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01.02.1999

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POR FORA DO EIXO
DF
Por Marcos Pinheiro

Cá estou, novamente, para dar aquela dissecada no que está rolando pela capital do país. Mês passado, confesso, me empolguei e escrevi demais. Sabe como é, era a estréia, tanta coisa para contar... Mas já recebi os devidos "puxões de orelha" da chefia (brincadeirinha!) e prometo ser mais comedido desta vez.

Se em janeiro fizemos a cansativa, mas necessária retrospectiva 98, vamos tentar agora um exercício de futurologia - se é que isso é possível em se tratando de mercado pop/rock nacional. Mas a falta de shows e novidades neste "período de férias" em Brasília me obriga a esta prática suicida.

No final de 1997, se me pedissem para apostar em alguém, eu cravaria Maskavo Roots. O quarteto estava fechado com a Sony Music e entrando em estúdio para gravar o segundo CD - depois da boa, mas sub-aproveitada estréia, em 1995, pelo Banguela. Se Não Güenta Por Que Veio?, o tal CD, veio, mas ficou embaçado pelos lançamentos simultâneos dos novos do Skank e do Cidade Negra, pela mesma gravadora. Grave erro estratégico. As três "canções de trabalho" em FM de rede nacional e os shows de abertura para o próprio Skank alavancaram um pouco as vendas, que hoje devem estar em 70 e 80 mil cópias. Razoável, mas podia ser bem melhor, em se considerando o potencial radiofônico da banda, ainda mais por uma major. Como o verão ainda está na metade, o Maskavo pode pegar uma boa onda e chegar ao disco de ouro. Não custa torcer!

Outra aposta para o ano passado era o Bootnafat, embalado pelo título do Skol Rock 97. O quinteto soul-rock até começou bem a temporada, abrindo a Pop Mart, do U2. Nada como um patrocínio forte. Em março, saiu o CD de estréia pela pequena Paradise Records. E nada mais! Ou vocês ouviram o Bootnafat tocando nas FMs de sua cidade?

E agora, em quem apostar para 1999? Na recuperação dos Raimundos, que prometem novo CD, depois de perderem fôlego na mídia com Lapadas do Povo? Na estréia do Rumbora, do baterista Bacalhau, ex-Little Quail? No Divine e seu rock alternativo dançante, que lançou em 1998 um dos melhores CDs do ano? Ou na verve à la Renato Russo (sem o mesmo lirismo) do Sem Destino - se fosse há dez anos, seria sucesso na certa, mas com a mentalidade atual...

É dura essa vida de jornalista-vidente...

CHORO LIVRE - Lendo nossos companheiros colunistas do 1999, percebi que o muro de lamentações é geral. De Norte a Sul do país, faltam espaços, mídia e dinheiro para as bandas independentes, iniciantes ou não. O choro é coletivo, mas pelo que vi, muitos de vocês ainda estão ganhando da outrora capital do rock. Brasília, por exemplo, não tem e nunca teve uma Rádio Rock. Nem para ficar tocando as mesmas coisas de Stones, Beatles, Led Zeppelin, Black Sabbath e outros chamados "clássicos", que já cansamos de ouvir.

O máximo que existe é a Cultura FM, uma pequena emissora de propriedade do Governo do Distrito Federal, que, por não ser de caráter comercial, tem a liberdade para tocar o que quiser, sem jabá de gravadora. Isto é ótimo, mas a rádio, que já rolou mais rock em sua programação, hoje tem investido muito na MPopB - leia-se Lenine, Chico César, Zeca Baleiro, Paulinho Moska, mundo livre s/a, Pato Fu, Daúde, Farofa Carioca, etc.

Mas não se pode cuspir no prato que come. A Cultura também foi responsável por tocar e lançar fitas e CD-demos de inúmeros artistas e bandas da cidade em variados gêneros. E continua este trabalho até hoje, em sua programação normal e em programas especiais como a Feira de Música e o Cult 22.

Fora isso, a chamada grande mídia local fica à espera de algum evento de rock/pop relevante para dar destaque - o que já se tornou artigo raro na cidade. O que se exalta por aqui (e me irrita profundamente) são os músicos que trocaram a guitarra por um sampler para compor em casa ou virar DJ em alguma rave. Ridículo!

Que inveja de Curitiba, que tem jornal e rádios especializadas que incentivam a produção de rock e conscientizam a moçada a ficar atenta nos novos talentos da cidade! Aqui a colonização do eixo Rio-São Paulo (conexão Bahia) já está tão forte, que só uma lobotomia resolveria. Radical!

CARNAROCK - Para os que odeiam axé e pagode, carnaval é tempo de acampar no mato ou se trancar em casa, com os CDs, livros e revistas prediletos, ou o que (quem?) der mais na telha. Rádio e TV são veículos proibidos.

Felizmente, uma turma de produtores locais decidiu injetar barulho ao baticum reinante e promove, nos dias 13 e 14 de fevereiro (sábado e domingo), a segunda edição do Carnarock, festival que reune, este ano, mais de 20 bandas no Gran Circo Lar - melhor espaço para shows de rock na cidade, com capacidade para quase três mil pessoas, que só não é melhor aproveitado porque é do governo. Mas isso é papo para depois.

Até o fechamento desta edição, a programação ainda não estava totalmente definida, mas, pela prévia, o que predominam são bandas-cover (como as de Kiss, Ozzy Osbourne, Pantera, Rush e The Doors) e de hard rock/metal com material próprio (Rarabichuebas, Nata Violeta, Restless, Abhorrent e Black Rainbow), além do discurso político-social do Sem Destino. Como convidadas, o Ulo Selvagem (Salvador) e o Monasterium (Teresina).

No próximo mês, cobertura completa do Carnarock...

RAPIDINHAS

Confirmando ser, disparado, o selo mais prolífico do DF, o Discovery não se incomodou com o período de férias e mandou ao mercado três torpedos rap em janeiro: Respeito A Quem Merece, o terceiro CD da dupla de Ceilândia Cirurgia Moral (que já saiu com 10 mil cópias vendidas); Extrema-Unção (É Isso Que Você Quer), o segundo do Código Penal, trio de Planaltina; e, extrapolando fronteiras, Contos do Crime, do quinteto de Ribeirão Preto (SP), Consciência X Atual.

Apenas para corrigir: o Nativus é um sexteto e não um quinteto, como descrevi em nota na coluna passada. E o crescimento dos caras é tão astronômico, que depois de receberem o disco de ouro (100 mil cópias) no programa da Xuxa, no início de janeiro, pelas vendagens do primeiro CD, já estão próximos da marca dos 200 mil, caminhando firme para o disco de platina.

No próximo mês, a falta de espaços para shows e um balanço das fitas e CDs-demo mais interessantes que estão saindo em Brasília.

Um abraço!

Marcos Pinheiro é jornalista de esportes do Correio Braziliense e produtor e apresentador do programa de rock Cult 22, da Cultura FM de Brasília

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