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04.01.1999

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OTTO
No Evil Otto

Por Alexandre Matias

Toda vez que aparecer um artista novo sozinho, tentando emplacar um som que mistura música popular brasileira com toques de modernidade (seja lá o que isso queira dizer), não olhe exatamente para a figura. Como aqueles desenhos tridimensionais tipo Olho Mágico, o negócio é embaçar a visão e enxergar as pessoas que transformaram o autor inicial em sua versão lançada em disco. Assim, podemos compreender não só suas intenções como sua importância no cenário musical.

Otto é a bola da vez. Com um currículo musical de respeito, o percussionista envereda-se pela praia do novo através da música eletrônica, tocando toadas rítmicas em seqüenciadores e samplers. Mas Otto é do bem ou do mal? Vamos investigar o caminho das pedras...

Nação Zumbi - Otto foi um dos percussionistas da Nação, antes do manifesto mangue beat. Saiu porque não conseguia achar sua identidade musical em banda com nove músicos.

Mundo Livre S/A - Estacionou na cadeira de percussionista do grupo de Fred 04 e ajudou-o a compor uma obra-prima (Samba Esquema Noise) e um disco mal entendido (Güentando a Ôia). Saiu porque não conseguia achar sua identidade musical numa banda com Fred 04.

Alex Antunes - Jornalista musical. Pegou o táxi com o percussionista após seu último ensaio com o Mundo Livre S/A. Foi o primeiro não-pernambucano (se é que dá pra dizer que o Alex não é de Recife, nessa altura do campeonato) a saber que Otto tinha um trabalho de composição solo. Ele cantou sem acompanhamento para Alex, que iniciou a reação em cadeia.

Camilo Rocha - Jornalista musical e DJ, Camilo detonou em 96 uma festa que até hoje é comentada em Recife. Após a festa, teve um papo cabEça com Otto, que abriu seus horizontes para a realidade da nova música eletrônica com a situação atual do mundo.

Apollo 9 - Produtor musical e mago eletrônico, Apollo ajudou o Planet Hemp a ficar bem parecido com os Beastie Boys em Os Cães Ladram... e deu um trato esperto em parte de Carnaval na Obra, do Mundo Livre S/A. Foi o parceiro electro da empreitada solo de Otto.

Paulo André - Organizador do festival Abril Pro Rock, ele bancou o primeiro show solo do artista, sem este ter ao menos um repertório. O show fechou a edição de 97 do festival com três longas músicas totalizando meia hora de improviso ao lado de compadres da Hemp Family.

Carlos Eduardo Miranda - Diretor artístico da gravadora Matraca. Ex-Banguela e ex-Excelente, Miranda foi o primeiro a ouvir Samba Pra Burro pronto. Otto foi o primeiro artista de sua gravadora a ser lançado.

Bebel Gilberto - Filha de João Gilberto. Dá o ar de modernidade retrô que emprestou ao DJ Towa Tei e ao Thievery Corporation em duas faixas de Samba pra Burro.

DJ Soul Slinger - Dono do selo Liquid Sky, especializado em drum’n’bass, Soul Slinger é brasileiro e está se dando bem lá fora. Remixa duas faixas de Samba pra Burro.

As credenciais são manjadas, mas não deixam de reluzir. Amparado por um ótimo disco, que é Samba pra Burro, Otto passa e bem no teste de credibilidade. Ele mesmo se defende, como que se posto contra a parede, dizendo que está fazendo a coisa certa. "Eu tenho que ser do bem", explica-se, "o que eu estou fazendo é bom, tem que ser positivo, tem que ser do bem".

Tá bom. Otto é do bem.

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