Image1.JPG (15354 bytes)

04.01.1999

INFORMAÇÃO
Jesus & Mary Chain
Nenhum de Nós
Otto
Relespública
DeFalla

P&R
Piveti
Isabel Monteiro
M
an or Astroman?

COLUNISTAS
COLUNA VERTEBRAL
de Ricardo Alexandre
PAIRANDO...
de Camilo Rocha
ESPINAFRANDO
de Leonardo Panço
OUTROPOP
de G. Custódio
PENSAMENTOS FELINOS
de Tom Leão
ROCK & RAP CONFIDENTIAL
de Dave Marsh
atenciosamente,
de rodrigo lariú

BR-116
Pequenas Capitanias
Outros Carnavais
Polaroid
Por Fora do Eixo
Loniplur-RJ
Das Margens do Tietê

Distancity
Leite Quente
Londrina Chamando

HISTÓRIA
DO ROCK

Black Sabbath
Burt Bacharach
"Três Lugares Diferentes"

RESENHAS
Beck
Mercury Rev
Jurassic 5

Sala Especial
Lou Reed (show)
Asian Dub Foundation
Belle and Sebastian
"Velvet Goldmine"
Autoramas (show)
Grenade
Chemical Brothers (show)
Cardigans
Bauhaus
Stellar

E-MAIL

CRÉDITOS

CARDIGANS
Gran Turismo

(Stockholm/PolyGram)
Por Abonico R. Smith

O sucesso é mesmo soda. Sempre obriga as pessoas a serem o que não são, sobretudo quando elas já estão cansadas de representarem a si mesmas. Como bem advertiu Courtney Love, vestir a pele de cleebridade pode ser uma passagem traiçoeira para o mundo em que lindos vestidos e podres latas de lixo possuem o mesmo valor.

E o Cardigans acabou caindo na armadilha. Saiu da Suécia transbordando fofura por todos os poros com uma sonoridade especial, que misturava pitadas do peso roqueiro (em especial a paixão pelo Black Sabbath) com groove e muitos instrumentos analógicos. Atualizava o passado sem descaracterizá-lo na linha cronológica e, talvez por isso, tenha caído no gosto de alternativos, clubbers e fãs do Leonardo DiCaprio.

Gran Turismo é a marca da virada para o Cardigans. A banda liderada pela loirinha Nina Persson pegou carona na linha de pensamento skankiana e tratou de renegar não só as origens como aquela receita certeira que a catapultou ao estrelato. O Cardigans de hoje passou uma borracha nos analógicos, plugou uma parafernália eletrônica e, com a boca cheia de pompa, anuncia aos quatro cantos que quer virar trip hop.

É exatamente aí que mora o perigo. Depois de Portishead, Tricky e Massive Attack (que até já acabou) criarem para o mundo um excitante caminho inédito, uma sucessão de clones de talento menor pegaram carona no primeiro trem que partia para esta nova direção. Alguns até trocaram a lentidão hipnótica por velozes bombardeios rítmicos, mas é tudo a mesma origem. E o Cardigans tão inovador de outrora se transformou em malfadada paródia (para não dizer cópia) de uma moda contemporânea.

As novas faixas estão bem longe de repetir a força de um "Lovefool", "Been It" ou "Carnival". "My Favourite Game", com o apelo de riffs bobinhos e refrão fácil, é a que chega mais perto - muito por causa de seu engraçado clipe adrenalínico, diga-se de passagem. O resto é maltrato aos ouvidos (como as baladas "Explode", "Junk Of The Hearts" e "Higher", perfeitas para as FMs "só sucesso" da vida, e "Do You Believe", uma tentativa de Kraftwerk de terceira categoria) e um amontoado de canções inofensivas que não fedem nem cheiram ("Hanging Around", "Paralyzed", "Marvel Hill").

Os textos só poderão ser reproduzidos com a autorização dos autores
© 1999
Fale conosco