STELITA GOMES NETO
Nasceu em: Rio do Peixe município de Resende Costa.
Estudou em São João Del Rei
Residiu em Aureliano Mourão muitos anos, onde foi professora primária.
Foi professora também dos irmãos menores e filhos de colonos da fazenda da Grama onde residiu antes de se casar
Residiu em Divinópolis até seu falecimento em 1998.
A JANELA DO MEU QUARTO
Stelita Gomes Neto
Quando abrí a janela do meu quarto, na primeira manhã aqui nesta casa, contemplei a natural
paisagem. Que espectáculo maravilhoso!
Depois do nosso pequeno quintal, o vargedo da Siderúrgica Mineira, verde, muito verde,
brilhante de orvalho -Algumas árvores esparsas, aqui. acolá; mais além um cordão de pequenas
árvores contornando o Rio ltapecerica, de águas tranqüilas. O pequeno morro, o céu escuro, quase
negro ainda! Entre o céu e o monte uma listra azul com salpicados amarelos . Era o dia amanhecendo,
o sol despontando.
Olhando a natureza tão bela, agradeci a Deus por estar em minha casa, pela vida que deu-me,
pelos filhos maravilhosos que tenho.
Um ano já se passou, todos os dias ao abrir as
cortinas de minha janela, contemplo a mesma paisagem. Mas esta muda de aspecto, se é cedo ou
tarde; se o dia está claro ou chuvoso, escuro, se é manhã de sol ou neblina, se um poente róseo
ou enegrecido.
Algumas vezes lá está um homem tocando um cavalo e o quadro é diferente.
Outras vezes uma garça branquinha voando em círculos enfeitando a paisagem
Algumas árvores florescem embelezando mais.
Neste quadro vivo que para um pintor ou poeta, cada dia dependendo do tempo ou hora, seria
um novo quadro ou poema, eu me extasio.
Lá está uma árvore seca sem folhas, erguida entre as outras dando assim mais poesia. Está
morta! Alí nasceu, cresceu, viveu, morreu.
Está morta entre tanta vida!
Mas aquela árvore morta, seca, dá beleza e poesia a paisagem vista da janela do meu quarto.
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