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04.01.1999

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STELLAR
Transmigration
(Midsummer Madness)
Por Alexandre Matias

Os sons giram em torno de si, metálicos e elétricos, mas não lembram o que conhecemos por rock. Acumulando-se em cima de si mesmos, eles vão as poucos descortinando um panorama tenso e hermético, como mariposas biônicas presas em uma lâmpada. Punhaladas de microfonia seca desferidas sobre uma superfície lisa e artificial.

Assim é o som do Stellar em sua nova demo, a soberba Transmigration (Midsummer Madness). O quinteto de Niterói é um pequeno supergrupo do indie brasileiro. Nas guitarras, Fábio L. (ex-Second Come), Leandro (ex-Stellarblast), Sol (ex-Swallow 5) e Bia (ex-Drivellers). Na percussão, Cadu, que também passou pelas Drivellers. Quatro guitarristas (não-músicos por excelência) e uma base rítmica são apenas a porta de entrada para este planeta estranho e exótico explorado pelo grupo.

O grupo surgiu em 95, ainda como um quarteto, quando gravaram a estranha demo Thrumming Soothingly. Fizeram apenas dois shows até 97 (é uma banda essencialmente de estúdio) quando incorporaram o quinto elemento, Sol, que trabalhava de engenheiro de som no estúdio das bandas do selo Midsummer Madness, o Freezer.

Transmigration é o primeiro registro de pós-rock no Brasil - e dificilmente encontrará par. É também, fácil, a melhor demo do ano. São seis canções gravadas em 10 horas de incursões sônicas “alteradas quimicamente”, como eles gostam de salientar, nos mandando de bate-pronto para um hiperespaço interior, numa melancolia calmamente etérea. Ao conjunto da obra, acrescentou-se uma versão perdida para "The Top", do Cure, gravada em 95. Quem quiser comprar a demo, entre em contato com o Midsummer Madness (R. Lauro Muller, 26/ 805 Botafogo Rio de Janeiro-RJ CEP 22290-160 ou por email). O CD - Ultramar - sai no ano que vem, já como candidato a melhor do ano que vem.

Os textos só poderão ser reproduzidos com a autorização dos autores
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