Image1.JPG (15354 bytes)

04.01.1999

INFORMAÇÃO
Jesus & Mary Chain
Nenhum de Nós
Otto
Relespública
DeFalla

P&R
Piveti
Isabel Monteiro
M
an or Astroman?

COLUNISTAS
COLUNA VERTEBRAL
de Ricardo Alexandre
PAIRANDO...
de Camilo Rocha
ESPINAFRANDO
de Leonardo Panço
OUTROPOP
de G. Custódio
PENSAMENTOS FELINOS
de Tom Leão
ROCK & RAP CONFIDENTIAL
de Dave Marsh
atenciosamente,
de rodrigo lariú

BR-116
Pequenas Capitanias
Outros Carnavais
Polaroid
Por Fora do Eixo
Loniplur-RJ
Das Margens do Tietê

Distancity
Leite Quente
Londrina Chamando

HISTÓRIA
DO ROCK

Black Sabbath
Burt Bacharach
"Três Lugares Diferentes"

RESENHAS
Beck
Mercury Rev
Jurassic 5

Sala Especial
Lou Reed (show)
Asian Dub Foundation
Belle and Sebastian
"Velvet Goldmine"
Autoramas (show)
Grenade
Chemical Brothers (show)
Cardigans
Bauhaus
Stellar

E-MAIL

CRÉDITOS

DAS MARGENS DO TIETÊ
(SP)

Por Eduardo Ramos

Vamos começar 99 falando do que aconteceu com destaque no ano passado em São Paulo. E não tem como falar de 98, sem falar nos shows internacionais. Não os mega shows de sempre, e sim os eventos com bandas independentes americanas (sem discos lançados no Brasil!) promovidos por pequenas produtoras como a Elektraventura (Make Up) e a Motor Music (Superchunk e Man or Astroman?).

Ao mesmo tempo que os shows internacionais eram realizados, as bandas paulistas sofreram para marcar qualquer show na cidade. Ao mesmo tempo em que uma explosão de boas bandas era detonada, certos locais eram fechados, deixando público e bandas sem muitas opções. A solução foi partir para locais alternativos como o Sebo 264 (com os happenings de sexta regados a vinho barato e ótimas bandas) e a Borracharia (com o seu projeto "Feijoada sem pagode"), que mesmo sem muita estrutura, passaram a abrigar com regularidade shows de bandas novas(até mesmo sem demo) e formações veteranas.

O projeto Midnight Guitar Jam realizado no Teatro Hall também foi uma boa surpresa ao preencher a lacuna deixada com o fechamento do Alternative Video Bar e com a mudança de direcionamento do Empório Cultural. Novamente a mistura de bandas iniciantes com as já estabelecidas funcionou muito bem. Pelo menos um show deste projeto vai ficar registrado por um bom tempo: o disco ao vivo do Gash que será lançado este ano.

Mesmo com todas estas adversidades, grandes bandas foram reveladas para um público maior. A maior revelação deste ano foram quatro rapazes que após passarem pelas mais diversas bandas resolveram voltar para os anos 60 e fazer lounge music, o nome da banda evocava um dos ícones da televisão dos anos 80: Sala Especial.

Mas o Sala foi apenas uma das grandes bandas que participam da cena do "60's Revival" de São Paulo, outros finos biscoitos como os Gasolines(com um CD pronto para ser lançado), Press Darlings (com grandes performances a cargo do insano vocalista Cláudio Suicide), Gazoo Trio (recriando os 60's em versões jazzy instrumentais), Skywalkers (que poderiam estar no lado B do Nuggets) eoutros.

Fora a turma dos "golden years", bandas como os Maybees (nem tão 60's como todos insistem em dizer, mas powerpop atemporal), toda a turma da Ordinary Recordings(mais chegados nas loucuras produzidas nas garagens americanas), Pin Ups(que lançaram um dos grandes discos de 98, Lee Marvin), Between Sky and Flowers (do ex-Mickey Junkies Carneiro) e Singletree (que eu me recuso a chamar de emmocore ou harcore melódico) foram as mais ativas durante este ano. A volta do Fellini também foi um dos acontecimentos do ano, mesmo que restrita a alguns shows.

Os zines, tão importantes para construir a tal cena, não foram suficientes. Apenas três merecem ser citados: Túnel 03, Hipoglós e Magazine. O Tunel 03 é mais indicado para os órfãos do Esquizofrenia (aliás o grande Gilberto Custódio - colunista do 1999 - promete um zine novo para este ano). O Hipoglós tem uma perfeita impressão e artigos hilários, quase uma revista. E finalizando, o Magazine tem uma boa periodicidade e é bem variado(o que considero importante). Alguns e-zines brilharam como é o caso do Jam!-e-magazine do grande Josmar (ex-Sonic Disruptor)

O capítulo dedicado à grande imprensa poderia ser passado em branco. Tirando o programa do Roberto Maia na Brasil 2000 (Momento Maia), as palavras do Ricardo Alexandre - também colunista do 1999 - e a coluna do Álvaro Pereira Jr, a grande mídia continuou fazendo o que sempre fez, nada de novo.

Acho que foi isso que aconteceu em 1998, com certeza esqueci algumas coisas, mas tudo bem, vou ficar por aqui durante um bom tempo contando o que acontece nas margens do Tietê.

Eduardo Ramos
É dono do selo de fitas Slag Records e edita o e-zine Noise!

Os textos só poderão ser reproduzidos com a autorização dos autores
© 1999
Fale conosco