Se você quiser escrever para o 1999 sobre QUALQUER coisa que tenha a ver com música (um show legal que você viu, um carinha que você conseguiu entrevistar, um disco que você queria mostrar pras outras pessoas, qualquer tipo de teoria, contar qualquer parte da história do rock), basta escrever para a gente. 7.NOV.1999 INFORMAÇÃO Na pindaíba criativa que o mercado fonográfico impôs à música brasileira, o Ira! até que achou uma saída coerente com a dignidade que sempre pautou a sua carreira. Trocou a facilidade de gravar um álbum ao vivo repleto de hits (que não são poucos, aliás) pelo desafio de entrar em estúdio para redesenhar um repertório muito especial. Mesmo gravando um disco com composições alheias, concebeu neste final de temporada um dos melhores trabalhos do ano. Além de registrar a estréia do grupo no elenco da Abril (uma das gravadoras que melhor trabalha com o segmento do rock no país), Isso É Amor tem um sentido todo especial na carreira do grupo. Marca a reconsodilação da grife Ira!, que volta com tudo (o anterior, o eletroroqueiro Você Não Sabe Quem Eu Sou, já indicava uma nova força criativa tomando a banda de assalto) ao mercado depois de passar por uma fase negra de discos fracos. E, o que é melhor, volta dono de seu próprio nariz, tendo maior poder de decisão a respeito do direcionamento da carreira e do que fazer em estúdio. "Este é um disco bem despretensioso", conta ao 1999 o vocalista Nasi. Não queríamos desta vez um disco de composições burocráticas. Por estarmos mais envolvidos com projetos paralelos [nota: o guitarrista Edgar Scandurra continua com suas traquinagens e lançará seu terceiro álbum solo por MP3; Nasi volta em breve às lojas com mais disquinho dos Irmãos dos Blues; o próprio ainda faz dobradinha com o baixista Ricardo Gaspa em um outro grupo, chamado Os Alquimistas], optamos por suar menos neurônios e ficar menos tempo em estúdio. "Recebemos antes uma proposta para gravar um disco ao vivo. Mas tinha que ser tudo em quinze dias. Como pretendemos gravar nosso primeiro live album bastante estudado, com seleção de repertório, novos arranjos e escolha de convidados feita com quatro ou cinco meses de antecedência, preferimos olhar para trás neste limiar do ano 2000 e fazer uma homenagem à canção popular brasileira. Gravamos então músicas e gostaríamos de ter composto ou gravado pela primeira vez." Como nada na vida do Ira! é marcado pela obviedade, a costura temática ficou em cima de cantores e compositores que ficaram à margem da música popular brasileira. Talvez seja um traço de identificação com a própria carreira errática do Ira!. "Realmente nós tivemos tudo para ganhar o campeonato", reconhece Nasi. "A bola estava na marca do pênalti e nós, muito por uma questão juvenil de não dar o braço a torcer para qualquer interferência de fora, preferimos virar as costas para entrar de novo no túnel do estádio". Tanto que a primeira faixa escolhida para o repertório foi "Sentado à Beira do Caminho", parceria de Roberto e Erasmo que, segundo o vocalista, "carregava uma espécie de desesperança que contrastava com a alegria da Jovem Guarda." Com o otimismo marcado no rosto, Nasi não esconde a esperança de que Isso É Amor traga o Ira! de volta ao primeiro escalão de bandas nacionais. "Nós não temos mais nada a provar", exclama. Com razão. Em um país onde o rock anda em baixa e a única saída dos grupos é fazer concessão a acústicos, álbuns ao vivo ou regravações de standards, o Ira! sai vitorioso justamente por não admitir que influências alheias o desviassem de seu rumo. A caminhada foi mais longa, sem dúvida, mas não menos merecedora. RESENHA Se o passar dos anos maltratou o gogó do carismático Nasi (alguns até podem contra-argumentar que a rouquidão encorpa a interpretação com mais alma), se a guitarra de Edgard Scandurra opta por deixar um pouco para trás a sujeira, nada disso diminui o brilho deste álbum. Isso é Amor, com certeza, é uma obra menor dentro da trajetória do Ira! (seria injustiça compará-lo ao genial Psicoacústica, à estréia vigorosa de Mudança de Comportamento ou ao inovador Você Sabe Quem Eu Sou). O que não significa, aliás, que mais uma vez o Ira! venha ratificar a grande injustiça cometida ao colocá-lo à segunda divisão das bandas nacionais surgidas na década passada. "Bebendo Vinho", balada roqueira do ex-Replicantes Wander Wildner, abre o álbum com o pé direito. É um hit nato, com refrão para conquistar de vez todos os corações românticos já fisgados anteriormente pelo Ira!. "Teorema", a faixa seguinte, deixa no chinelo quase todas as regravações de Renato Russo. Mesmo com um pouquinho de pegada country (leia-se o gênero original, não este pastichão de rodeio que varre o país), a releitura não eliminou o punch punk do fonograma original. "Chorando No Campo", balada de Lobão, remete aos primórdios do grupo e traz a mesma urgência de "Pobre Paulista". "Telefone", sucesso-mor da sempre subestimada Gang 90, surpreende. A faixa foi totalmente transformada. Ganhou ares lounge com a combinação entre o vocal romântico de Fernanda Takai no refrão e a narração melodramática de Nasi. Outra que passou a caminhar no mesmo trilho do easy-listening foi a cover de si próprio "Mudança de Comportamento", a preferida dos fãs do grupo - até o trumpete (conservado do primeiro registro) deixou a versão com cara de Burt Bacharach. Isso ainda é pouco. Quem explorar mais o disco pode encontrar, por exemplo, Chico Buarque transformado em pungente samba-rock, Ritchie tomado pela new wave e o psicodelismo perdido de Ronnie Von. É por essas e outras que o Ira! continua sendo uma das melhores bandas brasileiras de todos os tempos. Pin Ups AcústicoSkuba Lado B especial Autoramas "Substance - 1987" "Dois" Titãs Angélica Notas do Subterrâneo (outubro) Arroz com Pequi (outubro) O Rappa Quannun Einstürzende Neubaten "Punk - A Anarquia Planetária e a Cena Brasileira" Tom Waits Andreas Kisser Retropicalismo / Mutantes/ Arnaldo & Rita "Quem com ferro fere, com ferro será ferido" Legião Urbana Stereolab Cut Chemist / Shortkut Pavement "Vocabulário de Música Pop" Red Hot Chili Peppers (show) MV Bill Thee Butchers' Orchestra Zen Arcade - Hüsker Dü Ozomatli Pato Fu Los Hermanos Nocaute Mosha (show) Down by Law Tricky / DJ Muggs Los Hermanos Grenade & Thee Butchers' Orchestra Rebeca Matta Man or Astroman? Abbey Road Os Catalépticos (show) Comunidade Ninjitsu "Esporro!" e "Guerrilha" CMJ Music Fest Pensamentos Felinos (setembro) Echo & the Bunnymen (show) Stela Campos Jim O'Rourke atenciosamente, (setembro) Luiz Gustavo (Pin Ups) Relespública (Diário de Bordo) Alex Chilton Toy Shop Martin Rev (Suicide) Yellow Submarine Punk Rock em Curitiba Grenade Mutantes Bruce Whitney (Kranky Records) Cotton Mather Por Fora do Eixo (setembro) Thomas Pappon Pequenas Capitanias (setembro) Mercury Rev (show) Paralamas do Sucesso Relespública, Mosha & Woyzeck (show) Reading 99 O maravilhoso mundo grátis "Eu vou enfiar um palavrão" Jason (entrevista) Pôneifax, Walverdes e Tom Bloch Noel & Liam Gallagher Manu Chao Jason pelo Nordeste V99 (festival com Manic Street Preachers, Orbital, DJ Shadow, Massive Attack, Mercury Rev, Gomez, Happy Mondays, James Brown, Groove Armada e Mel C) "Curitiba, Capital do Rock" Divine, Six Degrees, Moonrise e Barbarella Vermes do Limbo Sala Especial Al Green Bowery Electric Jamiroquai Flaming Lips Gong - Show de 30 anos Megatério (agosto) - A Noite do P* no C* Marreta (agosto) - O jazz morreu Rolling Stones Mercenárias "Paul's Boutique" "Tim Maia Racional" Kraftwerk Sugar Hill Records Second Come R.E.M. Built to Spill Eddie Flaming Lips Ultraje a Rigor "Kurt & Courtney" Moby clonedt Mark Sandman Suede Plebe Rude Rentals Pavement MEGATÉRIO - Omar Godoy WICKED, MATE - 90 (de Londres) REVOLUCIÓN 1,99 - Edu K atenciosamente, - Rodrigo Lariú Red Hot Chili Peppers Underworld Prodigy Hojerizah Raimundos Plebe Rude Wilco Little Quail Chemical Brothers Atari Teenage Riot Grenade Lulu Santos Liam Howlett 4-Track Valsa Chemical Brothers (show) Yo La Tengo + Jad Fair "Select" Dr. John Memê "Drinking from Puddles" Capital Inicial (show) Jon Spencer Blues Explosion (show) Homelands (festival com DJ Shadow, Underworld, Asian Dub Foudation, Chemical Brothers, Fatboy Slim, Grooverider, Faithless e outros) Divine "The Best of Sugar Hill Records" Ambervisions Amon Tobin Sepultura/Metallica (show) Mocket Stereophonics Headache Fatboy Slim Cassius Paul Oakenfold Silver Jews Amon Tobin Inocentes Sepultura Outropop Pensamentos Felinos Loniplur atenciosamente, Swervedriver e Mogwai Comédias Pequenas Capitanias Por Fora do Eixo Arroz com Pequi Marreta? Das Margens do Tietê Distancity Leite Quente Londrina Chamando Por Aí T-Rex Kurt Cobain Bob Dylan Nuggets Sebadoh Los Hermanos Kiss (show) Mestre Ambrósio Jesus Lizard Maxixe Machine Fish Lips Silverchair PJ Harvey e Jon Parish (show) Cornelius "Post-punk chronicles" Blur (show) Garage Fuzz Pólux (show) Marcos Valle Astromato French Fried Funk Sublime Leia no último volume Na Lata! Miniestórias Blur Ira! Sleater-Kinney Goldie Henry Rollins Jon Carter Afrika Bambaataa O pai do rock brasileiro Nova História do Pop Grave sua própria fita C86 Medo do novo Digital Delay No shopping com Status Quo Fita ou demo? Solaris A história do indie baiano Prot(o) e Rumbora Monstro Discos Carnaval e Los Hermanos Eletrônicos e bicões Kólica, Pupila e Total Fun As hortas musicais de Curitiba Ala Jovem Brian Wilson Limpando os remédios Amor e Luna Massive Attack Blondie "You've Got the Fucking Power" Relespública (show) Trap Johnattan Richman (show) Little Quail & the Mad Birds High Llamas Thurston Moore Red Meat Los Djangos Bad Religion (show) Vellocet Jon Carter (show) Raindrops Jimi Hendrix Experience Fun Lovin' Criminals Garbage Tom Zé Câmbio Negro Catalépticos Lobão Cowboys Espirituais Max Cavalera Escrever "de música" O CD ou a vida (quase) A bossa nova contra-ataca o Brasil Um pouco de educação não faz mal a ninguém Fé em Deus e pé na tábua O Mercury Rev que não foi Um banquinho, um violão e Dee Dee Ramone Escalação pro Abril Pro Rock 99 Dago Red Festivais na Bahia Chutando o futuro de Brasília Ê, Goiás Pós-Rock, Teletubbies e LTJ Buken Você sabe o que é Louphas? Por dentro da Holiday Records Chacina no litoral paranaense PELVs e um blecaute Bruce Springsteen O último show dos Beatles Genesis - "The Way of Vaselines" Vamos nos encontrar no ano 2000 Tropicanalhce A professora com pedal fuzz Portishead Chico Buarque (show) Deejay Punk-Roc Ninja Cuts Jon Spencer Blues Explosion Dazaranha Snooze U.N.K.L.E. Pearl Jam New Order (show) Rock Grande do Sul Spiritualized Damned NME Premier Festival (shows) Delgados Punk Rock Stamp Fellini (show) Plastilina Mosh Neutral Milk Hotel Fury Psychobilly Gastr Del Sol Pólux Afghan Whigs Ritchie Valens Marcelo D2/ Resist Control (show) Limbonautas Cartels Babybird Elliot Smith Jesus & Mary Chain Nenhum de Nós Otto Relespública DeFalla Piveti Isabel Monteiro Man or Astroman? Ricardo Alexandre elocubra sobre Engenheiros do Hawaii Camilo Rocha ri do medo da imprensa especializada Leonardo Panço mete o pau em quem ele acha que deve meter o pau G. Custódio Jr. fala de Flin Flon e Va Va Voon Tom Leão dá as dicas de como se gravar "aquela" fita pra "aquela" gata ROCK & RAP CONFIDENTIAL defende o crédito à pirataria Rodrigo Lariú lembra de bons shows Festivais no Nordeste O último show do Brincando de Deus Conheça Belo Horizonte 98 em Brasília Superdemo e Fellini no Rio Uma geral no ano passado em Sampa Cadê o público nos shows? As dez melhores bandas de Curitiba Pelo fim da reclamação Black Sabbath Burt Bacharach "Três Lugares Diferentes" - Fellini Beck Mercury Rev Jurassic 5 Sala Especial Lou Reed (show) Asian Dub Foundation Belle and Sebastian "Velvet Goldmine" Autoramas (show) Grenade Chemical Brothers (show) Cardigans Bauhaus Stellar 1999 é feito por Alexandre Matias e Abonico Smith e quem quer que queira estar do lado deles. Os textos só
poderão ser reproduzidos com a autorização dos autores |