ALGUMAS CURIOSIDADES



O ATAQUE DOS 103 GOLS

O Corinthians sempre jogou para frente, em função do gol, amparado pela mística da sua camisa e contaminado pela paixão de sua torcida. Na conquista do Campeonato Paulista de 1951, o time levou essa máxima às últimas conseqüências e conseguiu um recorde histórico, ao fazer 103 gols. O centésimo gol foi marcado por Carbone, parceiro de Cláudio, Luizinho, Baltazar e Mário no mais infernal ataque da história corintiana.
A final do campeonato foi disputada em 27 de janeiro de 1952 e o Corinthians venceu o Palmeiras por 3 a 0. Ao todo, foram 28 jogos, 24 vitórias, 2 empates e 2 derrotas, com 103 gols a favor e 37 contra (saldo de 66 gols). Marcaram naquele ano inesquecível: Carbone (30 gols), Baltazar(25), Cláudio (18), Luizinho (13), Jackson (9), Nelsinho (2), Colombo (2), Roberto (1), Sula (1), Mário (1) e Idário (1).


CAMPEÃO DOS CAMPEÕES

Chamar o Corinthians de campeão dos campeões não é só uma licença poética permitida a Lauro D'Ávila, autor do hino do clube. Na verdade, o Corinthians passou a ser considerado o campeão dos campeões por méritos conquistados em campo. Em 1915 o clube rompeu com a Liga Paulista e não disputou o campeonato daquele ano, vencido pelo Germania. Ao final da temporada, o Corinthians desafiou o campeão e venceu por 4 a 1. Desafiado a enfrentar depois o Palmeiras, campeão do ano pela Apea (a outra liga da época), o Corinthians aceitou e não perdoou o adversário, derrotando-o por 3 a 0. Detalhe: o time vencedor nos desafios já tinha ganho o Campeonato Paulista de 1914 e faturou depois o torneio estadual de 1916, ambos de forma invicta.
Há ainda os corintianos que entendem que "Campeão dos campeões" foi um título dado ao clube em 1930. Naquela época, mesmo não havendo um campeonato nacional, era normal o desafio entre os campeões do Rio e de São Paulo. Em 16 de fevereiro de 1930, num tira-teima contra o Vasco da Gama, no Rio de Janeiro, o Corinthians ganhou por 4 a 2 com gols de Filó (2), De Maria e Gambinha e trouxe para o Parque São Jorge um troféu batizado.


A PRIMEIRA CAMISA ERA CREME

O preto e o branco, que hoje simbolizam o Corinthians e identificam a paixão do torcedor, só foram adotados como cores oficiais do uniforme algum tempo depois da fundação. No início, o time de futebol usava camisas de cor creme, com frisos pretos nos punhos e golas. Após seguidas lavagens, o creme foi desbotando e a diretoria da época, sem dinheiro para a compra de um novo jogo de camisas, decidiu adotar o branco como a nova cor oficial do uniforme, ao lado dos calções pretos. A partir daí, o Corinthians deu vida e pulsação à mais neutra combinação possível de cores. De lá para cá, o clube só abandonou o preto e o branco uma vez, jogando com camisas grenás (contra a Portuguesa), em homenagem aos jogadores do Torino, da Itália, mortos no desastre aéreo de Superga em 4 de maio de 1949. Em 11 de fevereiro de 1960, o Corinthians venceu o Universitário do Peru por 5 a 2, no Estádio Nacional de Lima, usando uma camisa idêntica à do Penharol, do Uruguai, com listas pretas e amarelas


O MOSQUETEIRO

O símbolo oficial do Corinthians é, não por acaso, um mosqueteiro, ícone da valentia, audácia e espírito de luta. A adoção do personagem remonta aos primeiros anos de vida do clube. Em 1913, uma cisão nas lideranças do futebol paulista levou à fundação da APEA - Associação Paulista de Esportes Atléticos, para onde se transferiu a maioria dos clubes da época.

Na Liga Paulista, esfacelada, ficaram apenas o Americano, o Germania e o Internacional, conhecidos então como os três mosqueteiros do futebol bandeirante. Nesse cenário, o Corinthians entrou como D'Artagnan, passando a ser o quarto (e mais adorado) mosqueteiro, como no romance criado pelo francês Alexandre Dumas. Para ser aceito no universo esportivo dos mosqueteiros, o Corinthians teve de mostrar sua fibra. Como havia outros pretendentes à vaga, o Corinthians disputou um torneio seletivo contra o Minas Gerais e o São Paulo, outros dois grandes da várzea paulistana. Com classe e competência, o time corintiano venceu o Minas por 1 a O e derrotou o São Paulo por 4 a 0, sendo aceito na confraria e garantindo o direito de disputar a Divisão Especial da Liga no ano seguinte.


O TIME DA VIRADA

Uma das marcas do Corinthians enquanto time de futebol é sua eterna, inesgotável e incomparável disposição de lutar pelas vitórias, mesmo diante das maiores adversidades. É por conta dessa vocação que o Corinthians passou a ser conhecido no mundo da bola como o time das viradas. A tradição remonta aos tempos de fundação do clube, quando a equipe era conhecida na várzea de São Paulo como o Galo Brigador do Bom Retiro. Mas chamar o Corinthians de time de virada virou moda mesmo sempre que ia a campo o esquadrão que faturou o tricampeonato paulista de 1928-29-30. A equipe tinha o melhor ataque da época e normalmente fazia quatro ou cinco gols sempre que sofria um ou dois gols primeiro. Parecia até uma estudada e maquiavélica tática de jogo, pela qual o Corinthians deixava o adversário se iludir com a vantagem momentânea para depois aplicar-lhe um golpe letal. Na decisão do Campeonato Paulista de 1930, o Santos marcou 1 a 0 logo aos 2 minutos; no final, o Corinthians festejou o tri com uma vitória de 5 a 1 . Como este, há inúmeros exemplos de que para o Corinthians - e para os corinthianos - jamais haverá um jogo perdido enquanto a bola estiver rolando e atrás dela houver um coração forjado em preto e branco. Afinal, o Corinthians tem o poder de reação no sangue até hoje, herança dos tempos em que os pontas Filó e De Maria, jogando num esquema tático revolucionário para a década de 20, não respeitavam ninguém.


AS PRIMEIRAS EMOÇÕES O CORINTHIANS JAMAIS ESQUECE

Primeiro Presidente:
Miguel Bataglia

Primeiro Treino:
Realizado dia 14 de setembro de 1910, no campo de terra batida da Rua José Paulino, entre o Time A, liderado por Rafael Perrone, e o time B, capitaneado por Anselmo Correia.

Primeiro Jogo:
Contra o União Lapa, que venceu por l a 0.

Primeira Vitória:
No segundo jogo, contra a Associação Atlética Lapa, time composto por ingleses que trabalhavam na SP Railway, tidos na várzea como professores de futebol. O placar foi de 5 a 0.

Primeiro Campeonato Oficial:
Disputou o Campeonato Paulista da Primeira Divisão de 1913 e ficou em terceiro lugar

Primeiro Título:
Campeão paulista de 1914, invicto. O time: Sebastião, Fúlvio e Casimiro II; Police, Bianco e César; Américo, Peres, Amilcar, Aparício e Neco. Técnico: Casimiro Gonzales.

Primeiro jogo internacional:
Disputado em 15 de agosto de 1914, no Parque Antártica, contra o Torino, da Itália, que venceu por 3 a 0.

Primeiro jogo interestadual:
Disputado em 1 de dezembro de 1918, no Rio, contra o Flamengo. Vitória Corintiana por 2 a 1.

Primeiro tricampeonato estadual:
Conquistado nos anos de 1928 e 1930.

Primeira taça conquistada:
Taça Unione Vigiatori Italiani, em 29 de dezembro de 1912. Troféu dado ao clube ganhador de uma prova de pedestrianismo em São Paulo. O 1° troféu do futebol é de 1914, oferecido pela Liga Paulista de Futebol.

Primeira Excursão à Europa:
Em abril de 1952. A equipe realizou 16 jogos em diversos países europeus, e fez uma campanha memorável, com 15 vitórias e uma derrota - na estréia, dia 22 de e abril, por 1 a 0 para o Besiktas, em Istambul, na Turquia.

Primeiro jogo fora do Brasil:
Dia 30 de junho de 1951, contra a Seleção Uruguaia, campeã da Copa do Mundo em 1950 em pleno Maracanã. Vitória Corintiana por 4 a 1, com gols de Baltazar (2), Luizinho e Nelsinho.

Primeiro jogo no Pacaembu:
Dia 28 de abril de 1940, na inauguração do estádio. Jogo contra o Atlético Mineiro e vitória corintiana por 4 a 2, com gols de Servílio, Dino, Carlinhos e Lopes.

Primeiro título no futebol profissional:
Em 1937, justamente no ano em que o futebol de São Paulo passou à era do profissionalismo. A conquista desse título abriu caminho para o terceiro tricampeonato paulista da história do clube (37, 38 e 39), sendo os dois tris anteriores conquistados em 22, 23, 24 e 28, 29, 30.