MANUAL DE PROCEDIMENTOS PARA A RECUPERAÇÃO DE TARTARUGAS MARINHAS CAPTURADAS EM REDES E OUTRAS ARTES DE PESCA


PROBLEMAS RELATIVOS À CAPTURA EM:

1. Redes de Espera:
Esta é atualmente a principal causa de morte de tartarugas marinhas ao longo de todo o litoral brasileiro. Na maioria das vezes é acidental, o pescador coloca sua rede para capturar peixes ou crustáceos e freqüentemente uma tartaruga é aprisionada. Quando isso acontece, o animal é levado para consumo da família ou até mesmo para comercialização. Com freqüência o pescador joga a tartaruga no mar, acreditando que esteja morta quando na verdade está apenas desacordada, necessitando apenas que se retire a água retida nos pulmões. Estas simples ações podem salvar anualmente milhares destes animais ameaçados de extinção.

2. Redes de Arrasto:
Internacionalmente, esta arte de pesca é considerada uma das atividades que mais ameaçam as tartarugas marinhas. Em decorrência disto, os Estados Unidos criaram uma lei proibindo a importação de camarão dos países que não possuem dispositivos para exclusão desses quelônios (os chamados TED´s-Turtle Excluder Devices). No Brasil a captura através destas redes ocorrem nos Estados de Alagoas e Sergipe, na região Sul e Sudeste.
A causa da mortalidade nestes casos é a mesma da anterior. A tartaruga se afoga, o pescador acredita que a mesma está morta, e devolve-a ao mar, ou armazenando-a para posterior consumo ou comercialização. Este tipo de pesca opera em espaços de tempos menores que nas Redes de Espera, dando uma maior chance de sobrevivência às tartarugas aprisionadas.

3. Currais de Pesca:
Os currais são responsáveis pelo menor índice de mortalidade das tartarugas no caso de captura, já que apesar de serem aprisionadas facilmente, permanecem vivas, ficando com os pescadores a decisão de matá-las ou devolvê-las ao mar.
No Ceará, centenas de Tartarugas Verde são mortas mensalmente, o que vem prejudicando a imagem do Brasil no exterior. A captura não é acidental e o comércio é feito de forma quase livre.

COMO AGIR JUNTO AOS PESCADORES:

Denominamos fiscalização educativa o ato de esclarecer aos pescadores as leis de proteção à fauna dando alternativas para que as referidas leis não sejam infrigidas. É preciso ensinar aos pescadores como reanimar uma tartaruga marinha aprisionada na rede, informá-lo que mesmo que o animal estando morto, não pode ser consumido e comercializado. Com certa insistência os infratores acabam cedendo aos novos costumes, e conseqüentemente as leis são aceitas pela grande maioria das comunidades envolvidas.


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