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01.02.1999

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DEEJAY PUNK-ROC
Chickeneye
(Airdog/Independiente)
Por Alexandre Matias

O disco de estréia do Deejay Punk Roc, o vigoroso Chickeneye é um desses discos que vai colocar 98 como ano central do renascimento do suingue branco, como City Delirious, do Lionrock, e Decksanddrumsandrockandroll, dos Propellerheads.

O DJ é um titã do big beat e despeja grooves como desperdiça samples. Ao contrário de seus pares, ele não se limita a descobrir uma levada e brincar com sua repetição. A quantidade de informação despejada sobre Chickeneye poderia ser uma confusão na mão de qualquer um, mas Punk Roc (que quase veio ao Brasil no Close-Up Pl@net deste ano) trabalha como um cirurgião e calcula muito bem os espaços em que constrói sua música. Suas faixas são diversos grooves que obedecem a uma espinha dorsal, o ritmo. Cada canção contém diversas minicanções inseridas, temas que poderiam ser explorados sozinhos, se ele quisesse. Mas Punk Roc prefere a colisão de gêneros, à moda da cartilha em que aprendeu a ler, o rap old-skool, e o resultado é diverso e divertido. Disco de festa, alterna climas e andamentos mágicos e discorre sobre temas variados.

Até aí, tudo bem. O problema é que não sabem se ele é ele mesmo. É que Punk Roc, ou pelo menos a figura que se apresenta como tal, é um negro do Bronx, que não diz o nome verdadeiro de jeito nenhum. E a primeira foto de divulgação que foi divulgada do artista trazia um DJ com uma máscara de Burt Reynolds - um DJ branco! A polêmica foi levantada pela revista Muzik, uma das bíblias mensais do techno, e logo tomou vida própria. Ora, era o Milli Vanilli da cena eletrônica. A mesma Muzik ainda levanta a hipótese do verdadeiro Deejay Punk Roc ser um dos sócios da pequena gravadora pela qual Chickeneye foi originalmente lançado, a Airdog. Jon Davies, que participou das gravações do disco, seria o responsável pelos beats. O sujeito que se diz ser Punk Roc teria sido contratado para dar o crédito de rua ao novo personagem.

Eu sei que isso é meio difícil de determinar, mas Chickeneye parece mais branco que negro. Quer dizer, lembra muito mais as incursões de ingleses como Chemical Brothers e Fatboy Slim que o peso negro e repetitivo das mãos dos DJs nova-iorquinos. Mas isso é um parâmetro tolo. E de que importa se Deejay Punk Roc diz ser quem não é? Ao contrário do Milli Vanilli, que era uma baba, o som de Punk Roc importa e faz a diferença. Se o verdadeiro Punk Roc quer permanecer no anonimato, azar (ou sorte) dele...

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© 1999

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