Uma das buscas básicas do homem é a procura da verdade. Mas por toda parte avoluma-se o problema
do engano. Além disso, antes que se encontre a verdade é preciso destruir o engano.
Os cistãos encontram-se empenhados numa guerra de emancipação espiritual contínua. Uma de suas
tarefas primárias é a destruição do engano. Os incrédulos vivem sob o domínio de Satanás,
sofrendo a maldição da morte desde o tempo de Adão. Não apenas temos a responsabilidade de
destruir o engano ao nosso redor, mas também somos obrigados a lutar a fim de livrar outros dele.
A chave da destruição do engano encontra-se na Palavra de Deus, a Bíblia:
• "2CO 10:4 - Porque as armas da nossa milícia não são carnais, mas sim poderosas em Deus para destruição das fortalezas;"
Se desejamos destruir as fortalezas do engano, devemos usar armas divinas - armas de poder
permanente, não de força temporária.
A passagem citada continua, dando a maneira tríplice pela qual o engano pode ser destruído:
• "2CO 10:5 - Destruindo os conselhos, e toda a soberba que se levanta contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo o entendimento à obediência de Cristo;"
O engano pode ser destruído destas três maneiras:
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1) Destruindo os conselhos que se levantam contra o conhecimento de Deus:
Uma maneira de lutar contra os enganos de Satanás é anular sofismas, raciocínios humanos.
Se você e eu desejarmos destruir o engano devemos anular sofismas, quebrar argumentos orgulhosos
e demolir a sabedoria humana.
Ao ler, em Gênesis, a respeito da vida de Adão e Eva no jardim do Éden, podemos perceber os
princípios do engano de Satanás. No jardim, Adão e Eva tinham permissão para comer de todo o
tipo de alimento maravilhoso, com exceção de um: o fruto da árvore do centro do jardim, a árvore
do conhecimento do bem e do mal. Deus disse-lhes que estavam proibidos de comer dessa árvore:
• "GN 2:16 - E ordenou o SENHOR Deus ao homem, dizendo: De toda a árvore do jardim comerás livremente,
GN 2:17 - Mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dela não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás."
Em certo sentido, a árvore do conhecimento do bem e do mal era o fruto do raciocínio. Deus tinha,
e ainda tem autoridade absoluta. Seus mandamentos devem ser obedecidos incondicionalmente, sem o
uso do raciocínio humano referente ao bem e ao mal.
Ao entrar Satanás no jardim do Éden, manobrou a situação de tal maneira que o mandamento de Deus
tornou-se objeto de sofismas, raciocínios sobre o bem e o mal. A história do livro do Gênesis
ressalta tal fato:
• "GN 3:1 - ORA, a serpente era mais astuta que todas as alimárias do campo que o SENHOR Deus tinha feito. E esta disse à mulher: É assim que Deus disse: Não comereis de toda a árvore do jardim?
GN 3:2 - E disse a mulher à serpente: Do fruto das árvores do jardim comeremos,
GN 3:3 - Mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: Não comereis dele, nem nele tocareis para que não morrais.
GN 3:4 - Então a serpente disse à mulher: Certamente não morrereis.
GN 3:5 - Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal."
Os raciocínios, centralizados no homem sobre o bem e o mal requerem que a posição do homem na
presença de Deus passe de um ser criado à de um ser independente. Se o homem vir os mandamentos
de Deus apenas com sua própria medida de bem e mal, afirma ser igual ao seu criador, está no
mesmo nível de pensamento e tomada de decisão de Deus. Na realidade, isto é rebelião. Satanás
tentou trazer a Palavra de Deus ao ponto do argumento perante Eva. Mas jamais se deve discutir
com a Palavra divina. Os mandamentos de Deus devem ser executados com detalhes.
Foi aqui que Adão e Eva cometeram o grande erro. Colocaram a Palavra de Deus no nível da
discussão e argumento. Como resultado, foram enganados e comeram do fruto da árvore do
conhecimento do bem e do mal. E com os bocados da rebeldia declararam sua independência de Deus
e sua igualdade com ele. É impossível que o ser criado seja igual ao criador; mas por causa do
engano de Satanás, isto foi o que Adão e Eva tentaram fazer.
E por terem agido à base de suas imaginações, de seus raciocínios humanos, quebraram a comunhão
com Deus, cometendo o pecado que trouxe a separação. Em vez de anular os enganos, permitiram que
o engano lhes habitasse a mente e foram expulsos do jardim do Éden.
Em essência, a história do rei Saul no Antigo Testamento está cheia de sofismas aos quais se
permitiu ter precedência; uma história da rebeldia dos raciocínios humanos. Saul recebeu um
mandamento claro de Deus. Os amalequitas haviam atacado os israelitas enquanto vinham do Egito.
Deus agora ia vingar o seu mal e mandou que Saul destruísse por completo a nação de Amaleque:
• "1SM 15:2 - Assim diz o SENHOR dos Exércitos: Eu me recordei do que fez Amaleque a Israel; como se lhe opôs no caminho, quando subia do Egito.
1SM 15:3 - Vai, pois, agora e fere a Amaleque; e destrói totalmente a tudo o que tiver, e não lhe perdoes; porém matarás desde o homem até à mulher, desde os meninos até aos de peito, desde os bois até às ovelhas, e desde os camelos até aos jumentos."
Todas as pessoas e também todo o gado deviam ser destruídos.
Mas Saul tinha suas próprias idéias. Embora matasse o povo, poupou o rei a fim de exibí-lo como
prisioneiro de guerra e foi negligente na execução do mandamento completo:
• "1SM 15:9 - E Saul e o povo pouparam a Agague, e ao melhor das ovelhas e das vacas, e as da segunda ordem, e aos cordeiros e ao melhor que havia, e não os quiseram destruir totalmente; porém a toda a coisa vil e desprezível destruíram totalmente."
Samuel, um dos profetas escolhidos de Deus, ficou sabendo do que Saul fizera e o confrontou com
suas más ações:
• "1SM 15:19 - Por que, pois, não deste ouvidos à voz do SENHOR, antes te lançaste ao despojo, e fizeste o que parecia mau aos olhos do SENHOR?
1SM 15:20 - Então disse Saul a Samuel: Antes dei ouvidos à voz do SENHOR, e caminhei no caminho pelo qual o SENHOR me enviou; e trouxe a Agague, rei de Amaleque, e os amalequitas destruí totalmente;
1SM 15:21 - Mas o povo tomou do despojo ovelhas e vacas, o melhor do interdito, para oferecer ao SENHOR teu Deus em Gilgal."
Samuel respondeu ao engano de Saul, dizendo:
• "1SM 15:22 - Porém Samuel disse: Tem porventura o SENHOR tanto prazer em holocaustos e sacrifícios, como em que se obedeça à palavra do SENHOR? Eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar; e o atender melhor é do que a gordura de carneiros.
1SM 15:23 - Porque a rebelião é como o pecado de feitiçaria, e o porfiar é como iniqüidade e idolatria. Porquanto tu rejeitaste a palavra do SENHOR, ele também te rejeitou a ti, para que não sejas rei."
O rei Saul não havia aceito o mandamento de Deus como uma ordem absoluta. Aceitara o mandamento
divino segundo suas próprias imaginações e raciocínios, seu próprio entendimento do bem e do mal,
visando ao seu beneficio e forma de pensar.
Temos a tendência de fazer isso também. Como o rei Saul e como Adão e Eva, peneiramos o
mandamento de Deus (a verdade última) passando-o por nossa compreensão do bem e do mal.
Analisamos as verdades divinas à luz de nossas imaginações, nosso poder de raciocínio.
Argumentamos com Deus, desejando ser inde-pendentes dele e iguais a ele.
Mas as imaginações humanas, raciocínios humanos acerca do bem e do mal apenas impedem a verdade.
Se desejamos destruir o engano, esses argumentos orgulhosos com Deus devem ser anulados.
A fé é um elemento importante desta anulação. À medida que sua fé em Deus cresce e aprofunda,
seus argumentos contra ele diminuem. À medida que seus raciocínios humanos - imaginações - diminuem,
você pode viver mais intimamente com Deus, e Satanás tem menos oportuni-dade de continuar a
enganá-lo, continuar a impedí-lo de chegar à verdade.
De modo que anulemos nossos sofismas, nossos raciocínios humanos. Obedeçamos aos mandamentos de
Deus sem questioná-los, anulando, assim, nossos próprios sofismas. Permitamos que a verdade de
Deus brilhe com todo o seu resplendor.
2) Anulando Toda Soberba
Podemos também destruir o engano anulando toda soberba:
• "2CO 10:5 - Destruindo os conselhos, e toda a soberba que se levanta contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo o entendimento à obediência de Cristo;"
A construção da torre de Babel retrata este tipo de engano. Nessa época as relações de Deus com
o povo da terra eram boas. Depois do dilúvio Deus prometeu:
• "GN 9:7 - Mas vós frutificai e multiplicai-vos; povoai abundantemente a terra, e multiplicai-vos nela."
Mas o povo rebelou-se contra o plano de Deus:
• "GN 11:1 - E ERA toda a terra de uma mesma língua e de uma mesma fala.
GN 11:2 - E aconteceu que, partindo eles do oriente, acharam um vale na terra de Sinar; e habitaram ali.
GN 11:3 - E disseram uns aos outros: Eia, façamos tijolos e queimemo-los bem. E foi-lhes o tijolo por pedra, e o betume por cal.
GN 11:4 - E disseram: Eia, edifiquemos nós uma cidade e uma torre cujo cume toque nos céus, e façamo-nos um nome, para que não sejamos espalhados sobre a face de toda a terra."
Note a intenção deles de construírem "uma torre cujo tope chegue até aos céus" a fim de
"que não sejamos espalhados por toda a terra". Seu engano surgiu de um desejo de construírem um
monumento orgulhoso e eterno para si mesmos. Elevaram o reconhecimento próprio acima do
reconhecimento de Deus.
Deus lhes havia ordenado que se espalhassem e povoassem a terra. Mas queriam o oposto:
ajuntar-se e ficarem reunidos, um grupo de deuses auto-satisfeitos e independentes.
Por causa do seu engano Deus foi forçado a agir. Deu-lhes línguas diferentes, trazendo confusão
que deu origem ao nome de sua cidade: Babel. Com línguas diferentes e compreensão confusa, o
projeto de construção da torre parou. E logo começaram a espalhar-se mais, usando grupos de
língua comum como pontos de unidade.
Este mesmo tipo de ocorrência tem-se dado repetidamente. Quando procuramos exaltar-nos a nós
mesmos acima de Deus, tornamo-nos parte de um engano que deve ser confundido e detido.
A linguagem é o veículo de idéias e ideologias. Por todo o mundo há múltiplas ideologias
(comunismo, capitalismo, neutralismo, humanismo). A humanidade está sendo confundida, assim como
o povo foi confundido na torre de Babel, porque tem tentado elevar-se à igualdade com Deus, em
desobediência a seus mandamentos. Por este motivo Deus tem permitido que um espírito de confusão
domine o mundo hoje.
A destruição do Império Romano também exemplifica este tipo de engano. A hierarquia religiosa
romana tornou-se uma torre de Babel espiritual. Então Deus fez com que esse grande império se
confundisse. Dividiu-se em dois, do Oriente e do Ocidente, que foram destruídos por invasões de
bárbaros.
3) Pensamentos Cativos:
Um terceiro modo pelo qual podemos destruir o engano é levar "cativo todo pensamento à obediência de Cristo":
• "2CO 10:5 - Destruindo os conselhos, e toda a soberba que se levanta contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo o entendimento à obediência de Cristo;"
Nestas palavras encontra-se uma importante verdade. Se captarmos os pensamentos de alguém
teremos capturado tal pessoa.
Pense no modo em que o mundo do comércio usa a comunicação de massas. Ligue a televisão, o
rádio, ou dê uma olhada nos jornais. Por todos os lados você vê anúncios. Esta é a era da
propaganda e nossa sociedade está inundada com anúncios.
Mediante a propaganda constante o mundo comercial capta os pensamentos e imaginações do público.
Indireta e subconscientemente, o público (você e eu) estamos sendo controlados pela comunicação
de massas. Pensamos estar tomando decisões independentes, de acordo com nossos próprios desejos.
Mas tal não é a verdade.
Estamos sendo manobrados constantemente pelo mundo dos negócios, um mundo que continuamente joga
propaganda em nosso subconsciente. Paramos de tomar decisões segundo nossos próprios desejos e
aceitamos os desejos promovidos pelos anúncios. Hereges e comunistas usam as mesmas táticas para
a captação de pensamento. Lavam o cérebro das pessoas, tornando-as escravas de suas ideologias e
exigências.
Somente quando nosso pensamento tornar-se cativo de Cristo poderemos destruir o engano por
completo. Somente então poderemos ter a liberdade da verdade. O próprio Jesus Cristo é a verdade
última que nos leva à vida, à liberdade e às bênçãos.
A fim de destruir o engano e desfrutar da verdade divina, seus pensamentos devem ser levados à
obediência de Cristo. Tente absorver os pensamentos de Jesus em sua mente. Imprima-os em sua
mente mediante o estudo da Palavra de Deus. Leia a Bíblia e medite nela com diligência e deixe
que ela se torne parte do seu processo de pensamento. Vá à igreja regularmente e ouça com
atenção os sermões e ensinamentos apresentados.
Peça que o Espírito Santo o ajude. Lembre-se de que os que "se inclinam para a carne cogitam das
coisas da carne", e continuam a se espojar no engano.
Mas "os que se inclinam para o Espírito, das coisas do Espírito"
• "RM 8:5 - Porque os que são segundo a carne inclinam-se para as coisas da carne; mas os que são segundo o Espírito para as coisas do Espírito.
RM 8:6 - Porque a inclinação da carne é morte; mas a inclinação do Espírito é vida e paz."
Aprendam a destruir o engano levando seus pensamentos cativos à obediência de Cristo. Se
desejamos ser livres a fim de desfrutar da verdade divina, então nós, também, devemos levar
nossos pensamentos cativos a Cristo.
Deus é o autor de toda a verdade. A verdade divina encontra-se ao nosso alcance na Palavra de
Deus, a Bíblia. Mas antes que essa verdade possa tornar-se uma realidade para nós, o engano deve
ser destruído. A fim de destruirmos o engano, as imaginações, raciocínios humanos sobre o bem e
o mal, devem ser abandonados. A fim de destruir o engano, toda soberba que tivermos colocado na
igualdade de Deus (quer sejam ambições, idéias, quer aspirações) deve ser lançada fora.
A fim de destruir o engano, todo pensamento deve tornar-se cativo à obediência de Cristo.
Somente quando o engano for destruído poderemos cessar as lutas na busca da verdade.
Somente então você e eu poderemos desfrutar por completo da vida, paz e bênçãos que a verdade em
Cristo traz.
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