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CHEMICAL BROTHERS
Por Luciano Vianna e Valeria Rossi
London's Burning

Este ano está se tornando um marco inesquecível para a música eletrônica. Depois dos excelentes novos discos do Underworld, Orbital e Armand Van Helden, é a vez de mais um medalhão do gênero mostrar seu novo trabalho. Se na estréia (Exit Planet Dust, de 1995) os Chemical Brothers exibiram o seu talento ao mundo e no álbum anterior (Dig Down Your Hole, de 1997) eles se transformaram em um dos nomes a fazer maior sucesso dentro do cenário da música eletrônica, com Surrender os DJs e produtores atingem seu auge criativo. O disco chega recheado de efeitos, samplers esquisitos, barulhos irritantes. Enfim, tudo para deixá-lo bastante sujo, como uma resposta dos irmãos químicos para os detratores, que acham que fazer sucesso é sinônimo de se vender ao mainstream.

Contando com convidados do porte de Bernard Sumner (New Order e Electronic), Bobby Gillespie (Primal Scream), Jonathan Donahue (Mercury Rev), Hope Sandoval (Mazzy Star) e novamente Noel Gallagher (Oasis), Surrender é um daqueles discos para se ouvir no fone de ouvido, apreciando todos os pedacinhos de cada faixa. A colagem sonora é surpreendente, como você poderá ler no faixa-a-faixa que vem abaixo.

Sorte de quem for conferir o disco ao vivo, na turnê dos irmãos químicos pelo Brasil em maio, que vai poder ver cara a cara maior grupo de música eletrônica do mundo no auge de sua forma.

1. "Music: Response": Camadas e mais camadas de efeitos, barulhinhos esquisitos e samplers sci-fi com uma voz grave afirmando "Music: Response" e alguns samples de vocais femininos ao fundo.

2. "Under The Influence": Mixada com "Music: Response", ela começa com uma batida bem disco, recheada pelos milhares de efeitos de computador que os irmãos químicos esconderam em cada faixa do álbum. Há ainda uma linha de teclado rapidinha que lembra um pouco o estilo do techno europeu de anos atrás.

3. "Out Of Control": Com um começo meio industrial, a música logo descamba para uma espécie de Electronic, mas da melhor qualidade. Conta com a voz de Bernard Sumner (New Order e Electronic) e a ajuda no bis de Bobby Gillespie (Primal Scream).

4. "Orange Wedge": Quase um interlúdio. A faixa é bastante calma, com uma linha de baixo bem acentuada e um teclado distorcido comandando a melodia.

5. "Let Forever Be": Noel Gallagher volta a participar de uma música do Chemical Brothers em mais uma faixa com notáveis influências dos Beatles. Vocal totalmente distorcido. Estilo psicodelia ano 2000.

6. "The Sunshine Underground": A maior e mais viajante faixa do disco. Começa lentinha, toda climática, mas vai sendo engordada por camadas de instrumentos em um crescendo alucinante. Até que chega ao clímax, com uma batida forte e acelerada. Para não deixar ninguém parado.

7. "Asleep From Day": Contando com a voz sensual de Hope Sandoval, vocalista da banda americana Mazzy Star, esta é a faixa mais lenta do disco. Lembranças de grupos como Spiritualized e Spaceman 3 ecoam pela música inteira.

8. "Got Glint?": Quase minimalista no começo. E os irmãos químicos botam seu sampler de efeitos pra funcionar e mandam ver em um bom tech-house mais climático.

9. "Hey Boy Hey Girl": Escolhido como o primeiro single do disco, esta música é realmente a mais (se é que pode ser dito assim) fácil do álbum. Vai tocar muito nas rádios de todo o mundo com o seu grudento refrão "Hey girls, hey boys/ Superstars DJs, here we go".

10. "Surrender": A faixa que dá nome ao álbum traz batidas de palmas sampleadas ao estilo das músicas dos anos 60. O arranjo é mezzo agitada, mezzo calma, criando um clima para a última música do disco.

11. "Dream On": Jonathan Donahue, vocalista do Mercury Rev, canta e toca violão e guitarra nesta faixa que poderia ser resumida como um encontro entre Spiritualized e o próprio Mercury Rev. Apesar de destoar um pouco do resto do disco, funciona como uma espécie de homenagem da dupla a algumas de suas maiores influências.

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© 1999

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