Tatiane


Ensinando Bebês a Ler

Bebês podem ler?

     Quando ouvi falar sobre esse assunto (em um programa de TV e em um livro), duvidei que fosse possível! Foi a partir de algumas descobertas e experiências realizadas (sem nenhum compromisso e sem estar buscando esse objetivo) que constatei que realmente é possível ensinar bebês a ler.

Para conhecer os programas de computador (gratuitos) e o método que utilizei para dar apoio ao aprendizado da leitura, visite minha página sobre programas educativos, "clique" aqui.

Para ver as fotos mais recentes da Tatiane, clique aqui!


Aniversário de 2 anos (1997)

     Minha filha Tatiane, que fez 3 anos no dia 30 de março de 98, aprendeu a ler antes de começar a falar. Perto de 24 meses de idade, ainda não estava falando como os outros bebês (parentes e vizinhos) da mesma idade dela. Certo dia, a Tatiane (que, repito, ainda não dizia nenhuma palavra completa, apenas balbuciava sons desconexos) apontou para a revista que eu estava lendo e disse "A". O dedo dela estava sobre a letra "A" realmente, mas pensei que fosse coincidência. A seguir ela correu o dedo sobre o papel e colocou sobre uma letra "B" e a pronunciou. Coincidência? Minha mulher virou-se para nós e vendo que algo estava acontecendo. Ficamos ambos alertas, prestando atenção na Tatiane, esperando seu próximo movimento. Ela novamente correu o dedo pela revista, colocou o dedinho sobre um "C" e, de maneira muito clara, pronunciou a letra. Preciso dizer o quanto ficamos impressionados?

     Nas semanas seguintes, ela voltou a apontar para letras e pronunciá-las, sempre de maneira espontânea, acabamos nos acostumando com isso. Algumas crianças aprendem a dizer o nome de objetos ao seu redor, aprender o nome de símbolos gráficos não é muito diferente, pensamos.

     Diversas atividades levaram-na a esse estágio (nenhuma delas com o objetivo consciente de ensiná-la a ler) e uma delas foi o programa de computador que criei para "proteger o Windows": como eu trabalho em casa e deixo o computador ligado o tempo todo, precisava garantir algum meio de evitar que ela mexesse nos meus textos abertos. Assim sendo, sempre que eu deixava o micro, acionava o "Programa da Tati", um software simples que responde com sons cada vez que uma tecla é pressionada. Com essa brincadeira diária ela aprendeu a brincar no computador e, sem querer, aprendeu também a soletrar as letras individualmente. Antes disso, com 12 meses de idade, quando dava ainda seus primeiros passos, ela habitualmente aproximava-se do computador e "sem querer" deletava alguns ícones. Fiz diversos programas diferentes entre os 12 e os 24 meses de idade dela, o programa original que tocava sons foi substituído por um que pronunciava as letras e foi a partir dele que ela aprendeu a identificá-las. Minha intenção, ao criar os programas, era apenas proteger meu trabalho e meus arquivos, mas também não queria proibi-la de "imitar o papai".
     Após esse estágio inicial, quando ela já conhecia todas as letras e os algarismos, começamos a utilizar alguns métodos alternativos para ensino de bebês. Minha esposa Patrícia, pacientemente, fez várias "sessões de leitura" semanais e logo a Tatiane estava também reconhecendo e lendo diversas palavras. Desenvolvi alguns novos programas para a Tatiane, para servir de apoio à curiosidade dela.

     Pensei, diversas vezes, em colocar os programas da Tatiane à disposição das pessoas interessadas, mas os programas de computador que utilizei não estão suficientemente desenvolvidos para distribuição. Ainda pretendo, em breve, acrescentá-los à lista de "download". Minha preocupação, nesse momento, é que as pessoas possam ver meus programas de computador como uma fórmula mágica para ensinar os bebês a ler e que isso possa ser prejudicial às crianças, eu ainda procuro informações sobre os perigos que isso poderia causar ao desenvolvimento natural dos bebês.

Legião de bebês leitores

     Apesar de serem confundidos com crianças superdotadas, bebês que podem ler parecem existir em bom número. Diversas pessoas, ao conhecerem a Tati, relatam terem conhecido outras crianças que também aprenderam a ler muito cedo. Para muitos profissionais, o caso da Tati não espanta tanto quanto espanta as outras pessoas. Conversando com professores que trabalham com crianças e que, portanto, lidam com um universo de crianças muito maior que o conhecido por mim, o número de casos conhecidos, aparentemente é muito maior do que eu imaginava.

Situações embaraçosas

     Com um bebê de 2 anos de idade que já lê e que conhece as capitais dos estados brasileiros e de cerca de 30 países, fica difícil evitar que as pessoas mais próximas e os parentes se impressionem e tratem a Tatiane de uma maneira diferente. Para nós, pais, esse tipo de atenção diferenciada acaba causando alguma apreensão. Além disso, os parentes gostam de exibi-la como "um fenômeno", tornando difícil que ela tenha relações normais com outras crianças, seus passeios com tios e avós são interrompidos para expô-la a exibições desnecessárias. A Tatiane acostumou-se com isso, claro, mas esse comportamento "deslumbrado" dos parentes, não deixa de ser um transtorno para nós. Às vezes ficamos constrangidos, é muito difícil convencer os avós dela que expor a Tatiane à desconhecidos não vai trazer nenhum benefício a ninguém! Felizmente o assédio tem diminuído com o tempo e a própria Tati parece estar mais desinteressada destas "atividades intelectuais". Uma temporada na praia, longe de suas leituras preferidas (almanaques e enciclopédias, onde encontrava novas informações sobre bandeiras e capitais) fez com que perdesse o hábito de consultar o atlas cada vez que um parente em visita perguntava por uma capital que ela não conhecia. Ela ainda lembra a maioria das capitais que já aprendeu, mas parece pouco interessada em aprender novas.

Situações engraçadas

     Com a bateria de perguntas que surge sempre que alguém começa a testar o quanto ela conhece, algumas pessoas às vezes perguntam capitais que não conhecem. A Tatiane já deixou alguns desconhecidos embaraçados ao perguntar de volta alguma capital que também não conhecia: "Polônia? Não sei. Qual é a capital da Polônia?". Perguntas assim deixam algumas pessoas envergonhadas de terem perguntado algo que também não sabiam, como se alguém as tivesse flagrado fazendo algo errado...

     É comum alguém insistir em perguntas sem sentido, como: "qual é a capital da Ásia?". Alertadas de que a Ásia não é um país, algumas pessoas até se desculpam (por quê?), mas é interessante que e Ásia seja tão confundida com um país. Também, nessa linha, é bem comum encontrar pessoas que se surpreendam ao saber que á África do Sul é um país e não uma região ou continente...

     Como temos, nos últimos meses, "escondido" a capacidade de leitura da Tatiane, é muito comum que pessoas associem suas atividades espontâneas de leitura com coincidências: "Olha, que estranho, ela disse exatamente o que está escrito aqui!"

     Em fevereiro, há algumas semanas atrás, Isabel, a filha de 5 anos de nossa vizinha, estava brincando com a Tatiane e veio espantada anunciar à mãe: "mãe, a Tatiane já sabe ler"! A mãe da menina, sem dar atenção à observação da filha, explicou: "Não, filha, a Tatiane tem apenas 2 anos, com essa idade ninguém tem a capacidade de ler ainda"... Isabel, evidentemente, foi mais perpicaz que sua mãe, mas diante da posição de um adulto, achou melhor concordar...

Victor, 1º de abril de 1998


Isabel, a vizinha esperta!
(março 98)


 

Tatiane 1997


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