Sem titulo

Antes de começar esta história nunca se tinham conhecido, jamais setinham visto. Encontraram-se por acaso nas páginas distraídas de um escritor anónimo com propensão para o erotismo. Po isso não demoraram muito a pedirem um ao outro certificados de existência sexual devidamente actualizados.
Foram breves momentos de adrenalina institiva e pujante.
Até que, de repente, o escritor perdido sem saber em que tecla
colocar os dedos dá conta que estas suas  personagens de contos diferentes cruzaram-se e sem perder tempo estavam já engolfinhadas uma na outra asmaticamente comprometidas. Surpreendido, o escritor espera que o acto se consuma e com o dedo ameaçador insiste que cada personagem regresse ao lugar que lhes destinou na história. Delirantemente felizes, as personagens, impregnadas de rebeldia, riem-se revirando com malícia os olhos e negam-se a regressar.
Cada vez mais desesperado, o autor apela a uma solução radical e desliga o
computador sem gravar as últimas delícias das suas personagens.
Liga de novo e... eis que não sem surpresa as duas personagens lá estão a
estalarem-se de novo caminhando perigosamente para o salto no escuro.
É então que o escritor se voyariza suando e gozando com o suor e o gozo das suas personagens mais bem conseguidas.
 
 
 

O Anjo "...Ela pára, olha o azul pontilhado de luzes, abana a cabeça e prossegue o seu passo lento. O autocarro abranda, curva para o silêncio e desaparece. O sinal de Deus é claro. Esta é a vitima...."