Algumas Contradições Evangélicas

 

Em Mateus, lê-se que Jesus teria afirmado que não viera para abolir as leis de Moisés. Contudo, esta seria uma afirmativa sem sentido algum, visto que, hoje sabemos que os livros atribuídos a Moisés são apócrifos.

Segundo João, quando Jesus falou ao povo, foi por este acatado e proclamado rei de Israel, aos gritos de "Hosanna". Mas, um pouco adiante, ele se contradiz, afirmando que o povo não acreditou em Jesus, e imprecando contra ele, ameaçava-o a ponto de ele haver procurado esconder-se.

Mateus diz que Jesus entrara em Jerusalém, vitoriosamente, quando a multidão tê-lo-ia recebido de modo festivo, e marchando com ele, juncava o chão com folhas, flores e com os próprios mantos, gritando: "Hosanna ao Filho de David! Bendito seja o que vem em nome do Senhor!" Aos que perguntavam quem era, respondiam "Este é Jesus, o profeta de Nazaré da Galiléia". No entanto, outros evangelistas afirmam que ele era um desconhecido em Jerusalém.

                   Paulo já no fim do seu apostolado, afirma que o imperador Agripa era um fariseu convicto, e que sua religião era a melhor que então existia. Era assim, um divulgador do cristianismo, afirmando a excelência do farisaísmo. Falando de Jesus, Paulo descreve apenas um personagem teológico e não histórico. Não se refere ao pai nem à mãe de Jesus, sendo um ser fantástico, uma encarnação da divindade que viera cumprir um sacrifício expiatório, mas, não se reporta ao modo como teria sido possível a encarnação. Não diz sequer a data em que Jesus teria nascido. Não relata como nem quando foi crucificado. No entanto, estes dados tem muita importância para definir Jesus como homem ou como um ser sobrenatural. Está patente, desse modo, que Paulo é uma figura tão mitológica quanto o próprio Jesus.

                   Em Atos dos Apóstolos, 28-15 e em 45, Paulo diz que quando chegou a Pozzuoli, ele e os seus companheiros foram ali bem recebidos, havendo muita gente à beira da estrada, esperando-os. Entretanto, chegando a Roma, teve de defender-se das acusações de haver ofendido em Jerusalém, ao povo e aos ritos romanos.

                   Na Epístola aos Romanos, 1-8, Paulo diz que a fé dos cristãos de Roma alcançara todo e mundo, razão porque encerraria sua missão, tão logo regressasse da Espanha, onde saudaria um grande número de fiéis. Mas, se assim fosse, por que Paulo teve de se defender perante os cristãos de Roma, contra o seu próprio judaísmo?

                   Com pouco tempo, Paulo já pensava encerrar sua missão porque o cristianismo já se universalizara. Entretanto, ele continuava considerando como melhor religião, o farisaismo. O cristianismo a que Paulo referia-se, deveria ser anterior a Jesus Cristo, que era o seguido pelos cristãos de Roma, e não pelos cristãos dos lugares por onde Paulo havia passado pregando.

Textos retirados do livro: Jesus nunca existiu - de La Sagesse