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Saiba onde procurar se quiser achar

Não é todo mundo que está mudando de sistema operacional. Se você está pensando em transformar seu hobby em fonte de renda, volte seus olhos para as pequenas e médias empresas.

- Para os pequenos empreendimentos, o custo de um Solaris ou de um Novell é muito alto: R$ 3 mil só no software, mais treinamento, mais implantação. Já as grandes empresas e órgãos públicos, por exemplo, trabalham com multiplataforma. Sendo conservador, eu diria que, dentro de mais um ano, esses também vão passar a adotar o sistema totalmente – analisa Juscelino Brixi.

Misaghi também pensa assim, apesar de não descartar a possibilidade de uma empresa de grande porte fazer uma migração completa.

- Esse processo com certeza é mais fácil para as pequenas e médias, mas não vejo problemas para as de grande porte. Só que, nesse caso, tem de haver um estudo bem mais abrangente da mudança, que seria mais lenta – opina o professor da Sociesc.

Juscelino Brixi conta também que, indo contra o estereótipo de empresas estagnadas tecnologicamente, órgãos públicos também estão migrando para o sistema.



" A certificação me tornou mais requisitado para ministrar treinamentos e desenvolver aplicações "




- Aqui onde estamos, Brasília, é um mercado diferenciado por sediar muitas instituições públicas. Então, a gente pode ver que várias estão testando o sistema. Muitos órgãos gostaram do que viram, mandaram gente treinar, disseram: "se conseguirmos fazer isso funcionar, vamos ter uma economia muito grande". Fizeram isso extra-oficialmente, aliás, porque receavam por algum problema.

André Meurer, profissional certificado pela Conectiva, diz que suas oportunidades de trabalho cresceram depois que passou a investir nesse conhecimento.

- Eu sinto que consegui um espaço bem maior dentro da empresa após ter obtido a certificação. Fui mais requisitado para ministrar treinamentos e desenvolver aplicações. Além disso, praticamente toda semana chegam e-mails sobre oportunidades para profissionais certificados Conectiva em diversas partes do país.

Problemas com o pingüim

Falamos da carência de profissionais como um grande problema para as empresas migrarem. Juscelino Brixi ressalta outros eventuais obstáculos, que seriam as características inerentes a uma tecnologia recente como a do Linux.

- Como qualquer nova tecnologia, é complicado para o usuário final e não oferece tantos aplicativos, fatores que levariam uma empresa a não depender mais do Windows. Na verdade, não é bem resistência o que as empresas têm: é receio, é querer saber como está quem já está usando, e se já tem gente usando.



O Linux, baseado em código aberto e sem um fabricante oficial, praticamente não tem suporte



Outro ponto negativo para uma empresa que trabalha com o Linux poderia ser o suporte de um fornecedor (ou melhor, a ausência dele) na hora de uma pane mais grave. Apesar da fama de campeã dos bugs, a Microsoft oferece esse tipo de apoio. Já o Linux, baseado em código aberto e sem um fabricante oficial, não. Vejamos a opinião de Brixi:

- Não existem tantos problemas, isso é mais desinformação de muita gente. A Conectiva tem escritórios que fazem parcerias com os clientes para suporte, dispõem de pessoal. Além disso, o sistema rede-servidor Linux é bastante desenvolvido por ter vindo do Unix – assegura.

Não é bem isso o que acha Mehran Misaghi. Ele participou da migração do sistema operacional da Sociesc no fim do ano passado e conta que, além do suporte oficial da Conectiva, existe o não-oficial de conhecidos.

- A Conectiva também dá suporte, mas até certo ponto. No caso do correio eletrônico, por exemplo, você tem que esperar sair atualização, mas isso acontece com outras empresas também. Quem conhece mesmo Linux sabe onde está o verdadeiro suporte: amigos, listas de discussão. Há também os sites de universidades, diversas páginas de desenvolvedores, livros, documentação e how-tos que podem ser baixados sem custo.

Quanto à dificuldade em encontrar software disponível para Linux, Mehran não vê problema. A Sociesc contratou pessoas para fazerem a homologação dos programas, ou seja, analisá-los para ver se estão adequados às necessidades da empresa.