você é
a minha imaginação!
Trovão - Tudo é
imaginação.
Tualuru- Então isso
é um sonho ou uma loucura qualquer.
Trovão - Isto não
é um sonho, muito menos uma loucura. Isto é o que deve e
o que vai acontecer.
Tualuru- Agora a minha imaginação
é profeta.
Trovão - Agora a minha
profecia será a sua imaginação!
Tualuru- Você, ou eu,
não sei, é muito mais louco do que eu!
Trovão - Escute. Este
que se aproxima será um período de trevas e fogo para os
seus. As duas mentes não mais confluem na mesma direção.
A convivência pacífica se tornará impossível.
Perseguições, mortes, sangue e lágrimas de ambos os
lados serão derramados. O inferno subirá à Terra,
e pelo fogo virá a morte. Toda a Europa, por toda a sua história
se lembrará dessa época de trevas e sentirá o pessado
cheiro da morte durante os séculos. Isto é o que será!
___________________________________________________________________________
Tualuru- Céu, quem foi
seu criador?
Céu- Nunca houve princípio,
não existe o agora e muito menos haverá um fim.
Tualuru- Você sempre
existiu?
Céu - Nada pode ser
criado do nada. Ninguém pode criar algo do nada.
Tualuru- Mas eu não
era nada antes de nascer.
Céu - Não sob
esta forma. Tu te manifestavas de outra maneira, assim como o fará
quando morreres.
Tualuru- Então nunca
fui criado? O que houve foi uma mudança no que eu era antes.
Céu - Esta é
a verdadeira criação.
Tualuru- Eu me recordo da mudança.
Foi à séculos atrás, no continente negro. Eu era um
caçador, um exímio caçador. Minha vida se resumia
a caçar durante o dia e comer durante a noite. Era uma vida primitiva,
mas bonita. Não entendia porquê, mas a noite me fascinava.
Você e suas estrelas, cada vez mais habitavam minha mente. Passei
a caçar à noite, e a fazer coisas que os outros consideravam
estranhas. Conversava sozinho, gritava. Eu precisava gritar, para que vocês
pudessem me ouvir. Eu queria, eu precisava falar com vocês, com as
árvores, com a água, com o Criador! E vocês nunca respondiam.
Minha vida se tornava cada vez mais difícil. Meus companheiros me
evitavam e eu me tornava cada vez mais sozinho. Foi então que ele
veio, meu Pai, meu Senhor. Andava à noite a espreita de uma zebra,
quando sua mão gélida me tocou o ombro. Sobressaltado, virei-me
e Ele se encontrava já a alguma distância. Ele era rápido
como o vento. Corri em sua direção, empunhando uma lança,
eu não tinha medo. Aproximei-me rapidamente, e ele desapareceu sob
meus olhos. Assustado agora, o procurei por todos os lados. Ele estava
atrás de mim. Ele segurou a arma com uma das mãos enquanto
a outra repousava suavemente em meu pescoço. Então falou:
" Rapaz, eu escutei seus gritos, eu escutei seus chamados e agora eu estou
aqui. Vim para lhe mostrar a noite, vim para lhe mostrar a verdadeira vida."
Eu estava imóvel e completamente entorpecido pelo seu olhar. Ele
então, lentamente abriu em meu peito um profundo corte. A dor foi
indescritível, mas sem explicação eu permaneci imóvel.
Ele tomou-me nos braços e passou a beber meu sangue. A dor era tamanha
que chegava a não doer. A sensação agora era de leveza.
E então perdi a razão. Acordei com a ferida cicatrizada,
e o homem ao meu lado. Tonto, nada entendia, e ele me disse: "Filho, eu
sou a vida e agora você faz parte dela. Sorria e deleite-se com a
dádiva." E hoje eu sou o que sou, acho.
Céu - É uma bela
estória.
Tualuru- Não posso acreditar
que meu próprio pai virá para me matar.
Céu - Do pó,
ao pó. E assim por todo o sempre!
Tualuru- Até logo amigo...
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Tualuru- E novamente uma nova
Terra me acolhe. Terra- Tualuru- Até hoje não entendi porque
a Terra não fala.
Terra-
Tualuru- O segredo então
reside no fato de serdes receptiva?
Terra-
Tualuru- Tu nos acolhe com
tanta grandeza. Nos trata como teus próprios filhos e nada merece
ser dito?
Terra-
Tualuru- Entendo, uma palavra
demonstrada vale mais do que cem palavras.
Terra-
Tualuru- Claro, será
um prazer contar-lhe sobre outras Terras e outros lugares.
Terra-
Tualuru- Nasci na Mãe
África. Por ela fui criado, por ela conheci a vida e por ela a noite
me foi apresentada. Vaguei por séculos pelo continente negro onde
me consideravam um Deus. Passei pela Terra fértil do Nilo, onde
mostrei para os humanos a força de Rá. Novas Terras conheci.
Conversei com a Terra da discórdia dos povos. Lá vi o nascimento
de outra crença e a figura de um homem louco. Beijei a Terra dos
Deuses, onde outrora haviam pisado o Trovão e seus filhos. Terra
fértil, que muito ofereceu para o desenvolvimento da humanidade,
e para o nosso também. Conheci a maior Terra do mundo e assisti
o sangue em vão ser derramado por ela. Vi a Terra, chorando, ser
dividida e o isolamento dos seres. Vivi a época das trevas e perseguições,
onde a Terra sagrada tinha seu manto maculado pelo sangue e pelas lágrimas
do ódio. Depois admirei o renascimento da Terra, que das cinzas
das trevas se levantou para uma nova era. Chorei de emoção
junto com a Terra quando soube que possuia uma irmã distante e esquecida.
E aqui estou eu, trazendo comigo um punhado de Terra de sua antiga irmã.
Tome, e sinta sua força.
Terra-
Tualuru- Não chore,
precisamos ainda entender que vocês são uma só, e que
nós somos apenas passageiros. E como passageiros precisamos agradecer
a carona e enaltecer sua existência. Obrigado pela acolhida... ___________________________________________________________________________
Tualuru- Sim, eu me lembro de você. Espanha, certo?
Pablo- Perfeito, senhor.
Tualuru- Eu sei que está
a minha procura, mas porque iria me procurar?
Pablo- Senhor...
Tualuru- Eu não sou
seu senhor, seu senhor é, como dizes, tu próprio.
Pablo- Não queria ofendê-lo,
desculpe-me.
Tualuru- Não ofendeu.
Concordo que seu senhor é você e que o meu senhor sou eu.
Mas, porque me procuras?
Pablo- Tualuru, eu sei que
foste tu um dos primeiros Malkavians a chegar aqui, e sei também
que você muito viajou pela selva. Há rumores que existe realmente
a cidade perdida de El Dorado, e há rumores que um antigo Malkavian
sabe onde esta cidade fica. Minha intenção é descobrir
El Dorado.
Tualuru- Filho, porque El Dorado
deveria existir?
Pablo- El Dorado seria uma
das primeiras cidades, onde os próprios antediluvianos teriam habitado.
Nela estaria a pedra das revelações.
Tualuru- Isso não existe!
Pablo- Existe, e eu possuia
um dos fragmentos desta grande pedra.
Tualuru- Fragmento?...
Pablo- Sim, e nele haviam três
revelações. A primeira com a verdade sobre o regresso dos
antediluvianos, um processo natural! A segunda sobre a graça e dádiva
da Golconda, a verdadeira eternidade! e a terceira sobre quem realmente
é Caim, e seu maldito pacto!
Tualuru- Vejo, filho, que com
pouca idade já sabes de muitas coisas e coisas muito importantes.
Mas disse-me que possuias o fragmento, onde ele está?
Pablo- Nas mãos de Pandora.
Tualuru- Estará então
bem guardado.
Pablo- Tualuru, se tu sabes
onde fica El Dorado, diga-me, por favor. A verdade merece viver.
Tualuru- Pablo, meu jovem,
esta pedra foi talhada pelas mãos dos próprios antediluvianos.
Nela estão encrustadas treze revelações. Uma revelação
de cada um deles. E estão em El Dorado, porque esta foi a cidade
de depois do dilúvio. O dilúvio não foi obra de Deus.
O dilúvio foi obra de Caim. Ele gerou o dilúvio logo após
fazer o pacto. Essa foi a desculpa que encontrou para desaparecer e repensar
seus próximos atos. Pois esses serão essenciais e definitivos
para nós.
Pablo- Onde fica El Dorado?
Tualuru- El Dorado fica no
seu coração!...
Pablo- Porra, o cara desapareceu!
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