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01.02.1999

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SNOOZE
Waking Up... Waking Down
(Short Records)
Por Alexandre Matias

O vocal inglês de Fabinho entrega sua origem brasileira, mas não compromete as canções. É uma voz constante e clara, grossa e chapada, que não deve alcançar escalas superiores nem inferiores - por isso mesmo não tenta. A bateria de Rafael Jr é uma metrônomo com direito a quebradas típicas do rock inglês dos anos 60, que deixa largos suficientes para o baixo do vocalista improvisar pequenas melodias em cima da constante nota condutora das canções. A guitarra de Daniel Garcia é base e solo ao mesmo tempo e isso ele faz criando uma parede sonora com a microfonia e alternando acordes com mais freqüência, reminescente de guitarras de grupos diferentes como Sonic Youth e Pavement. As músicas são divagações tranqüilas ou chapadas demais para se preocupar com peso ou velocidade, prendendo atenção sempre na construção melódica das canções - como quase toda boa banda dessa década.

Tudo funciona direitinho no Snoozer, de Sergipe, mas o que estará errado em seu primeiro CD? A gravação. Gravado como se fosse uma banda new wave nos anos 80, o Snooze perde a liga que une todos os instrumentos em seu CD. A partir do que se ouve ali se pode ter uma idéia da quantidade de microfonia grave (inexistente no disco, que chia de tão agudo) que o grupo deve liberar no palco.

Canções como a instrumental "Tsé-Tsé", "How Can You Be Sure Today?", "Mariana's Butterfly" ou "Life's Good" mostram que a banda aprendeu direitinho pelo menos três lições dos dez mandamentos Velvet Underground: 1) faz o que se gosta, sem se importar com o que as pessoas vão pensar; 2) a importância de uma melodia bem escolhida; e 3) as múltiplas utilidades de um riff desacelerado. Pelo menos uma vez em cada uma das canções citadas acima, o grupo cria grooves hipnóticos instrumentais entrecortados por refrões, criando uma mágica na vibração do som que é muito difícil de se registrar em estúdio - tanto que o cara do My Bloody Valentine pirou exatamente nisso.


Mas uma influência clara no som do Snooze é o Yo La Tengo, a única banda da atualidade que segue todos os mandamentos Velvet Underground. Como o YLT, o trio sergipano é capaz de assobiar uma doce melodia ou carregar jam sessions de puro noise por horas. Pena que o disco não registra isso com exatidão - mas os momentos que citei valem a compra. Que pode ser feita com a banda através de carta (A/C Rafael Jr. Rua Ananias Azevedo, 852. Salgado Filho. Aracaju – SE, CEP 49020-080), por telefone (079-231-0785) ou e-mails snooze@bigfoot.com ou morpheus@netdados.com.br

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© 1999

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