O gosto por mergulho começou quando ela me conheceu, também, não podia ser por menos. Eu falava tanto em mergulho, que só a curiosidade já bastava para pelo menos experimentar. Um dia resolvi mergulhar na ilha de Alcatraz, saindo de São Vicente de lancha, quase três horas até a ilha. Acabei convencendo a Ale de ir junto, e foi lá que ela fez o seu primeiro mergulho livre. A vontade só poderia Ter aumentado, a água estava clara e ela podia me ver lá em baixo. Até então, ela já tinha feito o curso de básico e só faltava o checkout. Quando foi marcado pela primeira vez, não podemos ir, a data caia bem no dia do aniversário do Rafa (ele estava fazendo 2 anos e a madrinha não pode faltar).

Bom, a próxima data, só dois meses depois. A ansiedade aumentava tanto, que resolvemos esquecer um pouco e até falar um pouco menos no assunto. Deixamos para lembrar quando chegasse um pouco mais perto. Hoje Sexta-feira 18 de Abril de 1997, estava tudo certo, o dia chegara, próxima Sexta dia 26 estaríamos saindo de São Paulo rumo a Paraty. Eu estava no escritório trabalhando faltavam apenas umas duas horas para ir para casa, e então mais um imprevisto, coisas de quem trabalha com informática, um problema no servidor de dados de uma das empresas do grupo e lá estava eu, indo para os Estados Unidos na cidade de Minneapolis (Minnesota) para tentar solucionar o problema. O pior é que não tinha data certa para voltar.

A Ale não estava nem um pouco a fim de fazer a viagem sozinha. Finalmente depois de desmarcar 4 vezes meu vôo, recebo a confirmação que os dados foram parcialmente recuperados. Agora era só conseguir outro vôo.

Hoje dia 23 de Abril de 1997 Quarta-feira, dia em que comecei escrever essa página. São 9:02pm horário de Minneapolis, estou ligando para as companhias aéreas locais e tentando achar um jeito de voltar para casa a tempo. Finalmente consegui, vou sair daqui na Quinta às 13:00hs e chegarei na Sexta pela manhã. A tarde estaremos a caminho de Paraty.

Saímos Sexta as 14:30hs, a viagem foi ótima exceto pelo trânsito na marginal para sair de São Paulo. Chegamos em Paraty as 19:00hs. Fomos direto para a pousada no Nelson (Tropical), que por sinal é perfeita para nossa atividade.

Deixamos as coisas no quarto, tomamos um banho para relaxar da viagem e fomos dar uma volta na cidade. Dar uma passadinha no Café Paraty, visitar algumas lojas e comer em um bom restaurante, são coisas que não podem faltar sempre que chego por aqui.

Ainda não consegui explicar o que essa cidade tem, quando chego por aqui parece que as coisas mudam, o astral fica lá em cima e o bom humor toma conta de todos.

Já tínhamos encontrado o Evandro nosso instrutor e amigo, o Wernequinho (Fidalgo) também nosso instrutor e amigo e o restante da turma estaria chegando mais tarde.

Fomos dormir cedo. Acordamos Sábado as 9:00hs tomamos nosso café, que por sinal estava ótimo, aliás o café da manhã na pousada do Nelson sempre está ótimo. Combinamos de nos encontrar no caís as 11:00hs e sairíamos na escuna Praia Vermelha as 11:30hs. Nada como estar com uma turma que não atrasa. Saímos exatamente na hora prevista, pegamos os cilindros e fomos direto rumo a ilha dos ratos.

No checkout de básico, fazemos dois mergulhos no Sábado e mais dois mergulhos no Domingo, sendo o primeiro para repassar os exercícios que formam feitos na piscina durante o curso e o segundo para passear e conhecer um pouco da vida marinha.

No Domingo após o segundo mergulho durante o caminho de volta ao caís, a velha e boa reuniãozinha na escuna para uma breve conversa de avaliação de desempenho de cada um dos futuros mergulhadores. Finalmente a Ale mais tranqüila, sabendo que passou no curso e, que em alguns dias terá sua credencial e poderá mergulhar em qualquer parte do mundo.

Por: Maicon F. Santos
02, de Maio de 1997