Obesidade
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OBESIDADE É ...

A DOENÇA DO SÉCULO XXI


OBESIDADE

Doença crônica caracterizada pelo exagerado acúmulo de gordura a ponto de comprometer a saúde. A definição de obesidade foi por muito tempo alvo de discussões e, apenas recentemente, a Organização Mundial de Saúde classificou-a como doença e colocou o seu combate como objetivo prioritário.

Doença dispendiosa, de alto risco, crônica e reincidente, a obesidade afeta milhões de pessoas em todo o mundo, inclusive crianças. Embora não seja nova, ela assume agora proporções epidêmicas e está aumentando. Esta tendência é, sem dúvida, alarmante em virtude das doenças associadas à obesidade.

A obesidade é... Excesso de gordura corpórea. Doença crônica multifatorial que requer tratamento médico. Conseqüência do excesso de ingestão de gordura proveniente dos alimentos. Doença epidêmica. Condição associada a outras doenças e à diminuição da qualidade de vida. Significativa responsabilidade pelos custos do sistema de saúde.


O que é ser Obeso

Ser obeso é ter uma doença crônica ocasionada por um excesso de gordura corpórea. A obesidade é identificada quando há um desequilíbrio energético, ou seja, a energia ingerida (a quantidade de calorias que você come) é maior do que a energia dispendida (número de calorias usadas pelo seu metabolismo, durante atividade física e na formação de calor) por um longo período de tempo. De acordo com as tabelas da Metropolitan Insurance Life Company (Nova York, EUA), uma pessoa é considerada obesa quando seu peso for no mínimo 20% maior do que o considerado ideal para sua altura.
Mas sociedade constantemente discrimina a pessoa obesa, como se ela fosse a única responsável por seu estado. Mas isso não condiz com a realidade. Na verdade, o obeso nada mais é do que vítima de uma série de fatores
orgânicos, ambientais e psicossociais que têm implicações fortes para o controle da doença, caracterizada pelo excesso de gordura corpórea. Considerar isoladamente um ou outro fator não é o ideal, quando o objetivo é perder peso e manter-se dentro desse controle. Sendo assim, precisamos analisar todo o contexto, agindo sobre cada um dos pontos que interferem no sucesso dos programas de reeducação alimentar e de mudança de comportamento.


Fatores Orgânicos

Muito se fala que algumas pessoas têm maior ou menor propensão a ganhar peso, independente de fatores ambientais e psicossociais. Mas será que isso é verdade? A genética exerce tal influência sobre as pessoas, quando falamos de obesidade? Sim, em grande parte. Estudos demonstram que filhos de pais obesos apresentam uma maior predisposição de se tornarem obesos. Pesquisadores descobriram que a herança genética da gordura intra-abdominal excessiva pode ser de 60% ou mais, embora ainda não se saiba o nível exato do risco de se tornar obeso, se os pais sofrem desse problema.



Fatores relativos ao sexo

O armazenamento da gordura corpórea está relacionado ao sexo. Nas mulheres, acredita-se que a tendência esteja associada à sua capacidade de ter filhos. Após a puberdade, as mulheres abrem seu apetite para gorduras, muito mais do que os homens, sem contar que quaisquer calorias em excesso ingeridas pelas mulheres têm muito mais chance de serem utilizadas para o aumento da gordura corpórea. Para os homens, essa relação não ocorre da mesma maneira, pois o excesso de calorias têm mais chance de serem canalizadas para a produção de proteínas.



Fatores psicossociais da obesidade

De uma maneira igualmente severa, as pressões psicossociais atingem o obeso com a mesma ou maior intensidade do que as doenças associadas. O estigma do obeso se alimentar excessivamente em resposta a sentimentos negativos, como frustação, tristeza ou insegurança, está mudando. Pelo menos um pouco. Em muitos países industrializados ocidentais a obesidade é ainda um estado físico que carrega um estigma de preconceito. As pessoas obesas são geralmente consideradas não atraentes fisicamente e possuidoras de uma série de falhas de caráter. Recentemente, a psicopatologia nos indivíduos obesos tem mudado. Já existe forte tendência por parte da classe médica de entender a obesidade como sendo conseqüência - e não a causa - do preconceito e da discriminação a que as pessoas com sobrepeso estão sujeitas.


Distúrbios da alimentação

Bulimia

A Bulimia é um distúrbio alimentar caracterizado por episódios de ataques de fome seguidos imediatamente por vômitos auto-induzidos, depressão e pensamentos auto-depreciativos. Ela ocorre mais freqüentemente em pessoas jovens entre 14 e 30 anos. A Bulimia ocorre em pessoas obesas e de peso normal e sua prevalência está aumentando, porém, apenas 5% dos obesos são bulímicos.


Distribuição anatômica da gordura

Em pessoas com peso normal, a maior parte do tecido adiposo está localizado sob a pele, atuando como protetor contra a perda de calor, o que é chamada de gordura subcutânea. Os indivíduos com sobrepeso ou obesos, além da gordura subcutânea, carregam tecido adiposo na região abdominal, o que representa uma importante reserva de energia, chamada de tecido adiposo visceral, mas que contribui para muitas das doenças associadas à obesidade.

Gordura subcutânea + tecido adiposo visceral = gorduta abdominal

DO TIPO ANDRÓIDE OU TIPO MAÇÃ

Quando o tecido adiposo acumula-se predominantemente
na região abdominal, há um predomínio da gordura visceral
e diz-se que a pessoa apresenta obesidade do tipo andróide
ou do tipo "
maçã".
Se a tendência é acumular gordura na região dos quadris
e coxas, a obesidade é classificada como ginóide ou tipo "
pera".

DO TIPO GINÓIDE OU TIPO PERA

Observe-se no espelho com atenção e identifique a qual grupo você pertence. Cabe lembrar que as pessoas com o perfil em formato de maçã têm mais facilidade de desenvolver outras doenças, como problemas cardiovasculares, pois a gordura visceral, ao contrário da subcutânea, dirige-se diretamente para o fígado antes de circular até os músculos, podendo causar resistência à insulina, levando à hiperinsulinemia, que são níveis elevados de insulina, aumentando assim o risco de diabetes mellitus tipo II, hipertensão e doenças cardiovasculares.


Fatores Ambientais

Afora a propensão genética, alguns fatores ambientais podem frustrar as tentativas de manter um programa de controle do peso. A modernização é um deles, com toda a gama de recursos tecnológicos que, se por um lado possibilitam mais conforto, acabam reforçando o sedentarismo. De outro lado, a grande avalanche de produtos saborosos e fáceis de fazer, perfeitamente acessíveis e econômicos, que bombardeados a todo instante na mídia, seja em revistas, televisão ou out-doors, numa simulação tão perfeita de suas qualidades, que é quase possível sentir o cheiro e o gosto apenas em ver as imagens. Outros aspectos típicos da vida nas grandes metrópoles exercem considerável influência nesse processo rumo à obesidade. É certo que a população urbana é mais alta e mais pesada, totalizando um IMC maior do que o encontrado na população rural, que pelas próprias características profissionais, movimenta-se e exercita-se diariamente. Seja qual for a opção, perder peso exige uma real mudança de comportamento e nos hábitos alimentares, para reverter um quadro que acaba tornando-se estável e que só contribui para o aumento do problema.



Obeso ... EU!?

Durante muito tempo, a medicina procurou um padrão de cálculo que pudesse ser utilizado em todo o mundo e que permitisse identificar, da melhor forma possível, o ponto a partir do qual uma pessoa pode ser considerada com sobrepeso e obesa. Existe uma série de medidas de peso, porém o Índice de Massa Corpórea (IMC), por sua praticidade, é hoje aceito como padrão de medida internacional. Sua forma de cálculo é a divisão do peso (em kg) da pessoa por sua altura, elevada ao quadrado (em m²).


CATEGORIA   IMC
 
Abaixo do Peso   Abaixo de 20
Peso Normal   20 - 24.9
Sobrepeso   25.0 - 29.9
Obeso   30.0 - 39.9
Obeso Mórbido   40 ou +

Obesidade no Mundo

O mundo vive hoje a epidemia da obesidade, uma doença que cresce em proporções alarmantes. Apesar dos poucos dados epidemiológicos disponíveis, a maioria dos países desenvolvidos já identificou o problema e estão, juntos, dimensionando a eclosão desta doença.

OBESIDADE NO MUNDO

Nos Estados Unidos, a prevalência da obesidade dobrou nos últimos 20 anos. Hoje, 30% da população tem sobrepeso, 15% são obesos e cerca de 3% obesos com muito risco. Na Europa, apesar de números mais "leves", a tendência apresenta-se a mesma. Ela só perde para o fumo, como propulsora de doenças e mortes prematuras. A obesidade faz mortes. Estima-se que, nos Estados Unidos, a obesidade e demais doenças associadas matam 300 mil pessoas/ano.

Obesidade em homens e mulheres

Destacamos aqui alguns países, que hoje reúnem dados sobre obesidade, nos quais podemos observar que os homens compreendem a maioria dos casos de obesos e obesos de risco (IMC acima de 30).


A Organização Mundial da Saúde reúne informações econômicas, psicossociais e de saúde que reafirmam a problemática: caminhamos para uma epidemia assustadora no século XXI! Segundo ela, quase 10% dos orçamentos de saúde em países ocidentais estão hoje relacionados à obesidade.

Obesidade no Brasil

Em uma época em que a humanidade tanto tem-se preocupado com a falta de alimentos e a subnutrição? e ainda se preocupa? quem poderia imaginar que a obesidade atingiria índices tão alarmantes?
Estudos recentes em países desenvolvidos mostram que a obesidade tem avançado, significativamente. No Brasil, estudiosos observam o fenômeno: há uma relevante diminuição da prevalência da desnutrição nos últimos vinte anos, em comparação ao notável aumento dos casos de obesidade.

A transição alimentar

Os padrões nutricionais sofrem alterações a cada século, resultando em mudanças na dieta dos indivíduos, correlacionando também modificações econômicas, sociais, demográficas e relacionadas à saúde. O século XX foi marcado por uma dieta rica em gorduras (principalmente as de origem animal), açúcar e alimentos refinados, e reduzida em carboidratos complexos e fibras. Segundo pesquisadores, o predomínio desta dieta tem contribuído para o aumento da obesidade, em conjunto ao declínio progressivo da atividade física dos indivíduos.

Sobrepeso e Obesidade nas regiões brasileiras

A prevalência da obesidade tem aumentado nas diferentes regiões do Brasil, acompanhando a tendência mundial. Os índices estão em um crescente, o que exige uma reavaliação urgente de toda a sociedade. Dados regionais, de 1989, apontam curva ascendente de sobrepeso e obesidade no Brasil. Acompanhe:


Levantamento do Ministério da Saúde, referente ao ano de 1993, demonstra que cerca de 15% da população adulta já se encontra com sobrepeso; e 6,8% com obesidade.