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01.02.1999

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NINJA TUNE
Ninja Cuts: Funkflexology
(Ninja Tune/Subsolo)
Por Abonico R. Smith

Em português o nome desta coletânea significa algo como Golpes Ninjas: Estudo Sobre a Flexibilidade do Funk. Ouvindo as onze músicas, vê-se que não poderia ter havido batismo melhor. Além de bastante contundentes, as faixas dão uma geral na Ninja Tune, selo indie que há oito anos jorra nas pistas britânicas uma grande variedade de grooves e batidões simplesmente irresistíveis.

O álbum marca por aqui o lançamento com pé direito de uns dos mais importantes (e cultuados) selos europeus - muitos insistem em chamá-lo como "a casa do hip hop abstrato". A seleção, comandada pelo músico brasileiro radicado em Londres Amon Tobin, pinça um bônus do que há de melhor no elenco da Ninja Tune. Dois nomes até são conhecidos nossos: a dupla de DJs e produtores Matt Black e Jonathan More. Eles assinam duas faixas como Coldcut (que chegou a tocar muito por aqui durante o auge da house, na virada desta década, tanto como artista principal quanto como "apoio" das cantoras Yazz e Lisa Stansfield) e outras duas como o projeto paralelo DJ Food. E os demais chegam por aqui em ótima hora.

Formado pelos produtores branquelos Ollie Teeba e Jake Wherry, o Herbaliser se une à rapper nova-iorquina What What para detonar um sombrio misto de funk, hip hop e jazz. "The Blend" é um petardo sonoro com arsenal para arrasar qualquer quarteirão. Já o London Funk Allstars e o 9 Lazy 9 se responsabilizam por manter os esqueletos chacoalhando com "Listen To The Beat" e "Journeyman's Electric Lazyman", respectivamente, um big beat e um technofunk com pitadas de lounge e dub. O brasileiro Tobin (nascido Araújo e que hoje não fala mais uma palavra de português) surpreendende montando colagens com seus samplers. O scat jazz "Stoney Street", de batida quebradiça porém para lá de contagiante, é apenas uma mostra do seu poder de fogo.

Up, Bustle & Out tem o privilégio de contar com três faixas. Natural da cidade de Bristol, berço do trip hop, o septeto permeia suas batidões com linhas de baixo para lá de funky, fraseados jazzy e muita latinidade (flautinhas, cantos, guitarras flamencas, batucadas, muita percussão, discretas reverências ao samba e títulos em espanhol). Fechando o repertório vêm as colagens de Black e More. Como DJ Food, eles levam o mangue pernambucano e a bossa nova à extrema contemporaneidade ("Dub Lion Remake") e berram ao mundo "eu sou negão" ("Cosmic Jam" é descendente direto da blaxploitation). Como Coldcut, mais blaxploitation na veia, só que trabalhando a co-relação entre música e imagem na extremamente funky ("Atomic Moog 2000") e na doida batucada eletrônica de "Timber" (produção para CD-Rom feita com o auxílio da Hexstatic, divisão multimídia da Ninja Tune, e ilustrada pelos músicos transformados em bonecos computadorizados).

Se o trailer já vale a pena, resta agora esperar o lançamento destes astros ninjas tão especiais.

Os textos só poderão ser reproduzidos com a autorização dos autores
© 1999

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