Nutrição

ORIGEM
     O cérebro humano sofre um surto de crescimento que se inicia no meio da gestação e se prolonga 
até o segundo ano.  Há redução acentuada do número de células cerebrais diante de má nutrição 
fetal e desnutrição grave no primeiro ano; redução moderada por desnutrição grave no primeiro ano; 
nenhuma redução se a desnutrição se dá após o primeiro ano, mas pode alterar a função normal do cérebro, 
como reduzir habilidades para aprendizagem.  
     Na desnutrição protéico-calórica o leite materno é fundamental; se necessitar suplementação, 
esta deve ser dada à mãe.  
     O uso de tabaco (fumar ou mascar) é o maior fator de risco de carcinoma oral; alto consumo de 
frutas e vegetais reduzem o risco.  
     Os componentes não-alcoólicos do vinho tinto têm potentes propriedades antioxidantes sobre a 
oxidação da LDL humana.  
     A primeira grande transformação em nossa alimentação foi há 500 mil anos, ao usarmos
o fogo no preparo dos alimentos.  A segunda foi com o advento da agricultura; o homem 
deixou de ser nômade, iniciando a sedentarização, e passou a consumir em maior abundância
cereais e leguminosas secas, por se prestarem à estocagem.  
     Há 5 mil anos passou-se a consumir o leite e seus derivados; por se tratar de um 
leite da espécie bovina para a espécie bovina, em torno de 60% da população tem algum tipo
de intolerância.  O consumo exagerado deste grupo e o de carnes, aumentou a ingestão de 
ácidos graxos saturados. 
     É inadmissível que o ser humano ainda não tenha compreendido que cada mamífero recebeu
da natureza o seu leite adequado para a fase inicial da vida, e que após o desmame nenhum 
destes animais volta a usar qualquer leite, muito menos de uma outra espécie, o que torna insustentável
a idéia do ser humano usar leite de outras espécies, tanto na fase inicial de sua vida quanto adulto.
     Depois foram introduzidos o sal e o açúcar.  Mais tarde substâncias químicas usadas 
como estabilizantes, acidificantes, espessantes, corantes, etc.  Nosso século também se 
caracteriza pelo consumo abusivo de "alimentos" ricos em xantina, como os refrigerantes
à base de cola, guaraná, café, chocolate e chás; também ricos em tanino, como chá mate,
chá preto, capazes de interferir na biodisponibilidade de nutrientes como a vitamina A,
D, E, C, e cálcio, magnésio e zinco.
     Uma alimentação saudável é aquela que contém proteínas, carboidratos, gorduras, fibras, 
vitaminas e minerais em proporções adequadas, as quais variam de um indivíduo para outro.  
     Evitar ao máximo excesso de gorduras, frituras, doces, bebidas alcoólicas, refrigerantes e 
carnes vermelhas.  Qualquer alimento frito pelo menos triplica a quantidade de gordura contida nele.  
     Se você gosta de doces, prefira as rapaduras e o açúcar mascavo, ou as frutas frescas e
da época, por conterem substâncias que lhe serão altamente importantes no desenvolver de seu corpo.
     Não refogue os seus pratos; ponha todos os ingredientes - óleo, cebola,  alho e o que for necessário
sobre a água já fervente.  Ao refogá-los você satura as gorduras, e terá complicações tardias
como doenças cardiovasculares.
     O ideal é que o consumo de colesterol não ultrapasse 300 mg/dia.

VITAMINAS
     O processo canceroso que vai da exposição aos carcinógenos ou seus precursores, passando 
pelas mudanças que permitem uma célula com DNA anormal crescer e multiplicar, até o aparecimento 
do câncer envolve vários estágios.  
     Provavelmente em todos estes estágios, fitoquímicos conhecidos podem alterar a carcinogênese, 
em geral em uma direção favorável.  Por exemplo os glucosinolatos e indols, isotiocianatos e tiocianatos 
presentes principalmente em alguns vegetais, podem estimular órgãos do corpo a produzir uma 
multiplicidade de enzimas que podem inativar a carcinogênese.  
     A vitamina C e os fenóis (presentes em alguns vegetais e no vinho) bloqueiam a formação de 
carcinógenos como as nitrosaminas.  Flavonóides e carotenóides (comuns em verduras e frutas) 
podem agir como antioxidantes, essencialmente neutralizando o potencial carcinogênico de vários compostos.  
     As vitaminas regulam nosso metabolismo através do sistema enzimático.  
          As vitaminas são divididas em 2 categorias:
1) hidrosolúveis: complexo B e vitamina C; elas não são armazenadas em grandes quanti-
dades, e uma ingesta freqüente é essencial.
2) liposolúveis: vitaminas A, D, E e K; elas podem ser armazenadas no corpo em 
maiores quantidades.  O fígado é o local de maior depósito para as vitaminas A e D, en-
quanto a vitamina E é estocada na gordura corporal e em menor extensão nos órgãos reprodu-
tores.  Pouca vitamina K é armazenada.
     A alguns alimentos são adicionadas certas vitaminas, que não são normalmente presen-
tes na alimentação ou foram removidas no processamento.  No leite, p.e. em algumas regiões,
a vitamina D.
          Tipos de vitaminas
Vitamina A - a vitamina e pró-vitamina A da dieta são absorvidas e armazenadas no fígado.  
     A sua ingesta não precisa ser constante; doses esporádicas podem satisfazer as necessidades 
orgânicas por longos períodos.  
     A vitamina A é encontrada principalmente sob a forma de caroteno; 15 mg de betacaroteno  
equivalem a 25.000 UI da vitmina.  Usar 10-15 mg/dia de betacaroteno; em caso de severo stress 
oxidativo usar doses maiores.  
     A cenoura é o alimento mais rico (em forma de caroteno).  Em algumas fontes animais a substância
se encontra pré-formada, sob a forma de vitamina A e não de caroteno.  
     Quando usamos um complemento preferir os carotenos, a não ser que haja lesão hepática, com 
dificuldade na sua transformação.  Pois pode ocorrer hipervitaminose.  
     Ao usar o caroteno ele se transforma na vitamina apenas de acordo com as necessidades. 
     Os carotenóides em geral são potentes antioxidantes; o licopeno, encontrado no tomate, do ponto 
de vista antioxidativo é mais ativo que o betacaroteno.  
     Vitamina A (UI/100g): fígado (40.000), cenoura (11.000), espinafre (8.200), abóbora (7.200), 
brócoli (3.500), manteiga (3.000), manga (1.900), ovo (1.900) e alface (1.700). 
     A deficiência da vitamina A afeta a integridade do revestimento epitelial dos tratos 
respiratório, gastrointestinal e genitourinário; também causa inicialmente cegueira noturna, e 
depois ulcerações da córnea e cegueira total (xeroftalmia).  
     Há associação com desnutrição grave, sarampo, diarréia e infecções respiratórias; em crianças 
surgem as manchas de Bitot = acumulações brancas espumosas de cél ulas do quadrante temporal da conjuntiva.  
     Se dada em altas doses tem efeito terapêutico no sarampo, mesmo se não há evidência de déficit.  
     A suplementação de Zinco aumenta as concentrações de retinol plasmático, o qual atravessa a 
barreira placentária usando a proteína ligadora de retinol materno como um carreador.  
     A ingestão materna deficiente ou excessiva pode resultar em anomalias congênitas no cérebro, 
olhos, aparelhos genitourinário e vascular, o tipo de anomalia dependendo da fase de diferenciação 
celular de cada tecido por ocasião da carência.  
     Lembrar que a absorção e transporte dependem de lipídios na dieta; assim a baixa ingesta 
lipídica, verminoses e diarréia recorrente interferem na utilização da pró-vitamina (carotenóides).  
     A combinação de ß caroteno e vitamina A não tem benefício e pode ter efeito adverso na incidência de 
câncer de pulmão.   
     O ß caroteno e as  vitaminas C e E agem de maneira sinérgica na inibição da peroxidação lipídica.
Complexo B - vitamina B1 ou tiamina, é encontrada (mg/100g) no levedo (1.8), 
ovo (2.0), amendoim (1.4), semente de girassol (2.5), soja (1.3) e germe de trigo (23.0); é 
importante nos processos de descarboxilação oxidativa e na eliminação do chumbo.  Ex: beriberi
e síndrome de Wernicke-Korsakoff nos alcoólicos. 
     A  B2 (riboflavina) é encontrada (mg/100g) no levedo (3.8 - rico em todas as 
vitaminas do complexo B, exceto B12) e fígado (4.0).  
     A vitamina B3 pode ser administrada sob 2 formas: ácido nicotínico e nicotinamida; 
está presente (mg/100g) no levedo (36.0), amendoim (18.0), fígado (18.0), atum (12.0), peru (11.0), 
sardinha (6.0), arroz integral (6.0) e batata (5.5).  
     Usada no tratamento da hipercolesterolemia.  A nicotinamida pode ser formada a partir do triptofano.  Sua carência gera a pelagra.  
     A vitamina B5 (ácido pantotênico) aparece (mg/100g) na gema de ovo (4.0), milho (5.0), 
soja (5.0), semente de girassol (5.0) e germe de trigo (2.2).  
     É relevante na síntese do cortisol e dos esteróides; utilizada nos processos alérgicos e nas 
doenças auto-imunes.  
     A vitamina B6 (piridoxina) ocorre (mg/100g) no levedo (4.0), arroz com casca (4.0), 
semente de girassol (4.0), soja (2.2), germe de trigo (1.0), fígado (0.8), abacate (0.7) e cenoura (0.7).  
     Participa nos processos de descarboxilação e transaminação pelos quais o triptofano se transforma 
em serotonina, daí sua indicação na depressão. 
     Também a sindrome do túnel carpiano responde bem a doses altas de B6. Usar a piridoxina com magnésio, 
que se transforma no fosfato de piridoxal.  
     Vitamina B12 é encontrada (µg/100g) principalmente em fontes animais, 
como fígado (90.0), sardinha (32.0), cavala (10.0) e linguado.
     Atua nas células do trato gastrointestinal, sistema nervo-
so e medula óssea.  Sua deficiência 
resulta em anemia perniciosa.
     O ácido fólico (parte do complexo B) é encontrado (µg/100g) no levedo (2.000), soja (650), 
germe de trigo (320), feijão (300), fígado (300), trigo (220), cevada (200), arroz (180) e ervilha (140).  
     Indicado nos processos psiquiátricos histapênicos, psoríase e gota.  É um inibidor da xantinoxidase.  
     Contra-indicado em pacientes usando anti-convulsivantes. 
     O folato e a vitamina B6 que as frutas e vegetais fornecem podem preve-
nir câncer de cólon e de região cervical uterina.
Vitamina C - ou ácido ascórbico não é sintetizada dentro do organismo humano, e é encontrada 
(mg/100g) em grandes quantidades em verduras, frutas e legumes, como acerola (3000), goiaba (260), 
brócoli (130), pimentão verde (110), agrião (90), espinafre (90), morango (56), laranja (50) e repolho (40). 
     Com exceção do homem, macaco e a cobaia (que são os únicos animais a não sintetizar vitamina C) 
em todos os outros, o ácido ascórbico não pode ser considerado uma vitamina.  
     Ela influencia na manutenção da integridade da matriz intracelular e potencializa os mecanismos imunes.  
     Também retarda a evolução da aterosclerose por inibir a oxidação do LDL.  Acelera o processo 
de cicatrização ao estimular o colágeno; por isso sempre indico aos meus pacientes altas doses de  
vitamina C (na forma de frutas) 15 dias antes de qualquer cirurgia, até 30 dias após a mesma.  
     A vitamina C também neutraliza diferentes substâncias químicas encontradas nos alimentos e na 
água, como as  cloraminas, que podem combinar-se com outras subst âncias e produzirem radicais 
livres com atividade carcinogênica.  
     Inibe a formação de carcinógenos, pelas suas propriedades antioxidantes, bloqueando a formação 
de substâncias que ajudariam na formação do carcinoma como as nitrosaminas, especialmente no 
câncer gástrico, esofágico, oral, de faringe e de pulmão. 
     Também previne a displasia cervical, condição predisponente ao carcinoma do colo uterino. 
     Recomendável ingerir de 300-500 mg/dia; aumentar esta dose nos fumantes - fumar 1 cigarro significa 
espoliar 25 mg de vitamina C - e  durante infecções. 
Vitamina D - essencial no metabolismo do cálcio.
Vitamina E - é o antioxidante mais lipossolúvel e age na prevenção da arteriosclerose, 
das lesões oxidativas epiteliais e inibição da oxidação das LDL.
     Na maioria dos alimentos os únicos isômeros que contribuem significativamente para a atividade 
da vitamina E são alfa  e gama-tocoferol.  
     A vitamina E ao se localizar na membrana celular protege-a contra os radicais livres que tendem 
a agredir os ácidos graxos dessa estrutura. 
     Quanto à aterosclerose sua formação está em grande parte ligada à oxidação das LDL.  
     Ocorre que o colesterol da HDL tem uma suscetilidade menor que a  LDL em relação à  peroxidação 
pelos radicais livres.  
     A HDL protege a parede arterial da ação das LDL oxidadas.  Uma vez peroxidada a LDL deixa 
de penetrar nas células que possuem seus receptores.  
     Normalmente quando acontece a penetração nessas células ocorre no seu interior destruição da  
apoproteína, liberando-se o colesterol que vai se acumulando e, à medida que isso acontece ele vai 
sendo metabolizado.  Mas quando a LDL é oxidada os receptores dessas  células se fecham para essas   
lipoproteínas, não permitindo mais a sua penetração.  
     A LDL passa então a ser captada por macrófagos, que não metabolizam o colesterol, levando 
ao acúmulo não controlado na região sub-endotelial, formando-se assim as célulass espumosas.  
     A HDL bloqueia a migração de monócitos do plasma para os tecidos, onde eles se transformam em  
macrófagos.  O que se deve fazer em relação às LDL não é baixar os seus níveis plasmáticos, 
já que há uma função fisiológica a cumprir, mas sim evitar sua oxidação.  
     A ingesta de vitamina E em altas doses reduz significativamente a oxidação das LDL. 
     Lembrar que a peroxidação geralmente se faz de fora para dentro, isto é, do plasma para a 
lipoproteína, mas pode também ser em sentido inverso, como ocorre com a  imina, um derivado da hemoglobina, 
a qual penetra na lipoproteína peroxidando-a.  
     A vitamina E também afeta a adesão plaquetária proporcionalmente à dose.  
     Em mulheres na menopausa, a ingesta de vitamina E pela alimentação (não com suplementos) 
diminui o risco de morte por doenças coronarianas.  
     Além de problemas neurológicos, a deficiência de vitamina E também afeta a resposta imune.  
     A vitamina E também pode proteger contra o desenvolvimento de carcinomas através de diversos 
mecanismos: reduzindo a atividade mutagênica, inibindo a formação de nitrosamina carcinogênica, 
protegendo as membranas celulares contra a peroxidação e/ou ampliando a resposta imune.    
     Ela é transportada do estômago pelos quilomícrons.  Um aumento na concentração de 
mitocôndrias e atividade respiratória (no exercício) sem concomitante aumento de vitamina E 
aumenta os danos pelo aumento de radicais livres.    
     Fontes: óleos vegetais (do germe de trigo - 120 UI/100g; de girassol - 39 UI/100g), nozes 
(30 UI/100g), ovos, folhas verdes e grãos integrais.  
     Ocorre nos alimentos na forma de tocoferol composto não-esterificado, (alfa tocoferol 
corresponde a 90% do total de   tocoferol circulante) suscetível à oxidação, com decomposição fácil 
mediante processamento.  
     As perdas de vitamina E no processo de desaromatização dos óleos são estimadas em aproximadamente 
40%, em especial quando o óleo é processado com equipamentos modernos que trabalham com temperatura 
e pressão altos; também é destruída pela fritura, desidratação, aquecimento, moagem, congelamento, 
exposição ao ar, calor e luz; colocada em cépsulas de gelatina mole em forma de ésteres soluciona-se o problema.
Vitamina K - é produzida no organismo pelas bactérias intestinais (K2 - menaquinona) ou é 
fornecida pelos alimentos (K1 - filoquinona) como (mg/100g) no nabo (0.65), brócoli (0.2), alface 
(0.12), repolho (0.12), espinafre (0.1) e fígado de boi (0.1).  
     É fundamental na osteoporose.  Essencial na síntese de certas proteínas necessárias para a 
coagulação sangüínea.

SOJA
     Consumir proteína de soja ao invés de proteína animal diminui significativamente os níveis
sangüíneos de LDL e triglicérides.  Quanto maior o nível inicial do colesterol maior o efeito
redutor da soja em baixá-lo. 
     Certos compostos químicos - isoflavones - encontrados na soja diminuem o risco de patologias
cardiovasculares.  Os 2 isoflavones particularmente úteis são: genisteína e daidizeína.  A genis-
teína tem uma estrutura química similar ao estrógeno, tem "estrogen-like" propriedades e
apresenta um efeito protetor em doenças cardiovasculares, osteoporose e prevenção de cânceres.
Isoflavones bloqueiam receptores estrogênicos nas mamas, reduzindo o risco de produção
de células cancerosas.  Pode ser uma saída natural no futuro para reposição estrogênica.
     Também agem como bloqueadores de testosterona, assim diminuindo o crescimento de 
tumores da próstata.  Ainda, inibem a angiogênese, um processo de desenvolvimento de 
suprimento sangüíneo que favorece o desenvolvimento tumoral.
     O processamento usado para concentrar a proteína da soja reduz o conteúdo de isoflavones; o
calor parece não afetar.  Os feijões são 38% proteína de alta qualidade; eles contêm 18% óleo e 15%
fibras; o leite de soja, o tofu e a soja texturizada são também ricas fontes protéicas.

IOGURTE
   
     É um produto coagulado do leite, pela fermentação do ácido láctico, através da ação do Lactobacillus
bulgaricus e do Streptococcus themophilus, os quais facilitam a lise da lactose em glicose e galactose,
pela presença da lactase.  Causam uma atividade maior da beta galactosidase e maior absorção da lactose
de 2 a 4 vezes em indivíduos intolerantes, como nos desnutridos crônicos, com deficiência de lactase.
     O ácido láctico melhora a digestibilidade das proteínas e gorduras, propicia esvaziamento gástrico
mais rápido, melhora a utilização do cálcio, fósforo e ferro, estimula maior secreção dos sucos gástricos
e propicia efeito antagônico para desenvolver outros microorganismos.
     Comparado com o leite tem maiores níveis de ácido fólico.
     Lactobacilos no intestino levam a menor concentração de bactérias em linfonodos e baço, pois difi-
culta o mecanismo de translocação e ativam o sistema imune inespecífico e a resposta imune local (IgA
secretória).

MINERAIS
     Nosso corpo contém aproximadamente 60 minerais (4% do peso corporal), sendo 7 deles classificados 
como macronutrientes (cálcio, cloro, magnésio, fósforo, potássio, sódio e enxofre); os demais são oligo-
elementos (cobre, zinco, manganês, selênio, etc).  
     Necessidades diárias: cobre (0,4 a 3,0 mg), zinco (5 a 16 mg), manganês (0,3 a 5,0 mg), selênio
(10 a 75 mg), magnésio (288-336 mg).  
     O cobre é necessário para utilização normal de ferro, via formação de transferrina e sua defi-
ciência origina anemia microcítica e hipocrômica, semelhante à anemia ferropriva. 
     O zinco participa do metabolismo e da síntese protéica e como estabilizador de membrana celular;
sua deficiência afeta os componentes do sistema imunitário, além de retardar ou dificultar a cicatrização 
normal.  
     O manganês age na síntese de mucopolissacárides e protrombina, na ativação de lipase, colesterol
e hormônios sexuais.  Na deficiência há alteração da cor dos cabelos, hipercolesterolemia e TP elevado. 
     O selênio é componente da glutation peroxidase, enzima que protege a parede celular contra a 
peroxidação lipídica, em sinergismo com a vitamina E; absorvido no duodeno (80%), excretado na urina, com 
grande perda na sindrome de intestino curto.  Sua deficiência leva a cardiomiopatia (doença de Keshan), 
alteração no colágeno e alterações gastrointestinais.  
     A deficiência de magnésio produz fraqueza muscular e tremores generalizados, além de disfagia, 
anorexia, náuseas, arritmias, confusão e coma.

CÁLCIO
     Como 99% do cálcio corporal é encontrado no osso, as necessidades são determinadas pelas necessidades
do esqueleto.  O pico de massa óssea no adulto é atingido por volta dos 20 anos, embora possa haver acúmulo
adicional na terceira década de vida.
     Uma vez atingido o pico, o turnover ósseo torna-se estável em homens e mulheres; nestas, as taxas de
reabsorção aumentam e a massa óssea cai seguindo a redução de estrogênio na menopausa (nesta fase é funda-
mental a associação de estrogênio com cálcio - 1.0 g/dia - e vitamina - D2 ou D3.
     Em maiores de 60 anos a absorção intestinal de cálcio é menor, pela deficiência de estrógenos na
mulher e à redução da produção renal de 1,25-diidroxivitamina D associada à idade.
          Cofatores que estimulam a absorção de cálcio: a 1,25-diidroxivitamina D estimula o
transporte ativo de cálcio no delgado e cólon.  A luz solar (raios ultravioleta) é o principal estí-
mulo para a síntese de vitamina D endógena.  Outras fontes: laticínios líquidos fortificados com vitamina
D, óleo de fígado de bacalhau e peixes gordurosos.
     O cálcio e a vitamina D não precisam ser administrados em conjunto para serem eficazes.  Doses
excessivas de vitamina D levam a hipercalciúria e hipercalcemia.
          Fatores que diminuem a disponibilidade de cálcio: a ingesta e absorção são responsáveis
por apenas 25% da variação no equilíbrio do cálcio, e a perda urinária por 50%.  Sódio, proteína animal
e alumínio na forma de antiácido, aumentam a excreção urinária.  Farelo de trigo afeta sua absorção
bem como os corticóides.
     A eficácia da absorção de cálcio diminui à medida que a ingesta aumenta (mecanismo protetor contra
intoxicação), contudo é superada por uma ingesta maior que 4.0 g/dia, levando a lesão renal e
deposição ectópica.
     A maior ingesta de cálcio diminui a absorção de ferro = anemia.
     O íon cálcio estimula a secreção de gastrina e ácido gástrico, com acidez rebote.
          Ingesta ideal de cálcio: pela dieta, com alimentos ricos em cálcio,
como laticínios, mais suplementos.  Também brócolis, couve, repolho, tofu, alguns legumes, peixes enlatados,
sementes, nozes.  O ácido oxálico presente no espinafre diminui a absorção do cálcio dos alimentos, mas
não a dos laticínios coingeridos.
     A absorção dos suplementos de cálcio é mais eficiente em doses entre as refeições.

NUTRIÇÃO E CLIMATÉRIO
     Este período da vida tem necessidades alimentares especiais.  Uma dieta rica em vegetais, frutas, grãos
e cálcio, e pobre em gorduras, sal, álcool, calorias e cafeína é fundamental.
     Os níveis de estrogênio declinam nesta fase, e esta redução torna os ossos mais susceptíveis à perda
de cálcio.  Maior ingesta de cálcio e exercícios moderados são essenciais para minimizar o desenvolvimento
de osteoporose.
     Mulheres acima dos 50 anos recebendo estrógenos devem ingerir em média 1.0 g de cálcio/dia, e se não
recebendo hormonioterapia, 1.5 g.  Aos 60 anos toda mulher deve receber 1.5 g/dia.
     Vitamina D e magnésio são necessários na absorção do cálcio.  Derivados do leite são a melhor fonte
de cálcio.  Limitar a quantidade de refrigerantes, já que eles contêm altos níveis de fósforo, o que leva
a perda óssea.
     Na pré-menopausa o estrógeno protege as paredes arteriais da mulher do acúmulo de gorduras e 
colesterol, elevando o HDL e diminuindo o LDL.  Como nesta fase caem os níveis estrogênicos esta
proteção desaparece e deixa a mulher tão vulnerável a doenças cardíacas quanto o homem.  Para compensar
é importante adotar uma dieta que seja pobre em gorduras saturadas e colesterol e rica em 
carbohidratos complexos, como grãos, frutas e vegetais.
     Cânceres de mama, cólon e pulmão são mais comuns nesta fase, e uma dieta rica em antioxidantes
como vitaminas A, C, E e beta caroteno podem ter efeito protetor.  Além disso muitos dos alimentos
contendo antioxidantes são também ótimas fontes de fibra, auxiliando no alívio da constipação,
muito comum nesta idade.
     Como a cafeína pode aumentar o número e intensidade de ondas de calor, e tem sido também
implicada na osteoporose e na elevação do colesterol sérico, fica difícil recomendá-la.
     O álcool pode agravar as ondas de calor, e em grande quantidade é um risco conhecido para 
osteoporose, quando as fraturas são mais comuns no quadril, coluna, punhos e costelas,
e podem causar dor intensa, perda de estatura e deformações na coluna.

IMPORTANTE:
     O cérebro humano sofre um surto de crescimento que se inicia no meio da gestação e se 
prolonga até o segundo ano.  Há redução acentuada do número de células cerebrais diante de má
nutrição fetal e desnutrição grave no primeiro ano.  Redução moderada por desnutrição grave no primeiro
ano; nenhuma redução se a desnutrição se dá após o primeiro ano, mas pode alterar a função normal do
cérebro, como reduzir habilidades para aprendizagem. 
     Na desnutrição protéico-calórica o leite materno é fundamental.  Se necessita suplementação, 
esta deve ser dada à mãe.  
     O uso de tabaco (fumar ou mascar) é o maior fator de risco de câncer oral; alto consumo de frutas e
vegetais reduzem tal risco.  Os componentes não-alcoólicos do vinho tinto tem potentes propriedades anti-
oxidantes sobre a oxidação da LDL humana.
     Também pessoas com melhor nutrição em vitamina C tem PA menor.

RECEITAS
     Bolo de farelo de trigo:  
          Pegue:
* 2 xícaras de farelo de trigo
* 3 xícaras de água
* 1 1/2 xícaras de rapadura raspada
* 4 ovos caipira
* 6 colheres de sopa de óleo de canola
* 1 colher de sopa de fermento
* 5 colheres de sopa de farinha de trigo
* 1 colher de sopa de fubá de soja
* 1 pitada de sal marinho
   Bater no liquidificador e assar em forma rasa.
     Bolo de farelo de arroz: Pegue
* 3 ovos caipiras
* 2 xícaras de rapadura raspada
* 1/2 xícara de óleo de canola
* 1 xícara de farinha de trigo 
* 1 xícara de fubá de milho
* 1 xícara de fubá de soja
* 1 xícara de farelo de trigo
* 1 xícara de água
* 2 colheres de farelo de arroz torrado
* 1 colher de sopa de fermento em pó
   Separe as claras e bata as gemas com a rapadura.  Acrescentar o óleo, a farinha, o farelo
e os fubás.  Amolecer com água.  Bater as claras em neve e colocar o fermento.  Misturar
e levar ao forno.
     Multivitamina:
1 copo duplo de água filtrada
1 colher de sopa de aveia
1 colher de chá de germe de trigo cru
1 colher de sopa de fubá de soja
2 bananas ou 1 fatia de mamão
mel ou rapadura a gosto
   Bata tudo no liquificador.  É uma delícia!
     Pé-de-moleque
Deixe a soja de molho por 12 h; retire a casca;
bata no liquidificador deixando pedaços grandes.
   Prepare o pé-de-moleque da maneira habitual, mas quando for colocar o amendoim, coloque
também a soja (meio a meio).  Muito gostoso.

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