Não chore neste funeral
Morreu a alma de um poeta louco
Morreu ninguém
Acabou o nada que era alma do poeta

Não vai ter ninguém chorando
Não tem nem corpo
Morreu e secou
A alma o deixou a muito tempo

Posso sentir o fedor da putrefação
Do coração deste poeta louco
Coração morto fede ha beça

Os vermes que cobrem teu corpo
São tão felizes quanto os algozes da tua poesia
Maldita poesia louca
Infame sentimento
Ninguém vai chorar tua morte
Nenhuma lágrima vai rolar
Nenhuma flor vai contigo para a cova
O buraco escuro onde agora tu vai ficar

A cova é rasa
Rasa como os olhos
Onde a lágrima nada mais é do que uma triste lembrança
Não deixe arrepiar o teu corpo
Quando escutares o estrondo
É só a risada crua
Que soa como um galho quebrado de uma velha árvore podre
Será apenas um grito
Riso, desdém
De quem diz
Aqui jaz o coração de um poeta morto

 

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