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Alimentação |
Prof.Dr. Fernando de
Pádua (Instituto Nacional de Cardiologia Preventiva)
Dor nas costas |
Faz parte dos problemas comuns dos adultos, de ambos os
sexos, e é uma causa frequente de perda de dias de trabalho e de
dinheiro. Pode ser uma doença auto-infligida, isto é,
desencadeada por nós próprios.
A posição erecta da espécie humana submete os
músculos das costas e a coluna vertebral a um esforço permanente,
provocado pelos movimentos e posições do corpo, ao longo do dia.
Mesmo a dormir, toda esta zona continua sujeita a tensões.
Actualmente as queixas de dores nas costas estão em aumento: cada vez
mais nos deslocamos sentados, trabalhamos sentados ou nos mexemos pouco. Em
épocas passadas, o trabalho manual (em casa ou no emprego) e as
deslocações a pé eram frequentes. Graças a estes
hábitos, os músculos das costas eram geralmente fortes (aquilo a
que os médicos chamam tónus). Estes músculos resistiam bem
ao esforço e serviam de suporte à coluna vertebral.
À medida que as pessoas têm menos actividade física, os
músculos tornam-se mais fracos. Como consequência não
conseguem aguentar o trabalho a que estão sujeitos ao longo do dia. O
simples inclinar-se para calçar os sapatos pode ser o suficiente para
provocar uma crise de dor.
Dor, rigidez ou incómodo persistente nas costas,
em qualquer local desde o pescoço às ancas. Dor aguda,
especialmente depois de pegar num peso ou ter feito um esforço superior
ao habitual. Predomínio no pescoço e ombros ou no fundo das
costas, de modo crónico, nas pessoas que passam muito tempo paradas -
sentadas ou em pé - no emprego, nos transportes, em casa. Pode
iniciar-se sem causa aparente, coincidindo com periodos de maior sobrecarga
emocional ou de trabalho, cansaço, privação de sono.
Ás vezes, um espirro é suficiente para desencadear a dor.
Depois de excluir algumas causas mais graves - fracturas,
tumores, lesões ósseas - e de confirmar que a dor tem origem nos
músculos, o objectivo do tratamento consiste em eliminar a dor e
promover a recuperação do movimento. Usam-se medicamentos
(analgézicos, anti-inflamatórios, relaxantes musculares), o
repouso e os tratamentos da Medicina Física (fisioterapia).
Embora só tenhamos notado o problema no dia em que
tivemos dor, a causa começou anos antes: são os
hábitos posturais que construímos desde novos. Como nos
sentamos, como pegamos em pesos, como trabalhamos, conduzimos, escrevemos.
É aqui que reside a causa - e a solução - desta
dor.
Mesmo depois de passada a dor, o problema mantém-se. Fica à
espera do próximo erro de posição para nos voltar a
atacar.
Nalguns países faz parte dos hábitos das empresas a oferta de
programas de exercícios de prevenção, para os
profissionais em maior risco.
Porém cada um é responsável pelo seu futuro. Algumas
mudanças simples de hábitos e a execução regular de
alguns exercícios podem poupar-nos muito sofrimento, tempo e
dinheiro.
nalise a sua
posição: encoste-se com os calcanhares contra a parede. A barriga
das pernas, as nádegas, os ombros e a parte de trás da
cabeça devem estar em contacto com a parede. Deve ser possível
passar uma mão entre a parede e o fundo das costas.
Esta é a posição natural - normal, aconselhável -
que deve ser mantida quando está em pé. Se não for assim
deve corrigir a sua posição.
Se permanece em pé durante longos períodos, tenha
à sua frente um pequeno banco de cerca de 15 cm de altura no qual apoia,
alternadamente, um dos pés. Use calçado raso e que forneça
um bom apoio à curvatura do pé.
sua posição
sentada é ainda mais importante.
A cadeira deve permitir apoiar os pés no
chão, e não deve incomodar a dobra dos joelhos. As costas
devem estar apoiadas, num ângulo de cerca de 10 graus (use uma almofada
apropriada, se necessário). Os antebraços devem poder apoiar-se
no plano de trabalho com os cotovelos em angulo recto.
panhar objectos do
chão ou levantar pesos deve ser feito com as costas direitas e
não dobrando a cintura. Assim o trabalho é feito pelos
músculos das pernas e não pelas costas.
Locais da Web com informações úteis sobre saúde e doença |
http://allserv.rug.ac.be/~rvdstich/eugloss/PO/lijst.html
Dicionário - em Português - de termos médicos.
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Os acidentes podem ser evitados |
O andarilho ("aranha") provocou, em Portugal, mais de 800 acidentes em crianças em 1998.
A maioria foram traumatismos craneanos!
Espingardas de Pressão-de-Ar: Lesões e Ferimentos Graves e Fatais
Estudo feito em 101
crianças internadas em Hospitais pediátricos Americanos: a idade
média das vítimas foi 10,9 anos. A maioria foi atingida por um
amigo ou um irmão e em casa de amigos ou familiares. 56% necessitaram de
pelo menos uma intervenção cirúrgiga e 15% estiveram em
Cuidados Intensivos.
Houve 38% de ferimentos nos olhos, tendo a maioria ficado
com deficiência visual permanente. 39% ficaram cegas.
Morreram três crianças e duas ficaram com
lesões cerebrais.
(Pediatrics ed. Port. 1997;5:535.)
Queimaduras em Crianças com idade inferior a dois anos
Estudo em 200 crianças internadas americanas, num Centro Pediátrico para queimados. A maioria das queimaduras foram provocadas por derramamento de líquidos a ferver (54,5%), seguido por ferros de engomar e contacto com utensílios de cozinha quentes.
(Ibidem. 1997;5:543)
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Doença Ulcerosa do estômago e duodeno |
Até agora esta situação era considerada uma doença
crónica. Os tratamentos, embora eficazes, não evitavam as
recaídas frequentes. Neste momento, em algumas situações,
é possível uma "cura" que mantenha os doentes livres de
sintomas durante anos. Tudo aconteceu depois de se descobrir que um agente
infeccioso - uma bactéria denominada Helicobacter pylori - era
responsável por úlceras e sintomas digestivos de
evolução crónica. Os tratamentos actuais permitem
erradicar este agente, permitindo ficar livre de sintomas e curado durante
anos. Há mesmo quem afirme que se trata de uma "cura" embora,
para já, ainda não se disponho de dados concludentes. Pelo menos
sabe-se que estas pessoas não necessitam de fazer os frequentes - e
caros - tratamentos de manutenção que eram necessários
até agora.
É necessário fazer uma
endoscopia ao estômago e duodeno para recolher material de
biópsia. Esta pequeníssima amostra de tecido é depois
enviada a um laboratório que identifica a bactéria. Caso esteja
presente esta infecção, o tratamento - geralmente com dois tipos
de antbióticos e um anti-ulceroso potente - é feito durante 2 a 4
semanas com taxas de cura da ordem dos 90%.
Nalguns casos nem sequer é
necessário fazer o exame ao estômago: uma simples análise
de sangue - para pesquiza de anticorpos que identifiquem a presença
desta bactéria - é suficiente.
É
uma ocorrência comum, especialmente nas crianças, e uma das que,
frequentemente, nos levam a recorrer aos serviços de saúde ou ao
médico. A verdade é que a febre, em si mesma, não é
uma doença e geralmente não é prejudicial. A febre
é um mecanismo de defesa do nosso organismo contra uma agressão.
Sabe-se que a elevação da temperatura corporal torna mais
eficientes alguns processos defensivos do nosso corpo. No caso das
infecções, muitos microbios perdem parte da sua agressividade, a
partir dos 38 graus de temperatura. A recomendação de tratar a febre destina-se a minorar o desconforto provocado pela
elevação da temperatura, bem como a poupar-nos ao aumento de
consumo de energia que esta elevação provoca no corpo.
Não é o frio que provoca a
febre, embora esta seja uma ideia muito enraízada. O facto de
coincidirem a maioria das constipações, ou a gripe, no
período mais frio do ano deve-se ao aumento do contágio
entre as pessoas. Se reduzirmos este contágio, a febre
provocada pelas constipações e infecções
respiratórias deixa de ter preferência pela temperatura do ar
...
Durante uma doença com febre,
não há inconveniente em tomar banho (a uma temperatura
confortável da água) nem em beber água. De facto, um banho
quente pode ser um excelente processo de baixar temperaturas elevadas (39 - 40
º C), tanto em adultos como em crianças. Beber muitos
líquidos também ajuda ao nosso conforto e a compensar as perdas
do nosso organismo devidas à transpiração. É comum
haver perda de apetite de que se recupera quando se melhora.
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Porque nos constipamos? |
Desde a Idade Média
– no tempo dos nossos reis – que se sabia que algumas doenças
se "pegam", isto é, passam das pessoas doentes para as pessoas
sãs. Por esta razão as pessoas da época fugiam dos
leprosos ou dos que adoeciam com peste. Não sabiam, porém, de que
maneira estas doenças se transmitiam de pessoa a pessoa. Por isso muitas
destas atitudes eram ineficazes, guiadas mais pelo medo do que pelo
conhecimento.
Foi preciso esperar até ao
século XIX para que se estabelecesse a certeza de que algumas
doenças eram provocadas por pequenos seres vivos. Tão pequenos
que só se podem ver com auxílio de um microscópio. Daqui o
nome micróbios com que na linguagem vulgar se designam. Micro significa
pequeno e bios indica que é vivo.
Classificam-se em bactérias, vírus, fungos, etc.
conforme o modo como vivem e se reproduzem
Esta descoberta permitiu, por
exemplo, reduzir drasticamente o número de mortes após os
partos – bastou que as pessoas que contactavam com estas mulheres lavassem
as mãos! É que os microorganismos responsáveis pela febre
puerperal, que atingia estas mulheres, eram transmitidos através das
mãos dos médicos, enfermeiros, doentes, etc. que lidavam com
elas.
Permitiu também a
produção de vacinas: medicamentos que estimulam as nossas defesas
naturais contra a infecção e que são constituídos
por "bocados" inofensivos dos micróbios contra os quais nos
queremos proteger.
Neste campo o nome do químico Louis Pasteur ficará
ligado ao início da medicina preventiva através da descoberta e
aplicação da vacina contra o carbúnculo, nos animais, e
contra a raiva, nas pessoas. Mas afinal o que são estes nossos inimigos,
que parecem matar com tanta eficácia?
São seres muito mais pequenos que a
ponta de uma agulha, que vivem na nossa pele, no nariz, boca intestinos, enfim,
por todo o nosso corpo. Outros habitam no chão, na terra, nas plantas e
animais, na água das fontes e dos rios. De facto estão presentes
em tudo o que nos rodeia. A maioria deles desempenha funções
importantes para a nossa saúde – por exemplo, as bactérias
do intestino fabricam vitaminas para nós..
Alguns – uma minoria se comparados com o
total – podem provocar doença, sobretudo se estivermos fracos ou
quando não se cumprem regras elementares de higiene. Este é um
dos motivos porque temos visto algumas epidemias em África e na
América do Sul: são países em que as
condições de habitação e o fornecimento de
água tratada, são deficientes. É também o caso das
cheias e temporais em que as águas ficam contaminadas.
Também é possível a
transmissão de umas pessoas para as outras através da tosse ou do
espirro: é o que acontece quando estamos constipados. Como a
constipação é uma infecção da parte
respiratória, o ar que expelimos, ao espirrar, tossir ou falar,
está carregado de vírus que transportam doença.
A prevenção destas
doenças é muito simples: evitar os locais abafados onde estejam
pessoas a tossir ou espirrar e lavar as mãos depois do contacto com
estes doentes. Se estivermos constipados, espirrar ou tossir para um
lenço – de papel – que se deita no lixo. Dentro do
possível, ficar em casa enquanto se tiver febre (que é o
período de maior contágio).
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Estas páginas têm carácter meramente informativo e não devem ser usadas como substituto da decisão médica individual e personalizada. |
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