5.- RECURSOS  NATURAIS

       5.1.- MINERAIS
         5.2.- ÁGUA SUBTAERRÂNEA
         5.3.- SOLOS AGRICULTURÁVEIS (ainda não disponível)
 
 
5.1.- MINERAIS

    Veranópolis é relativamente pobre em recursos minerais. No entanto alguns bens minerais são bastantes abundantes como  pedra de talhe de basalto e riodacitos  destinados a paralelepípedos, pedras para fundações e brita. Os depósitos de  argilas vermelhas também são frequentes, possibilitando a fabricação de tijolos e telhas.
    Apesar do ambiente geológico ser bastante  favorável à ocorrência de pedras preciosas associadas aos basaltos como ametista e ágata, não são conhecidos depósitos de valor econômico. Levantamentos poderão apontar locais favoráveis.
    Rochas ornamentais representadas por lages de basalto e/ou riodacitos são exploradas no município vizinho de Nova Prata. Em Veranópolis a extração é ainda diminuta, mas poderá ser incrementada.
    Deve-se salientar não ser o município dotado de vocação para depósitos metálicos, calcários e areia.
 
 
      5.2.- ÁGUA SUBTERRÂNEA

 

    O aquífero captado no município de Veranópolis, está inserido no limite das Subprovíncias do planalto e borda do planalto da Província Hidrogeológica Basáltica. (Hausman, 1995).

    Trata-se de uma aquífero constituído por rochas resultantes de derrames basálticos, possuindo um comportamento de aquífero fraturado em que a circulação de água subterrânea se dá através de planos de descontinuidade de extensão variável, de acordo com o tectonismo que o afetou. Compõem-se basicamente de basaltos cinza a amarronados, com intercalações de basaltos pretos, vítreos e zonas amigdalóides. Em alguns poços são também descritas rochas de caráter ácido como riolitos de coloração marrom-escura. Todo o conjunto apresenta uma notável heterogeneidade e anisotropia, a qual proporciona características hidrodinâmicas e hidrogeoquímicas que podem variar de poço para poço.

    Dentro do município de Veranópolis os poços mais bem construídos, são aqueles pertencentes à Companhia Rio Grandense de Saneamento (CORSAN). Estes poços abasteciam a cidade antes da entrada em funcionamento do novo sistema de captação superficial.

    A profundidade média de captação de água subterrânea é de aproximadamente 110 m, sendo que o poço mais raso atingiu a 33,50 m e o mais profundo a 172 m. O aquífero apresenta várias entradas de água, comumente entre três a quatro que geralmente encontram-se associadas aos planos de descontinuidade entre os derrames horizontais e zonas de basaltos amigdalóides.

    A vazão de exploração dos poços da CORSAN situa-se entre 8,0 e 18,0 m3/h, o que para abastecimento público de uma cidade do porte de Veranópolis é considerado insuficiente. Entretanto, para quase todos os fins de uso privado, como residências, indústrias, sítios e hospitais, o aquífero apresenta uma boa potencialidade. A capacidade específica média, que demonstra a produtividade dos poços é de 0,439 m3h por metro de rebaixamento. O maior valor alcança 1,32 m3h e o menor 0,055 m3h, o que demonstra por esta significativa variação a necessidade de uma locação geológica bem feita, para que o investimento na captação de água subterrânea seja bem sucedido neste município.

    Fato digno de nota é a ótima qualidade que as águas subterrâneas apresentam nesta região. Cerca de 70% dos poços apresentam pH entre 6,3 e 6,9, os restantes 30% entre 7,1 e 8,0. Os sais dissolvidos na água possuem teores em média de 169 mg/1, com valores extremos em 213,0 e 110,9 mg/1. Os sais de cálcio e magnésio variam de 8 a 66 mg/1, apresentando-se as águas substerrâneas doces e "moles".

    As águas são bicarbonatadas cálcicas e magnesianas, com teores de flúor dentro dos limites de potabilidade e com ferro raramente ultrapassando a 0,3 mg/1, servindo para fins de abastecimento público, doméstico, agrícola e industrial.

Colaboração especial: geólogos José L. F. Machado e Marcos A. Freitas

Bibliografia:

            - Cadastro de poços da CORSAN

  - Hausman, Abrãoo – 1995 – Províncias Hidrogeológicas do Estado do Rio Grande do Sul-RS.
         Estudos  Tecnológicos. Acta Geológica Leopoldensia. Série Mapas. Mapa nº 2 – Unisinos.

ÁGUAS SUBTERRÂNEAS TERMAIS   -  Por geólogo Mario Farina com contribuição especial do geólogo Luiz Fernando F. Albuquerque

O Aquífero Guarani (principalmente Formação Botucatu) subjacente as rochas dos derrames vulcânicos , em função do grau geotérmico, representa excelente oportunidade para captação de águas termais em profundidade. Na mesma situação hidrogeológica estão as águas termais de Piratuba em Santa Catarina e em Caldas de Prata, no vizinho município de Nova Prata. Nesta última localidade as bocas dos poços estão localizadas às margens do rio da Prata em altitude em torno de 440 m . Ali as águas termais tem temperatura de 41° C e provém do Botucatu que estaria com seu topo ( contato com as rochas vulcânicas) em 602 m de profundidade.

Na região da Usina velha, próxima a Vila Azul, em Veranópolis os condicionamentos geológicos e topográficos são excelentes para captação de águas subterrâneas termais, pois as altitudes do terreno estão em torno de 280 m. O sucesso dos empreendimentos para captação dependem da capacidade técnica de engenharia para a perfuração e completação de poços, que devem obrigatoriamente levar em em consideração o posicionamento e a natureza das rochas.

A altitude do topo do Botucatu na Usina Velha estaria a  -230 m , ou seja a uma profundidade de 510 m. O poço realizado com sucesso foi até 530 m, tendo então penetrado no Botucutu por 20 m, onde teria-se obtido vazão de águas termais de 50.000 l/h.

No município de Veranópolis existem muitos locais que podem ser selecionados para captação de águas subterrâneas termais, devendo-se considerar para tal principalmente a posição topográfica e o conseqüente grau geotérmico.

É interessante observar que às margens do rio das Antas, próximo a ponte na divisa com Bento Gonçalves , as cotas dos terrenos estão em torno de 120 m.

Uma correlação entre poços executados em Lagoa Vermelha, Nova Prata e Veranópolis indica que a superfície do Botucatu (Aquífero Guarani, no caso) está inclinada no sentido norte-sul com um pequeno caimento. Os topos do Botucatu estariam a -128 m, -162 e  -230, respectivamente.Consideradas as altitudes dos pontos a serem objeto de novos poços, pode-se inferir as espessuras de basalto a serem perfuradas, sem esquecer-se que podem haver irregularidades na superfície do topo do Botucatu devido a fenômenos paleogeográficos e/ou tectônicos.

A captação e aproveitamento destas águas é fator altamente relevante para o desenvolvimento turístico ! 

Estas informações estão em consonância com dados que obtivemos dos mapas topográficos 1:50.000 da DSG do EXÈRCITO, perfis de poços realizados pela PETROBRÀS e PAULIPETRO e comunicações informais de interessados.

Gráfico esquemático de correlação geológica entre os diversos poços, contendo profundidades, espessuras e altitudes (cotas).Clique aqui para visualização.

RETORNAR À PRIMEIRA PÁGINA