O Mosteiro Zen Morro da Vargem
Entre montanhas, próximo ao litoral norte do Espírito Santo, em 1974 surgiu o primeiro Mosteiro Zen Budista da América Latina, Hakuun Zan (Monte da Nuvem Branca) Zenkoji (Templo da Luz do Zen) - Mosteiro Zen Morro da Vargem - que foi o nome escolhido pelo seu fundador Mestre Ryohan Shingu.
Vista aérea do Mosteiro Zen Morro da Vargem
A finalidade foi estabelecer um local de prática e formação para monges e leigos, segundo as tradições da Escola Soto Zen.
O Mosteiro localiza-se numa antiga fazenda de 120 hectares, dos quais destinou 100 hectares à conservação e recuperação do ambiente, ficando o restante para sua subsistência, fundamentada em atividade agrícola.
Durante o ano há períodos intensivos de treinamento (Angô), os quais têm duração de noventa dias, retiros mensais - Sesshin, e a prática diária que inclui meditação, cantos de Sutras, leitura e trabalho.
Junto às atividades de treinamento, o Mosteiro dedica atenção especial a um programa de educação ambiental com seus visitantes.
A prática é aberta a todos os interessados.

Cotidiano 

As atividades no mosteiro começam à 4:20 hs da manhã com dois períodos de meditação (Zazen) intercalados com recitação de Sutras (Choka), refeições vegetarianas e o exercício da prática do trabalho (Samu), o qual no treinamento Zen é tão fundamental que originou o dito:

Um dia sem trabalho, um dia sem comida. 

Contribuição 

Dentro do ensinamento budista uma importante virtude é o Dana - Generosidade.
O mosteiro é uma entidade sem fins lucrativos e depende de doações para sua existência e prosseguimento do ensinamento do Dharma. 


 
Budismo
O budismo se fundamenta no auto conhecimento.
Fundado por Shakyamuny, herdeiro do reino dos Shakyas, localizado ao norte da Índia, atual Nepal, há dois mil e seiscentos anos.
O centro dos esforços dedicados pelo Buddha por longos anos de meditação foi a erradicação do sofrimento que levou ao estado de Iluminação, "o Despertar", significado da palavra Buddha.
Devido à ignorância sobre sua natureza profunda - Mente Original, os seres estão mergulhados na ilusão do ego, causa do sofrimento, e presos ao Samsara - a Roda da Vida.
As Quatro Nobres Verdades compreendidas pelo Buddha são:

- O sofrimento, suas causas, sua erradicação e o caminho que leva a extinção do sofrimento. 
Apoiando esse caminho de libertação estão as três Jóias:
- O Buddha (o Desperto)
- O Dharma (o Ensinamento, a Verdade)
- A Shanga (a comunidade de praticantes).


 
Zen
A palavra Zen provém originalmente do pali Jhana (sânscrito dhyana), em chinês Zen-na (ch'an), tendo passado como Zen ao japonês. A raiz do vocábulo significa meditar. 
O Zen é considerado a essência do Budismo, a "Doutrina do Coração do Buddha", a mais alta realização do Buddha, a transmissão direta, coração para coração, da Mente Original. 
Como disse Bodhidarma, patriarca que levou o Zen da Índia `a China: 
"Uma transmissão especial fora das escrituras 
Não dependendo de palavras 
Mas apontando diretamente a mente 
E levando-nos a realizar nossa Verdadeira Natureza, 
Fazendo-nos assim atingir a Natureza do Buddha"
Não há descrição possível para o Zen, pois não poderemos alcançar o espírito do Zen com palavras. As palavras são como marcas que indicam a direção. São como dedos apontando a Lua; ao nos valermos delas corremos o risco de tomar o dedo pela luz que estão apontando.
"O Zen nunca explica. Somente dá sugestões...
Tentar explicá-lo é como tentar capturar o vento numa caixa.
No momento em que se fecha a tampa ele deixa de ser vento
e se transforma em ar estagnado."


 
Zazen
Za significa sentar; Zazen é a prática da meditação Zen. Postura correta, respiração correta, mente correta. Sentando simplesmente realizamos nossa Natureza Original. Segundo os ensinamentos do mestre Zen Dogen, 'O Zazen é o ato de os Budas ficarem sentados tranquilamente na Concentração da Liberdade Completa.' Em suas 'Regras Gerais para a Prática da Meditação Zazen' (Fukanzazengui), Dogen escreve:
 
"...Deves cessar de ir atrás de palavras e ditos. Deves te recolher e refletir em ti próprio. Se abandonares naturalmente a mente e o corpo, a Natureza Original emergirá. Se queres obter isso logo, deves depressa começar a praticar o seguinte: 
Para meditar, deves ter um aposento tranquilo. Guarda-te de medir a memória, a percepção e o discernimento. Não te esforces para te transformares em Buddha. Não te apegues ao sentar-se ou ao deitar-se.
No lugar onde sentares, estende uma almofada quadrada e fina e sobre ela coloca uma almofada redonda e espessa. 
Monges Budistas praticando o Zazen 
 
Uns meditam em kekkafuza (postura do lótus) e outros em hankafuza (postura do meio-lótus). Em Kekkafuza, deves colocar teu pé direito sobre a coxa esquerda e o esquerdo sobre a coxa direita. Em hankafuza, deves apenas colocar o pé esquerdo sobre a coxa direita. Depois, coloca tua mão direita sobre o pé esquerdo e a mão esquerda sobre a palma da mão direita. Ambos os polegares devem se tocar. Senta-te ereto. Não deves te inclinar para a esquerda, para a direita, para frente ou para trás. Tuas orelhas devem estar na mesma linha que teus ombros, teu nariz deve estar na mesma linha que teu umbigo. Mantém tua língua encostada ao céu da boca. Teus olhos devem estar sempre abertos. Inspira calmamente e, depois de colocares teu corpo na posição adequada, expira com força. Move teu corpo para a esquerda e para a direita. Permanece depois firme na postura de meditação. Pensa no impensável. Como pensar no impensável? Pensando além do pensar e do não-pensar. Essa é a mais importante fase da meditação zazen." 
 
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