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LOU REED
Knitting Factory

Nova York - 30 de novembro de 1998
Por Cassiano Fagundes

Assistir um show de Lou Reed em New York é a quintessência da experiência nova-iorquina. Ainda mais quando isso acontece num lugar como a Knitting Factory, num espaço talvez menor do que o do 92 Degrees. Dava para sentir o bafo morno do cara na minha testa, um bafo sem duvida nova-iorquino, meio amargo, meio agridoce.

Lou Reed estava tão em casa que se permitiu errar e divagar um pouco, como estivesse numa jam session entre chapas. O publico variado dava o clima, grunindo um som que para os desavisados poderia soar como vaia. Era o efeito de 300 vozes em uníssono bradando: "Lou, Lou!" Reed é uma espécie de prefeito musical de New York, o número de musicas que falam da cidade é quase incalculável.

Promover seu ultimo CD, A Perfect Night in London era apenas um pretexto, deu para sentir, quando Reed cantou "A Perfect Day" logo no começo do show, que o seu esquema era mesmo cair na farra. Foi o que fez.

"Time Rocker" é a peca teatral com musica de Lou Reed que já passou até ai no Brasil. Grande parte do show foi baseado nessas musicas, não muito conhecidas mas nem por isso subestimadas pelos presentes. Eu estava ligadíssimo no baixo fretless do baixista, instrumento velho companheiro de Reed, desde os tempos de "Walk on The Wild Side".

"Dirty Boulevard " soa tão bem no cara-a-cara que deveria ganhar prêmio Nobel de melhor música de rock’n’roll para ser tocada ao vivo. Dai por diante, muita energia vinda de hits dos últimos discos, alguns números antigos e tal. Mas o surpreendente foi o bis. Lou voltou 3 vezes, e numa delas perguntou ao pessoal o que gostaria de ouvir. Gritei "Pale Blue Eyes", de sua época Velvet Underground, e fui atendido. Uau!. Depois veio "Heroin" e algumas do Songs For Drella, dedicado ao Andy Warhol.

Olho para o lado e vejo Bob Gruen, o maior fotógrafo do rock em êxtase. Bob está expondo fotos de sua carreira por aqui, Lou Reed é peça importante nessa mostra, ao lado de todos do panteão, de Jimi Hendrix e Jerry Garcia a Syd Vicious e The Clash. Decididamente, nos estávamos muito bem acompanhados.

Lou Reed faz rock’n’roll básico, livre das amarras sórdidas do tempo que a indústria cultural impõe, por isso é um dos poucos que consegue sacudir a cabeleira tanto da turma que hoje não tem muita cabeleira, quanto da gurizada entusiasta do espirito selvagem. O coroa é fogo, mesmo.

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