O mundo não acabou, então...
1999
mais que música
...mudou de novo.
Agora ficou mais fácil
ainda. E melhor pra todo mundo. Todas as seções deixaram de ser páginas pra se tornar
meros temas. Todo dia tem um texto novo, sobre qualquer coisa que tenha alguma coisa a ver
com música. A página do 1999 agora é só uma: a mesma, sempre.
Acostume-se.
Um dos editores do 1999
que não avisou pro outro que ia fazer isso porque
teve essa idéia, se entusiasmou e quis por em prática logo!
Se você quiser
escrever para o 1999 sobre QUALQUER coisa que tenha a ver com música (um show legal que
você viu, um carinha que você conseguiu entrevistar, um disco que você queria mostrar
pras outras pessoas, qualquer tipo de teoria, contar qualquer parte da história do rock),
basta escrever para a gente.
18.AGO.1999
INFORMAÇÃO
JAMIROQUAI
por Valéria Rossi
London's Burning
A ambição da maioria das pessoas que se
aproximam dos 30 anos é ter uma carreira bem sucedida, um relacionamento estável e uma
casa própria com um carro na garagem. Nestes parâmetros, Jason Kay, de 29 anos, cantor e
líder do Jamiroquai, é um cara comum. A não ser pelo fato de que a sua carreira envolve
milhões de cópias vendidas de seu quarto álbum (Synkronized chegou ao primeiro lugar
das paradas britânicas na semana de lançamento); a sua namorada, a loira apresentadora
de TV Denise Van Outen, é uma das pin-ups mais desejadas da Inglaterra; e a sua
casa é uma mansão de 72 hectares entre Londres e Oxford com lago próprio e garagem que
abriga pelo menos cinco Ferraris.
O excêntrico cantor -
que de olhos fechados é a voz do Stevie Wonder e de olhos abertos é a cara do Aphex Twin
- está com tudo e não tem vergonha de ficar prosa. Os seus dois únicos desgostos
são com a imprensa britânica e com o ex-baixista de sua banda, Stuart Zender
(noivo da cantora Melanie
Blatt, do grupo All Saints). "A imprensa aqui é uma m* e gosta de me atacar pelo que
consegui. Só porque eu era um cara ferradão. Por que eu deveria me desculpar por ser bom
no que faço e ter sucesso?", dispara.
Outra mágoa é mais funda.
Por causa da saída de Zender, Jay Kay e os músicos do Jamiroquai tiveram que rescrever o
último álbum inteiro em poucos dias "Eu já estava sacando que ele queria me
estrepar, porque eu consigo ver através das pessoas, sabe?", disse o cantor. Nos
projetos para este ano, o cantor tem como objetivo conquistar a América. Na semana de
lançamento, Synkronized chegou à vigésima oitava posição dos mais vendidos nos
EUA, mas Jay quer chegar entre os primeiros cinco. "A gente passou sete anos tentando
e agora chegou a hora de arrebentar a América. É a minha meta para este ano",
disse, modesto.
Jason conversou com o 1999
horas antes de encerrar a temporada britânica de seu novo show no Wembley Arena, onde
tocou duas noites com lotação esgotada. Nesta semana, Jay Kay, suas trancinhas e sua
coleção de chapéus desembarcam no Brasil pela segunda em turnê própria (sexta no
Metropolitan, no Rio; sábado e domingo que vem na Via Funchal, em São Paulo).
Para quem se decepcionou com
o primeiro show, no Free Jazz, há dois anos, Jason promete compensação. "O nosso
material é muito melhor agora. O show está mais maduro e a gente está mais satisfeito
com o que está tocando. Será bem melhor. E o mercado latino-americano é
muito importante porque a gente tem influências na nossa música que vem de
lá".
1999 - Como será o show do Brasil? A audiência brasileira pode esperar um show diferente
da primeira vez que vocês estiveram no país?
A julgar pelo que fizemos ontem à noite, acho que o show do Brasil vai ser bem
melhor e mais comprido do que o anterior. As músicas que temos neste álbum são muito
melhores e nós estamos bem mais empolgados. A banda está tomando um novo rumo, que é um
pouco mais pesado e que eu, pessoalmente, gosto muito. Mas do ponto de vista do
sucesso que temos com o público na América Latina, vai ser muito bom. Pudemos ver isso
na última vez que estivemos lá, chegar num país em que você nunca esteve antes e
ver a reação da platéia do jeito que nós vimos... é fantástico.
1999 - Você teve chances de sair um pouco do circuito de shows? O país correspondeu às
suas expectativas?
Nós saímos algumas vezes. Óbvio, quando se vive num país como o meu, você acaba
construindo uma imagem dos outros lugares. Mas eu não acho que a gente tenha ido ao
Brasil sob nenhuma ilusão sobre o nível de pobreza e o contraste com o nível de
riqueza. Alguns aspectos são adoráveis e outros, claro, nem tanto. Mas, no geral, eu
achei as pessoas absolutamente legais.Muito hospitaleiras, e tudo mais. Fomos tratados
muito bem. Todo o mercado da América Latina é muito importante para nós porque nós
temos influências na música que se refletem dessa forma. E eu sempre quis fazer sucesso
na América do Sul. O que está acontecendo é que o álbum novo foi lançado nos Estados
Unidos e, de uma forma ou de outra, a música acaba vazando para a América do Sul. É o
caminho a seguir. Se a gente conseguir entrar na lista dos cinco álbuns mais vendidos nos
EUA, a música vai filtrar para o sul.
1999 - No show Canned Heat vocês tocam principalmente o repertório do último
álbum. Você não acha um pouco arriscado?
O que acontece é que chegamos em um ponto com os dois últimos discos em que nos
cansamos. Ficamos entediados de tocar as mesmas coisas sempre. Chegou a hora de fazer uma
coisa diferente e as músicas velhas ficaram, bem... velhas. A única vez em que tivemos
problemas foi quando fizemos os dois primeiros shows, antes do disco ser lançado na
Inglaterra. O que fazemos é mudar pedaços do set list de acordo com o público para o
qual estamos tocando.
1999 - Na Inglaterra você desfruta um tipo de fama que não é exclusivamente ligado à
sua música. Aqui o público quer saber a marca dos seus carros, quem você namora, quanto
custa a sua casa. Como você vê a possibilidade de sair do país e voltar a ser
reconhecido pelo seu trabalho?
Eu não me considero uma celebridade. Sou um músico, um cantor. Neste país existe
muita gente que faz música mas aparece em todos os talk shows, faz parte de eventos para
a televisão. Muita gente expõe a sua vida pessoal para vender mais discos. Eu canso de
receber propostas de revistas como Hello! e OK para mostrar a minha casa por dinheiro. Mas
não estou interessado nessas coisas. Tem que haver um limite entre a sua privacidade e a
sua persona pública. Se você escolhe expor a sua vida pessoal, você acaba sem nada para
você. Apesar das pessoas acharem que sabem tudo a meu respeito, posso te assegurar que
elas não sabem muito... (risos) Eu só as deixo por dentro daquilo que eu quero.
1999 - É verdade que Liam Howlett (Prodigy) vai remixar uma faixa de seu disco?
Liam iria remixar "Supersonic", mas a gravadora pegou no pé e disse que ele
tinha mais é que terminar o seu álbum antes de se envolver em outros projetos. E
eu entendo. Hoje os prazos são muito inflexíveis na indústria. Se você não acabar o
seu álbum no dia e na hora determinada, a gravadora parte para outra e o teu
trabalho acaba ficando na gaveta. É uma pressão muito grande.
1999 - Qual é a sua opinião sobre a música britânica de hoje?
A minha opinião, honestamente? Eu acho que é uma m*. Muitas boy bands e um número
insuficiente de bandas de verdade. É porcaria industrializada.
1999 - Você teve que rescrever e gravar do zero boa parte do álbum novo por causa da
saída do baixista Stuart Zender. Por que uma solução tão radical?
Você tem que entender que a gente tinha dez músicas prontas. Das dez faixas, do jeito
que eu entendo, ele contribuiu com três. A gente poderia ter eliminado estas faixas
e regravado o baixo nas outras sete, mas com o clima que a gente tinha eu achei que não
seria uma boa idéia. Na banda todo
mundo ganha royalties, independente do que cada um tenha escrito. Quis evitar que, no
futuro, ele me processasse e ficasse rico em cima do trabalho de todos os outros membros
da banda. Do jeito que fizemos, mesmo trabalhando em dobro com o tempo contado, ele não
tem como reclamar de nada.
1999 - Um aspecto famoso a seu respeito é que você costuma reclamar muito da imprensa e
tem fama de ser temperamental com os repórteres. Por quê?
Olha, eu fiz uma entrevista para uma revista chamada The Big Issue, feita para
ajudar as pessoas que não têm onde morar na Inglaterra. Não costumo dar muitas
entrevistas, mas achei que para eles valia a pena, porque era por uma boa causa. Bom, todo
mundo sabe que eu moro em uma casa grande,
isso não é novidade para ninguém. Todo mundo também sabe que eu gosto de carros caros.
Sinto muito. E aí a linha do texto sobre mim era "ele fala sobre pobreza mas vive em
uma mansão e namora uma modelo", "ele defende a ecologia mas dirige
Ferraris". Eu já fui pobre e não tinha nada e me dei
bem na vida. Será que tenho que me desculpar para sempre? É assim com a maioria dos
veículos.
1999 - Você vai começar uma nova década da sua vida junto com a virada do
milênio. Essa coincidência tem algum significado para você?
Certamente. O meu aniversário é no dia 31 de dezembro. Para mim, cada ano é como uma
página nova de um livro. Em cada página eu escrevo o que quero conseguir naquele ano.
Quase sempre dá certo. Você tem que ter visão e perseverança. Neste ano escrevi:
"arrebentar a América". E é o que quero fazer até o fim do ano.
Flaming Lips
Gong -
Show de 30 anos
Megatério
(agosto) - A Noite do P* no C*
Marreta
(agosto) - O jazz morreu
Rolling
Stones
Mercenárias
"Paul's
Boutique"
"Tim Maia
Racional"
Kraftwerk
Sugar
Hill Records
Second Come
R.E.M.
Built to Spill
Eddie
Flaming
Lips
Ultraje a
Rigor
"Kurt
& Courtney"
Moby
clonedt
Mark Sandman
Suede
Plebe Rude
Rentals
Pavement
MEGATÉRIO - Omar
Godoy
WICKED, MATE - 90 (de
Londres)
REVOLUCIÓN
1,99 - Edu K
atenciosamente,
- Rodrigo Lariú
Red Hot
Chili Peppers
Underworld
Prodigy
Hojerizah
Raimundos
Plebe Rude
Wilco
Little Quail
Chemical Brothers
Atari Teenage
Riot
Grenade
Lulu
Santos
Liam
Howlett
4-Track
Valsa
Chemical
Brothers (show)
Yo La
Tengo + Jad Fair
"Select"
Dr.
John
Memê
"Drinking
from Puddles"
Capital
Inicial (show)
Jon
Spencer Blues Explosion (show)
Homelands
(festival com DJ Shadow, Underworld, Asian Dub Foudation, Chemical Brothers, Fatboy Slim,
Grooverider, Faithless e outros)
Divine
"The
Best of Sugar Hill Records"
Ambervisions
Amon
Tobin
Sepultura/Metallica
(show)
Mocket
Stereophonics
Headache
Fatboy Slim
Cassius
Paul Oakenfold
Silver Jews
Amon Tobin
Inocentes
Sepultura
Outropop
Pensamentos Felinos
Loniplur
atenciosamente,
Swervedriver e Mogwai
Comédias
Pequenas Capitanias
Por Fora do Eixo
Arroz com Pequi
Marreta?
Das Margens do Tietê
Distancity
Leite Quente
Londrina Chamando
Por Aí
T-Rex
Kurt Cobain
Bob Dylan
Nuggets
Sebadoh
Los Hermanos
Kiss (show)
Mestre Ambrósio
Jesus Lizard
Maxixe Machine
Fish Lips
Silverchair
PJ Harvey e Jon
Parish (show)
Cornelius
"Post-punk
chronicles"
Blur (show)
Garage Fuzz
Pólux (show)
Marcos Valle
Astromato
French Fried Funk
Sublime
Leia no último
volume
Na Lata!
Miniestórias
Blur
Ira!
Sleater-Kinney
Goldie
Henry
Rollins
Jon
Carter
Afrika
Bambaataa
O pai
do rock brasileiro
Nova
História do Pop
Grave
sua própria fita
C86
Medo
do novo
Digital
Delay
No
shopping com Status Quo
Fita
ou demo?
Solaris
A história do
indie baiano
Prot(o) e Rumbora
Monstro Discos
Carnaval e Los
Hermanos
Eletrônicos e
bicões
Kólica, Pupila e
Total Fun
As hortas musicais de
Curitiba
Ala Jovem
Brian Wilson
Limpando os remédios
Amor e Luna
Massive Attack
Blondie
"You've Got the
Fucking Power"
Relespública
(show)
Trap
Johnattan Richman
(show)
Little Quail & the
Mad Birds
High Llamas
Thurston Moore
Red Meat
Los Djangos
Bad Religion (show)
Vellocet
Jon Carter (show)
Raindrops
Jimi Hendrix
Experience
Fun Lovin' Criminals
Garbage
Tom Zé
Câmbio Negro
Catalépticos
Lobão
Cowboys Espirituais
Max Cavalera
Escrever "de
música"
O CD ou a vida
(quase)
A bossa nova
contra-ataca o Brasil
Um pouco de
educação não faz mal a ninguém
Fé em Deus e pé na
tábua
O Mercury Rev que não
foi
Um banquinho, um violão
e Dee Dee Ramone
Escalação pro
Abril Pro Rock 99
Dago Red
Festivais na Bahia
Chutando o futuro de
Brasília
Ê, Goiás
Pós-Rock,
Teletubbies e LTJ Buken
Você sabe o que é
Louphas?
Por dentro da
Holiday Records
Chacina no litoral
paranaense
PELVs e um blecaute
Bruce Springsteen
O último show dos
Beatles
Genesis -
"The Way of
Vaselines"
Vamos nos encontrar
no ano 2000
Tropicanalhce
A professora com pedal
fuzz
Portishead
Chico Buarque (show)
Deejay Punk-Roc
Ninja Cuts
Jon Spencer Blues
Explosion
Dazaranha
Snooze
U.N.K.L.E.
Pearl Jam
New Order (show)
Rock Grande do Sul
Spiritualized
Damned
NME Premier Festival
(shows)
Delgados
Punk Rock Stamp
Fellini (show)
Plastilina Mosh
Neutral Milk Hotel
Fury Psychobilly
Gastr Del Sol
Pólux
Afghan Whigs
Ritchie Valens
Marcelo D2/ Resist
Control (show)
Limbonautas
Cartels
Babybird
Elliot Smith
Jesus & Mary Chain
Nenhum de Nós
Otto
Relespública
DeFalla
Piveti
Isabel Monteiro
Man or Astroman?
Ricardo Alexandre
elocubra sobre Engenheiros do Hawaii
Camilo Rocha ri
do medo da imprensa especializada
Leonardo Panço
mete o pau em quem ele acha que deve meter o pau
G. Custódio Jr. fala
de Flin Flon e Va Va Voon
Tom Leão dá as
dicas de como se gravar "aquela" fita pra "aquela" gata
ROCK & RAP
CONFIDENTIAL defende o crédito à pirataria
Rodrigo Lariú lembra
de bons shows
Festivais no
Nordeste
O último show do
Brincando de Deus
Conheça
Belo Horizonte
98 em Brasília
Superdemo e Fellini
no Rio
Uma geral no ano
passado em Sampa
Cadê o público nos
shows?
As dez melhores bandas
de Curitiba
Pelo fim da
reclamação
Black Sabbath
Burt Bacharach
"Três Lugares
Diferentes" - Fellini
Beck
Mercury Rev
Jurassic 5
Sala Especial
Lou Reed (show)
Asian Dub Foundation
Belle and Sebastian
"Velvet
Goldmine"
Autoramas
(show)
Grenade
Chemical Brothers
(show)
Cardigans
Bauhaus
Stellar
1999 é feito por Alexandre Matias e Abonico Smith e quem quer que queira estar do
lado deles.
Os textos só
poderão ser reproduzidos com a autorização dos autores
© 1999
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