Como eram os santos?

Por Aroldo V. Silva

Esse questionamento foi feito por alguns membros de nossa pastoral, acerca desta questão: "Como a Igreja Católica sabe como eram os santos, se nas suas épocas, não existiam máquinas fotográficas, câmeras, etc?" Então, resolvemos escrever esse artigo para dirimir estas dúvidas, que talvez sejam de outros fiéis.

As imagens dos santos retratam aspectos de sua vida e de sua devoção, não somente aspectos físicos. É claro que, havendo possibilidade, a Igreja também procura mostrar possíveis características físicas dos mesmos, sempre que as suas histórias permitem algum tipo de dedução segura. Exemplos: São Lourenço, como cidadão romano que era, deveria ser branco e com traços do povo da região. Santo Agostinho, tendo nascido na cidade de Tagaste, no norte da África, provavelmente era negro.

O que realmente interessa ser observado pelos fiéis nas imagens dos santos (e também de Nossa Senhora) são os traços e sinais que retratam a sua vida de santidade e plena adesão à fé em Cristo. Podem ser traços da sua fé, características pessoais, formas do seu martírio, dentre outros. Vejamos alguns exemplos nas imagens:

  • São Lourenço aparece sempre com uma grelha, que é a forma como foi martirizado (assado numa grelha);
  • Os Apóstolos aparecem normalmente com um livro, pois foram os primeiros precursores da Palavra. As duas imagens mais difundidas são de Pedro e Paulo. Pedro aparece com as chaves (cf. Mt 16,19) e Paulo aparece com uma espada, que foi a forma como foi morto. Paulo também aparece em algumas gravuras escrevendo, pois foi o grande escritor do Novo Testamento.
  • São Francisco de Assis sempre aparece rodeado de animais, pois em vida pregava um grande amor à Natureza, e que ela também era um Espelho de Deus. Também mostra, através das suas vestes, seu despojamento pelas coisas materiais.
  • São Jorge matando um dragão mostra, de modo figurado, a sua luta contra a idolatria. Tal forma foi concebida pelos gregos no séc IV. Essa mesma forma de representação aparece em outros santos (Por exemplo, São Miguel Arcanjo), e até na Bíblia esse recurso é usado; em Gn 3,1-7, por exemplo, o maligno é representado por uma serpente que tenta Eva (e qualquer criança sabe que serpente não fala).
Por fim, vale ter em mente o seguinte: Ao estudar a vida dos santos, devemos fazer de forma equilibrada, nem se concentrando excessivamente em detalhes meramente físicos e nem se deixando levar pela fantasia popular, que muitas vezes acaba ofuscando o verdadeiro valor dos santos, e as verdadeiras causas de suas vidas.
Também é importante entender a representação do sentido figurado em alguns santos, a fim de que seja mais um elemento esclarecedor do que alienador. Sem dúvida as histórias dos santos, bem estudadas e pesquisadas, são grandes fontes de estímulo para que nós também possamos viver uma vida santa. As suas vidas são um grande exemplo de que é perfeitamente possível viver uma vida plenamente de acordo com a vontade do Pai.

Leia também:

Santos Esquecidos - São Dimas

25/03 - Anunciação

Os mandamentos




Voltar à página principal