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Affonso Romano de SantAnna é um caso raro de artista e intelectual que une a palavra à ação. Com uma produção diversificada e consistente, pensa o Brasil e a cultura do seu tempo, e se destaca como teórico, como poeta, como cronista, como professor, como administrador cultural e como jornalista.

Com mais de 40 livros publicados, professor em diversas universidades brasileiras - UFMG. PUC_RJ, URFJ, UFF, no exterior lecionou nas universidades da California (UCLA), Koln (Alemanha), Aix-en-Provence. Seu talento foi confirmado pelo estímulo recebido de várias fundações internacionais como a Ford Foundation, Guggenheim, Gulbenkian e o DAAD -da Alemanha, que lhe concederam bolsas de estudo e pesquisa em diversos países.

Nascido em Belo Horizonte (1937), desde os anos 60 teve participação ativa nos movimentos que transformaram a poesia brasileira, interagindo com os grupos de vanguarda e construindo sua própria linguagem e trajetória.

-Data desta época sua participação nos movimentos políticos e sociais que marcaram o país. Embora jovem, seu nome já aparece nas principais publicações culturais do país. Por isto, como poeta e cronista foi considerado pela revista “Imprensa” em 1990 como um dos dez jornalistas que mais influenciam a opinião de seu país.

-Nos anos 70, dirigindo o Departamento de Letras e Artes, PUC/RJ, estruturou a pós graduação em literatura brasileira do Brasil, considerada uma das melhores do país. Trouxe ao Brasil conferencistas estrangeiros como Michel Foucault e apesar das dificuldades impostas pela ditadura realizou uma série de encontros nacionais de professores, escritores e críticos literários além de promover a “ Expoesia” - evento que reuniu 6oo poetas num balanço da poesia brasileira.

-Durante sua gestão, pela primeira vez no país a chamada literatura infanto-juvenil passou a ser estudada na universidade e a ser tema de teses de pós-graduação. Foram também abertos cursos de Criação Literária com a presença de importantes escritores nacionais.

-Foi autor, dentro da universidade, de trabalhos pioneiros sobre música popular, como o livro "Música popular e moderna poesia brasileira".

-Como jornalista trabalhou nos principais jornais e revistas do país: Jornal do Brasil (pesquisa e copy desk), Senhor( colaborador) ,Veja( critico), Isto É( Cronista), colaborador de O Estado de São Paulo. Foi cronista da Manchete,do Jornal do Brasil, do Globo e atualmente escreve também no Estado de Minas e Correio Braziliense.

-Considerado pelo crítico Wilson Martins como o sucessor de Carlos Drummond de Andrade, no sentido de desenvolver uma “linhagem poética” que vem de Gonçalves Dias, Bilac, Bandeira e Drummond, realmente substituiu este último como cronista no “Jornal do Brasil”, em 1984. E foi sobre Carlos Drummond de Andrade a sua tese de doutoramento ( Univ. Fed. Minas Gerais),intitulada:”Drummond, o gauche no tempo”, que mereceu quatro prêmios nacionais.

-Nos duros tempos da última ditadura militar, Affonso Romano de Sant’Anna publicou corajosos poemas nos principais jornais do país, não nos suplementos literários, mas nas páginas de política . Poemas como “ Que país é este?”( traduzido para o espanhol, inglês, francês e alemão), foram transformados em “posters”, aos milhares, e colocados em escritórios, sindicatos, universidades e bares.

-Nessa época produziu uma série de poemas para a televisão (Globo). Esses poemas eram transmitidos no horário nobre, no noticiário noturno e atingiam uma audiência de 60 milhões de pessoas.

-Como presidente da Biblioteca Nacional- a oitava biblioteca do mundo, com oito milhões de volumes- realizou entre 1990 e 1996 a modernização tecnológica da instituição, informatizando-a, ampliando seus edificios e lançando programas de alcance nacional e internacional.

-Criou o Sistema Nacional de Bibliotecas, que reúne 3.000 instituições e o PROLER ( Programa de Promoção da Leitura), que contou com mais de 30 mil voluntários e estabeleceu-se em 300 municípios.E em 1991 lançou o programa “Uma biblioteca em cada município”.

-Criou na Biblioteca Nacional os programas de tradução de autores brasileiros, de bolsa para escritores jovens e encontros internacionais com agentes literários.

-Seu trabalho à frente da Biblioteca Nacional possibilitou que o Brasil fosse o país-tema da Feira de Frankfurt( 1994) , o país -tema, na Feira de Bogotá(1995) e no Salão do Livro( Paris, 1998).

-Lançou a revista “Poesia Sempre”, de circulação internacional, tendo organizado números especiais sobre a América Latina, Portugal, Espanha, Italia, França, Alemanha.

-Foi Secretário Geral da Associação das Bibliotecas Nacionais Ibero-Americanas(1995-1996), que reúne 22 instituições desenvolvendo amplo programa de integração cultural no continente.

-Foi Presidente do Conselho do Centro Regional para o Fomento do Livro na America Latina e no Caribe-CERLALC), 1993-1995.

-Como poeta participou do “International Writing Program”(1968-1969) em Iowa, USA, dedicado a jovens escritores de todo o mundo.

-Tem participado de dezenas de encontros internacionais de poesia. Esteve no Festival Internacional de Poesia Pela Paz, na Coréia(2005) , realizou uma série de leituras de poemas no Chile, por ocasião do centenário de Neruda ( 2004), esteve na Irlanda, no Festival Gerald Hopkins(1996), na Casa de Bertold Brecht, em Berlim(1994), no Encontro de Poetas de Língua Latina(1987), no México, no Encontro de Escritores Latino-americanos em Israel(1986)

-Mereceu vários prêmios nacionais destacando-se o da Associação Paulista de Críticos de Arte pelo "conjunto de obra".

- Foi júri de uma série de prêmios internacionais como o Prêmio Camões(Portugal/Brasil), Prêmio Rainha Sofia(Espanha), Prêmio Peres Bonald(Venezuela), Prêmio Pégaso/Mobil Oil(Colômbia/USA), Reina Sofia( Espanha).

-Diversos textos seus foram convertidos em teatro, balé e música e tem diversos CDs de literatura gravados com sua voz e na voz de atores diversos.

-Sua obra tem sido objeto de teses de mestrado e dourorado no Brasil e no exterior.

-Recebeu algumas das principais comendas brasileiras como Ordem Rio Branco, Medalha Tirandentes, Medalha da Inconfidência, Medalha Santos Dummont.

-É casado com a escritora Marina Colasanti

"O que não escrevi, calou-me.
O que não fiz, partiu-me."

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