Boletim Pc Master N.º 005 - 27/09/2001 |
Índice
1 - Roteiro para fazer a faxina do computador
2 - Como instalar um fax/modem com recursos de viva-voz
3 - Para evitar a execução automática de alguns programas no CD-ROM
4 - Como funciona um CD-RW
Roteiro para fazer a faxina do computador
Normalmente, o usuário envolve-se tanto com o micro e seus programas que acaba por esquecer a manutenção do sistema. Manutenção? Sim, eliminação de arquivos temporários, desfragmentação do disco rígido, desinstalação de programas não usados. Além disso, há o lado externo, que envolve a remoção do pó do teclado, do monitor e do gabinete. Alguns recursos para organizar o disco estão disponíveis no próprio Windows. O primeiro é o utilitário ScanDisk, que varre o winchester, detectando erros nos arquivos. A sujeira encontrada transforma-se em arquivos CHK, que podem ser apagados. Passe o ScanDisk uma vez por mês - ou em intervalos maiores, se você usa pouco o micro.
Outra parte da operação-limpeza refere-se aos arquivos desnecessários. Os principais são os arquivos temporários (TMP), os arquivos temporários da Internet, páginas da Web offline e o conteúdo da Lixeira. Os TMP ficam na pasta \windows\temp. Você pode apagá-los e recuperar bom espaço em disco. Os arquivos da Internet e as páginas offline podem ser apagados pelo browser. No Internet Explorer, acione Ferramentas/Opções de Internet e veja o quadro Arquivos de Internet Temporários. No Navigator, selecione Edit/Preferences/Advanced/Cache/Clear Disk. Antes, os browsers apagavam os cookies, o que causava transtorno. Agora, tanto o IE como o Navigator preservam esses arquivos. Para livrar-se do conteúdo da Lixeira, basta esvaziá-la.
Quem usa o Win98 tem a opção de realizar essas operações com o programa Limpeza de Disco. Também é possível usar o Assistente para Manutenção e agendar a execução periódica dessas tarefas. O Desfragmentador de Disco é, indiretamente, outra ferramenta de limpeza. Ele reorganiza os arquivos no disco, juntando-os em áreas contíguas. Assim, o micro se torna mais rápido, porque a cabeça de leitura do disco se desloca menos para achar as informações. O Desfragmentador deve ser usado em espaços de dois a três meses.
Para a limpeza externa do micro, não existem ferramentas "oficiais". Ao remover a poeira do teclado, use uma escova de pêlos macios e compridos. A limpeza dentro do gabinete deve cercar-se de cuidado ainda maior. Recomenda-se usar um pincel macio de pintura para varrer o pó acumulado nas placas. Para completar, pode-se usar um pequeno aspirador de pó. Esta é uma tarefa que deve ser feita duas vezes ao ano, mas também não há uma regra fixa.
Como instalar um fax/modem com recursos de viva-voz
Muitos usuários têm em seu micro um fax/modem capaz de agregar ao telefone um serviço de viva-voz. No entanto, por algum motivo, não aproveitam essa possibilidade. Vamos mostrar como instalar um modem desse tipo e habilitar todos os seus recursos. Para esse exercício, usamos uma placa fax/modem 3Com U.S. Robotics 56K Voice Internal PnP, um dos produtos mais populares do mercado. Além dele, você precisa ter um microfone, caixas de som e dois cabos RJ-11 - aqueles usados para conexões telefônicas. Para tornar o procedimento útil também para quem pretende configurar a placa pela primeira vez, vamos começar pela instalação.
Com o micro desligado e desconectado da tomada, abra o gabinete. Pegue o modem e encaixe-o num slot ISA comum, livre, fixando-o ao chassi com um parafuso. Aqui, você já poderia fechar o gabinete, mas, admitindo que algo não dê certo, espere até depois de testar o funcionamento da nova placa. Agora, as conexões externas. Encaixe um dos cabos RJ-11 no primeiro terminal da placa. A outra ponta vai para o aparelho telefônico. O segundo cabo RJ-11 deve ligar a placa à tomada telefônica. Vêm a seguir as ligações de áudio. Encaixe o plugue do microfone e depois o das caixas de som.
Ligado o micro, o Windows detectará o novo hardware. Coloque o CD-ROM de drivers. Dois deles serão instalados: o do modem e o do sistema viva-voz. Durante a configuração, serão oferecidas três opções para entrada de áudio (1. microfone do modem; 2. microfone da placa de som; 3. telefone) e três para a saída (1. alto-falante do modem; 2. alto-falante da placa de som; 3. telefone). Se o PC não tem placa de som, escolha 1-1. Caso contrário, 1-2. Agora, ao usar o micro, você vai poder conversar ao telefone, sem precisar retirar o fone do gancho.
Para evitar a execução automática de alguns programas no CD-ROM
Quando um CD-ROM é inserido no drive num micro com Windows 95/98 e ele contém um arquivo chamado Autorun.inf, o comportamento-padrão do sistema é executar automaticamente o programa indicado por esse arquivo. Isso pode ser ótimo em muitas situações, mas sempre há aqueles casos em que se deseja acessar um CD-ROM sem executar esse programa. Para fazer isso, os seguintes passos, extraídos do Microsoft Knowledge Base, dão conta do recado:
1. No Painel de Controle, dê um clique duplo em Sistema.
2. Clique na guia Gerenciador de Dispositivos.
3. Dê um clique duplo no item CD-ROM e em seguida outro clique duplo no nome da unidade de CD-ROM.
4. Na guia Configurações, clique na caixa "Inserir notificação automaticamente", para desmarcá-la.
5. Clique em OK e Fechar até voltar ao Painel de Controle. Quando solicitado a reiniciar o computador, clique em "Sim".
Como funciona um CD-RW
A maioria dos CDs são capazes de armazenar até 650 MB de dados, sendo o tipo mais popular o CD-ROM, cujo conteúdo não pode ser alterado. O CD-R (CD Recordable) pode ser gravado apenas uma vez, enquanto o CD-RW (CD Recordable and Rewritable) pode ser regravado centenas de vezes, comportando-se tanto como um disco magnético quanto como um CD-R, isto é, partes de seu conteúdo podem não ser alteradas, mas a mídia pode ser totalmente apagada e regravada novamente com uma nova imagem.
Eis a outra vantagem dos gravadores de CD-RW: a chamada retrocompatibilidade ou, em outras palavras, a capacidade de também gravar CD-Rs e ler CD-ROMs. Isso fez surgir uma curiosa notação que pode ser confusa para os não iniciados nos jargões desse meio. Do mesmo modo que uma unidade de CD-ROM é identificada por um fator de multiplicação (12X, 16X, 24X e assim por diante), – cuja base de referência é a velocidade de transmissão das primeiras leitoras de CDs (150 KB/s) –, os gravadores de CD-RW são identificados por uma seqüência de três fatores de multiplicação que descrevem, respectivamente, a velocidade de gravação de um CD-R, a velocidade de gravação de um CD-RW e a velocidade de leitura de um CD-ROM.
Por exemplo, um gravador descrito como 8X4X32X grava dados à 1.200 KB/s (8 x 150 KB/s), regrava à 600 KB/s (4 x 150 KB/s) e lê à 4.800 KB/s (32 x 150 KB/s).
Todos os tipos de CDs armazenam informações em trilhas (ou canaletas) de 1,6 mícron de largura – um mícron equivale a milionésima parte de um milímetro; um fio de cabelo possui 50 micra de diâmetro – e, ao contrário das mídias magnéticas que armazenam dados na forma de partículas polarizadas em uma superfície magnética, os CDs, CD-Rs e CD-RWs armazenam dados na forma de pontos refletivos (ou não) ao longo das trilhas. A cabeça de leitura interpreta as informações iluminando as trilhas com um feixe de laser e captando o reflexo desses pontos.
Os CDs de áudio e dados produzidos em massa são literalmente estampados por pequenas prensas que criam rebaixos na superfície da mídia e posteriormente os cobrem com material reflexivo na cor prata ou dourada. Os sulcos refletem a luz de modo diferente da superfície plana e o laser é capaz de diferenciar um do outro pela intensidade do brilho.
Os CD-Rs e CD-RWs possuem pigmentos sensíveis à luz que são depositados sobre camadas de plástico protetor. Quando o feixe de laser de gravação de alta intensidade atinge o material, sensível, o pigmento se torna refletivo, do mesmo modo que os rebaixos dos CDs prensados.
Devido às diferenças de modo de gravação, algumas unidades de CD mais antigas não são capazes de ler alguns CD-Rs e até mesmo alguns gravadores de CD-Rs não são capazes de ler mídias regraváveis. Isso gera confusão entre os usuários, além de ajudar a criar o mito de que CDs gravados não são confiáveis. De fato, existem mídias ruins, mas as leitoras podem ter a sua parcela de culpa na história.
Uma precaução que o usuário pode ter na hora de adquirir uma leitora de CD é certificar-se de que o equipamento atende à especificação MultiRead – criada em conjunto pela Philips e HP – que garante a capacidade de ler discos criados por gravadores de CD-RW.
Vantagens e desvantagens
Obviamente, uma das maiores vantagens dos gravadores de CD-RW é a capacidade de armazenamento e o baixo custo das mídias de gravação. Se levarmos em consideração que um disco Zip de 100 MB custa, em média, R$ 30 e um CD-RW, , R$ 3, podemos estimar um custo de R$ 0,30 por MB para o Zip contra R$ 0,0047 por MB para o CD-RW. Esse valor é menor ainda com o uso do CD-R que pode ser encontrado por menos de R$ 1, quando comprado em grandes quantidades. A escolha por uma mídia ou outra depende basicamente da aplicação, já que se estima que os CD-RWs podem ser regravados até mil vezes, enquanto um CD-R pode ser gravado apenas uma. O preço da mídia CD-R anda tão baixo que alguns usuários não pensam duas vezes no momento em que precisam atualizar o conteúdo gravado, descartando o disco velho sem muita cerimônia e gerando um novo CD-R.
O baixo custo também viabiliza a distribuição de informações em CD-R. Uma empresa poderia, por exemplo, distribuir catálogos e tabelas de preços em CD-R para seus clientes e parceiros, com a garantia de que os dados poderão ser lidos em qualquer PC e sem a preocupação de gastar muito com mídias.
No atual estado de desenvolvimento da tecnologia, os gravadores já são capazes de ler CDs tão rapidamente quanto uma leitora de CD-ROM, permitindo que os usuários possam trabalhar com apenas uma unidade em seus cada vez menos espaçosos PCs.
O que procurar na hora da compra?
Atualmente, os gravadores internos com interface EIDE são imbatíveis em termos da relação entre custo e benefício. O procedimento de instalação é o mesmo de uma unidade de CD-ROM convencional e o reconhecido pelo Windows é automático, bastando instalar os programas de gravação de CD-R e CD-RWs para que o equipamento esteja pronto para uso.
Antes do lançamento dos gravadores EIDE, os modelos com interface SCSI eram muito comuns no mercado, mas seu elevado custo tornou a opção interessante somente em situações especiais, como nos casos em que o usuário já possuía uma interface SCSI em seu PC ou desejava ter um modelo externo com o mesmo desempenho de um interno.
Entre os modelos externos, três gravadores com padrão USB e um com interface paralela. Pudemos observar que as maiores limitações dessa classe de equipamentos é o alto custo e o baixo desempenho – velocidade de gravação e regravação limitada à 4X – se comparada com os modelos internos.
Entretanto, os modelos USB podem ser uma opção para os usuários de computadores Macintosh. A Iomega contornou o problema do desempenho no seu modelo Predator CD/RW, com o uso de uma interface Firewire que pode ser adquirida à parte como item opcional.
Um dos problemas mais temidos pelos usuários de gravadores de CDs é o chamado buffer underrun, um erro que ocorre quando o sistema não é capaz de manter um fluxo de dados constante para o gravador durante o processo de criação dos discos. O problema pode causar uma interrupção do processo de gravação e, na maioria dos casos, a perda da mídia. Para reduzir essa ocorrência, todos os fabricantes equipam seus gravadores com buffers de memória de, pelo menos, 256 KB. No nosso comparativo, os modelos com menos memória vieram com 2 MB, chegando até 8 MB nos gravadores da IBM e no CED-8120B da LG.
O tamanho maior nos buffers talvez seja função da também maior velocidade nos gravadores mais modernos, o que aumenta o fluxo de dados e, conseqüentemente, a ocorrência de erros caso não se use uma área de memória mais espaçosa.
O bom senso nos diz para dar preferência aos modelos com maior buffer possível, apesar de os gravadores internos com 2 MB terem funcionado bem em nossos testes.
Outra maneira de evitar o erro de buffer underrun é baixar a velocidade de gravação – por exemplo, de 8X para 4X –, uma técnica particularmente interessante para garantir uma boa gravação quando não se tem pressa.
Para quem não quiser ter dores de cabeça com assistência técnica, a melhor pedida são marcas mais conhecidas, com fabricantes e distribuidores autorizados e estabelecidos no Brasil; a maioria deles esteve presente em nosso comparativo. Praticamente todos os fabricantes oferecem pelo menos um posto centralizado de assistência técnica no Brasil. A LG estendeu seu programa de troca imediata One hour service para sua linha de unidades de CD-RW. A Samsung também oferece um serviço semelhante, mas sem nome específico.
Como pudemos constatar, não é recomendável comprar um equipamento com base apenas nos três índices de velocidade. O desempenho de duas unidades de mesma especificação pode variar muito de um para outro.
Apesar de 640 MB parecer muito nos dias de hoje, o mercado sempre estará à procura de mídias de capacidade cada vez maior e mais versáteis.
O sucessor natural dos Compact Discs é o DVD, que já circula entre nós nas versões de vídeo e dados, o chamado DVD-ROM.
O problema é que a versão regravável do DVD está passando por uma séria disputa pelo estabelecimento de padrões – algo semelhante à guerra entre VHS e Beta –, o que impede os fabricantes de assumirem um padrão genérico que atenda a todo o mercado.
A falta de definição no mercado de DVD faz com que os gravadores de CD-RW ainda continuem por um bom tempo como o padrão de fato de armazenamento, convivendo até com os DVDs por meio dos chamados Combo Drives – gravadores CD-RW capazes de ler DVD. Alguns fabricantes, entre eles a Samsung, já comercializam tal produto no Brasil.
O CD-RW Blaster MK4215 (12X10X 32X) da Creative Labs , apresentou um dos melhores resultados nos testes do Sisoft Sandra e um dos únicos equipados com um pacote de software não produzido pela Adaptec (o Nero Burning ROM e o abCD). Um recurso interessante do gravador da Creative foi o BURN-Proof (Buffer UnderRuN-Proof), tecnologia que procura aumentar a confiabilidade do processo de gravação. Criado originalmente pela Sanyo, o BURN-Proof monitora constantemente o estado do buffer do gravador, para que a gravação possa ser interrompida na iminência de um buffer underrun, normalmente quando a quantidade de informação no buffer fica abaixo de um limite mínimo de segurança. A gravação retorna ao processo normal quando a situação se normaliza e a cabeça de gravação é reposicionada no setor correto.